segunda-feira, 25 de outubro de 2010

legendado, por favor



Eu - Ah, você também colocou uma tv full hd led enorme no seu quarto?
Ele - Puxa, coloquei. Não aguentei de vontade.
Eu - Meu problema é que eu não tinha reparado, mas uma tevezona dessas ilumina muito o quarto. É tipo um projetor na cara.
Ele - Puxa, é verdade. Que coincidência. Minha mulher diz não tá aguentando e fica reclamando.
Eu - Putis, o Zé idem. Ele fala que a tevezona parece um holofote na cara dele quando ele quer dormir.
Ela - Ela me fala a toda hora "ei, dá pra ver um canal mais escuro?".
Eu - O Zé me pede para ver canais com filmes mais... noturnos. Puxa, é igualzinho.
Ele - Ela me diz que quando a gente tinha a nossa de tubo de vinte polegadas ela dormia muito melhor.
Eu - O Zé toda hora fala que vai pegar um colchonete e dormir no closet.
Ele - Ela fala que vai colocar um biombo na cama.
Eu - A minha está a um metro e meio de mim, quando estou deitada.
Ele - A minha também, talvez menos que isso.
Eu - O problema é que agora eu só vejo filme legendado, chega perturbar o outro com a luz, pelo menos eu não perturbo com som. Nada de telejornal, por exemplo.
Ele - Eu não tinha pensado nisso. Vou usar essa defesa com a minha mulher para ela parar de reclamar tanto da tevezona. Filme e canal legendado, é? Nossa que idéia boa.
Eu - É, com luz, mas sem som.
Ele - Ei. Será que muitos casais tem esse mesmo problema com as tevezonas no quarto?

domingo, 17 de outubro de 2010

a batatinha está franga




Como enxergo cada vez menos, anda super difícil ler torpedo. Me embaralho toda, e é um saco ter que pegar óculos toda vez. Como tenho preguiça, leio errado os recados, e, pior, escrevo errado. Porque hoje os telefones tem aquele dispositivo que completa as palavras. As vezes é super bom, mas na maioria das vezes o tal dispositivo me faz passar a maior vergonha do universo. Por exemplo, tem minha amiga Francisca. Toda vez que vou escrever o nome dela num torpedo, o meu telefone escreve "Franga". Um saco. Aliás, ele faz isso com "Francisca" e com "Franka", pois meu telefone se recusa a escrever Franka também. Dai, se eu resolvo mandar um torpedo, por exemplo, dizendo "estou com a Francisca no escritório" tenho que tomar o maior cuidado, pois meu telefone escreve "estou com a franga no meu escrivaninha". Hã, Franka, como que é? Hahaha. Fui escrever "Zé, a bateria está fraca", e escrevi "Zé, a batatinha está franga". "A chave do apartamento está com o zelador" vira "a chego do apartar está com o zelo". "Na Consolação, mais quinze minutos e já chego", vira "Na Consolar mais quinta minúcias e já cheiro". Caramba. Bom, como não sei resolver o problema, como as frases geralmente são engraçadas, resolvi colecionar. Hahaha, é só fora, um atrás do outro. Ou "Comoda não sei resolução o provável, comoda as frangas geraldo são enganar, resolução coluna". Bom, deve acontecer com todo mundo, essa coisa de ficar com as batatinhas frangas.


E assistam aqui a primeira parte da minha entrevista do Franka em Cena ("Franga em Cenário"?) com a Elke Maravilha. Super imperdível (Superior impregnou?).

domingo, 10 de outubro de 2010

a descoberta da caipora




A Patrícia Gasppar é minha amiga há alguns anos. E desde que começei a escrever O Crânio, volta e meia ela vem aqui em casa para a gente ler, ensaiar e conversar muito. A minha família toda se acostumou muito com ela, o Zé, os filhos. Normal ver a Patrícia aqui, rir com ela, jantar com ela. E na semana passada, na sexta feira, passou na rádio a entrevista do Franka em Cena que eu fiz com ela. Nunca tenho público dos filhos em casa, na sala, nos dias dos meus programas de rádio, mas como era a Patrícia na sexta passada, todo mundo ficou ouvindo. Até que num certo momento da entrevista eu comento com ela sobre a participação dela no Castelo Rátimbum, onde ela fazia o papel da Caipora, e ela passa a falar da personagem dela. O Chico dá um pulo do sofá.
- Caipora?
- Que, filho?
- Cê tá brincando comigo.
- Brincando o quê, Chico?
- Hã, como? - diz a Luciana - a Patrícia, a sua Patrícia, a nossa Patrícia é a... Caipora?
- Não é possível! - todos exclamaram, e começaram a dançar feito loucos na sala, emitindo sons, imitando a Caipora, rindo muito e repetindo "Patrícia, Caipora? Caipora?".
Hahaha. Nossa, subitamente a Patrícia ficou muito, mas muito famosa naquela turma de jovens de dezesseis a vinte anos, que passaram a infância assistindo ao Castelo Rátimbum. Uma verdadeira celebridade. Ontem a namorada do Chico veio aqui. Ele contou para ela, animado.
- Jura? - ela disse - Nossa, vou querer um autógrafo, será que ela me dá?

sábado, 9 de outubro de 2010

eleições em família



Tá quente a coisa aqui em casa por causa das eleições. O Zé vota no Serra, acredita no Serra, faz campanha pro Serra. O Chico e o João, respectivamente o filho mais velho e o mais novo, votam na Dilma, acreditam na Dilma, fazem campanha pra Dilma. A Luciana, a filha do meio, disse que tem o direito de permanecer calada pois o voto é secreto. A Maria, a nossa empregada governanta, é do PT e adora o PT. E eu? "Eu só falo na presença de um advogado", eu disse. "Eu faço direito, mãe, serei seu advogado", falou o Chico. Hahaha.
Nunca gostei de política e não gosto do modo como as pessoas discutem política. Eu confundo aquela inflamação com briga, discussões políticas soam mal nos meus ouvidos. Mas tem uma coisa que confesso: eu não gosto do Serra. Eu meio que implico com o jeito dele, e desde o começo sabia que não ia votar nele. E só isso.
No dia da eleição, os filhos na maior campanha. Cheios de adesivos de Dilma, Mercadante, PT. Como não existem camisetas de candidatos, o Chico e o João pintaram a cara da Dilma em umas camisetas. Lembra bem a Dilma, a pintura deles, mas também ficou meio parecida com a minha mãe, a d. Hebe. "Eu pareço a Dilma, gente?", ela reclamou. O João foi votar comigo no colégio São Luís, e pra provocar, já que não pode fazer boca de urna, ficou o tempo todo pelos corredores assoviando a musiquinha do Netinho. Depois ele e o irmão foram votar cheios de bandeiras do Mercadante, umas enormes, empanturrados de adesivos nas camisetas pintadas da Dilma. Tentei impedir, alegando que eles podiam ser presos. "Manifestações individuais são permitidas, mãe", explicou o Chico. O Zé foi ficando preocupado. Ele super do Serra e os filhos naquela campanhaiada pro PT. Resolveu que tinha que tomar uma atitude, e rápido. A gente mora do lado do Colégio Santa Cruz, onde votam o Serra e mais um monte de tucanos. Ouvimos uma buzinação. O Serra tava chegando pra votar, claro. O Zé não aguentou. Hahaha. Saiu correndo e foi pro Santa, e lá, deu de cara com todos: Serra, Alckmin, Anibal, Montoro, a tucanaiada toda. Nossa, ficou no céu. Tirou foto com todo mundo, e chegou em casa super exibido. Rindo sozinho. Colocou tudo no facebook dele, criou a maior polêmica. Os meninos foram ver o resultado em comitês junto com amigos. O Zé ficou aqui em casa comigo grudado na TV. Veio o resultado, e a briga continua aqui em casa. E eu? Puxa, acho que não quero colocar aqui, imagina se sei discutir política. Só digo que agradei uma parte da família.

franka entrevista patrícia gasppar - imperdível!