A frase estava no jornal de hoje, em destaque, dita por um psiquiatra:
“As pessoas não sabem mais lidar com suas infelicidades”.
Ele explicava. Os jovens de hoje em dia tomam remédios demais: uns para excitar, outros para acalmar. Dizia que tem remédio para tudo agora, que isso é perigoso, blá, blá, blá.
Fiquei com a frase na cabeça.
“As pessoas não sabem mais lidar com suas infelicidades”.
Ah, essa deliciosa infelicidade. O que seria de todos nós sem ela? Acho que vida seria um saco sem a infelicidade. Somos movidos a ela, seja lá em qual escala. Precisamos dela para poder sofrer um pouco.
Até pessoas muito poderosas, felizes e bem sucedidas precisam da sua porção de infelicidade. O homem carece de infortúnios, de adversidades, de problemas. É um alimento dos mais estranhos, talvez tão estranho como comer aquela pasta verde japonesa ou essas pimentas que o Zé adora e diz que dão água na boca. Dão mesmo. E eu acho essas comidas a maior loucura do mundo, e o pior é que tem dias que eu morro de vontade de comer as duas.
Hum. Salivo por elas.
A pasta verde japonesa é aquela que a gente coloca em cima do sushi. Não me lembro do nome. É uma coisa ardida, forte, e que, pelo menos para mim, me dá dores horríveis na parte de trás do crânio quando eu coloco demais. Parece que eu estou sendo perfurada de cima a baixo. Tizuimmm. Tenho que segurar a cabeça. Tizuimmm. A pontada aguda vem junto com uma falta de ar súbita e um arejamento estranho no nariz. Tá na cara que comer aquilo não deve ser nem um pouco bom para a saúde. Imagine uma comida que dói no crânio. Loucura. Uma comida que dói no crânio deve ser tremendamente cruel com o resto do organismo.
Já a pimenta é diferente. Ela não dói no crânio, mas dói na língua. Arde, queima. Alllff. Se queima a língua, deve torrar os órgãos internos. Alllfff. Eu não consigo comer pimenta forte e ficar sentada. Toda a vez eu preciso sair correndo, infeliz e triste, reclamando. Mas eu como, entende? Como se fosse absolutamente necessário. Acho que é uma coisa selvagem do organismo essa vontade inexplicável de se apunhalar.
Pimenta e aquela pasta verde. As minhas infelicidades necessárias.
Como dóem.
“As pessoas não sabem mais lidar com suas infelicidades”.
Ele explicava. Os jovens de hoje em dia tomam remédios demais: uns para excitar, outros para acalmar. Dizia que tem remédio para tudo agora, que isso é perigoso, blá, blá, blá.
Fiquei com a frase na cabeça.
“As pessoas não sabem mais lidar com suas infelicidades”.
Ah, essa deliciosa infelicidade. O que seria de todos nós sem ela? Acho que vida seria um saco sem a infelicidade. Somos movidos a ela, seja lá em qual escala. Precisamos dela para poder sofrer um pouco.
Até pessoas muito poderosas, felizes e bem sucedidas precisam da sua porção de infelicidade. O homem carece de infortúnios, de adversidades, de problemas. É um alimento dos mais estranhos, talvez tão estranho como comer aquela pasta verde japonesa ou essas pimentas que o Zé adora e diz que dão água na boca. Dão mesmo. E eu acho essas comidas a maior loucura do mundo, e o pior é que tem dias que eu morro de vontade de comer as duas.
Hum. Salivo por elas.
A pasta verde japonesa é aquela que a gente coloca em cima do sushi. Não me lembro do nome. É uma coisa ardida, forte, e que, pelo menos para mim, me dá dores horríveis na parte de trás do crânio quando eu coloco demais. Parece que eu estou sendo perfurada de cima a baixo. Tizuimmm. Tenho que segurar a cabeça. Tizuimmm. A pontada aguda vem junto com uma falta de ar súbita e um arejamento estranho no nariz. Tá na cara que comer aquilo não deve ser nem um pouco bom para a saúde. Imagine uma comida que dói no crânio. Loucura. Uma comida que dói no crânio deve ser tremendamente cruel com o resto do organismo.
Já a pimenta é diferente. Ela não dói no crânio, mas dói na língua. Arde, queima. Alllff. Se queima a língua, deve torrar os órgãos internos. Alllfff. Eu não consigo comer pimenta forte e ficar sentada. Toda a vez eu preciso sair correndo, infeliz e triste, reclamando. Mas eu como, entende? Como se fosse absolutamente necessário. Acho que é uma coisa selvagem do organismo essa vontade inexplicável de se apunhalar.
Pimenta e aquela pasta verde. As minhas infelicidades necessárias.
Como dóem.
E como são boas.
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