Não adianta, essa coisa de banheiro me persegue.
Minha primeira aparição pública foi quando me meti a falar sobre banheiros (ver a "lúcia no prata 2", ali ao lado, é só clicar na cara do Prata que a crônica vai aparecer) e desde então esse assunto me azucrina. Na verdade acho que as pessoas adoram ler e ouvir sobre banheiros. Ô assunto bom. Uma das minha idéias é fazer um livro só de crônicas sobre banheiros. "Crônicas higiênicas". Já tentei até um patrocínio da Deca ou coisa que o valha. Se alguém tiver alguma idéia de como eu posso viabilizar meu livro, avisem. Ele está praticamente pronto.
Mas vamos lá. É que um dos comentários que eu recebi é digno de post. Post com link (vou abrir uma exceção). É dum camarada chamado Pecus, do blog Pecus Bilis.
Esse não é o nome dele. Pecus é um codinome, assim como o Papa, que resolveu se chamar Bento. Ele optou pelo anonimato, pela clandestinidade total - parece-me que esse nome estranho é uma variante de um nome de personagem de faroeste. Olha, gente, temos que respeitar o anonimato bloguístico. Além de ser interessante e curioso, é também excitante pensar que esse Pecus pode ser... hum... sei lá, imagina se ele é o vizinho aqui da casa ao lado, aquele senhor viúvo e solitário? Mas ele pode ser um jovem professor da USP. Ou um caixa de supermercado. Um estudante de cursinho. Uma senhora velhinha que adora gatos. Um corretor da bolsa de valores. Um ator famoso. Um dentista sem clientes. O Paulo Autran! Um fazendeiro lá do Mato Grosso. Uma adolescente de intercâmbio que mora em Miami. Um escritor famoso que quer escrever bobagens sem assédio de fãs. O Water Moreira Sales. O dono do supermercado Sendas. Um padre.
Nossa.
Imagina se o Pecus for um padre?
Mas não é nada disso que eu queria falar, ô coisa. Queria apenas colocar aqui o comentário dele sobre o uso dos bidês, que é muito engraçado. A pergunta é:
Mas não é nada disso que eu queria falar, ô coisa. Queria apenas colocar aqui o comentário dele sobre o uso dos bidês, que é muito engraçado. A pergunta é:
Usa-se o bidê de frente ou de costas?
Tá aí. Divirtam-se com o Pecus.
"... Lúcia, dizem que é potro em francês antigo, pela posição de montar... Mas sabe comé...
Tudo começou com a prática de banhos de assento no chão, em bacia redonda, e questão "de frente" ou "de costas" não tinha relevância. Para facilitar a operação de montagem e desmontagem começou-se a usar a bacia em cima de um banquinho. Acidentes horríveis aconteceram, até que o Monsieur Bidet - e aqui se contradiz a teoria do potro - teve a brilhante idéia de aparafusar não só a bacia no banquinho como o banquinho no chão (o bidet portátil apareceu muito depois). Com a água corrente veio todo o desenvolvimento posterior, sendo digno de nota somente o problema do posicionamento da duchinha.
Outra corrente da teoria do potro sustenta que o desenho alongado é muito posterior ao bidet dos primeiros dias, e assim a relação com o termo potro do francês antigo viria do alívio procurado pelos cavaleiros das longas viagens daquele tempo. Ambas vertentes eqüinas concordam em jamais ter existido um Monsieur Bidet.
Depois da conquista do desenho alongado, da água corrente e do seu funcionamento integrado é que surgiu a questão, (de como usar o bidê, de frente ou de costas) que permanece sem resposta. Pois a relatividade da posição gera dúvida não em relação apenas à parede, mas principalmente em relação à ducha e às torneiras. A operação das torneiras de costas ainda provoca surpresas pela manipulação equivocada.
Talvez seja chegada a hora dos designers darem um novo passo na evolução desse maravilhoso aparelho, com o desenvolvimento de mais dois modelos, o "de frente" e o "de costas", além do híbrido já existente, para uma melhor adapatação anatômica.
Daí, na reunião com o cliente, o arquiteto, depois da pergunta do bidet, ainda esclareceria:
- De frente, de costas ou híbrido?"