foto da série "meus programas prediletos", tirada por João B. em abril de 2005
O Zé acordou de manhã rindo... tinha tido um sonho muito maluco...
“... Foi assim, lú. Como todos os dias, deixei você dormindo e acordei para levar os meninos na escola. Quando cheguei na sala, reparei que o João já estava em pé. Achei estranhérrimo, você sabe que o João é sempre o último a acordar, está sempre atrasado, atrapalhado, carregando coisas e deixando cair metade no caminho. O que eu não percebi é que aquele era apenas a sombra do João, e que o João de verdade estava dormindo. Sonho tem essas conclusões ,que acordado a gente não entende, você sabe... Bem, naquela hora da manhã a sombra dele tentou me falar que era ela que ia na escola no lugar do João de verdade, mas eu nem prestei atenção. De manhã é sempre aquela correria. Chamei todo mundo para tomar café, olhei no relógio e percebi que estávamos atrasadíssimos. Abri a porta de casa, saímos e os meninos entraram no carro. Foi quando reparei que eu estava sem sapato ou coisa parecida. Aquelas aflições de sonho, sabe como é? Disse, “ô droga, imagina sair sem sapato, onde eu estou com a cabeça?” e entrei em casa de novo correndo. Quando subi as escadas, entrevi o João dormindo no quarto dele, enrolado nas cobertas. Levei um susto. “João, santo Deus, você dormiu de novo? Ô menino, que você está fazendo ai? Acorda logo e vamos!”, falei, empurrando o menino escada abaixo. “Você tem prova de geografia, tem que entregar os exercícios de matemática, não tem? Vamos, vamos”, eu dizia, ralhando com ele. O João de verdade, sempre confuso e sonado, foi sendo levado sem falar nada. Quando chegamos no carro, ele entrou e levou um susto quando viu o outro João sombra ali, sentado. “Pô, pai! Para que você foi me acordar? Eu já estava aqui, droga! Agora preciso voltar!”. Eu olhei para trás assombrado, lú. Imagina! Eu estava carregando dois Joãos no carro, que pesadelo! “Ô meu Deus...” pensei, “como eu não percebi que eu já estava levando o João sombra?”. Pensei em voltar para devolver o João verdadeiro para a cama e levar só o João sombra na escola, mas olhei no relógio e estava em cima da hora. Eu não podia deixar o Chico e a Luciana se atrasarem por causa daquela minha atrapalhação. Respirei fundo, olhei os dois Joãos e falei “ah, agora dane-se, vão os dois Joãos lá para a escola, não dá mais tempo de devolver ninguém”. Eles tentaram reclamar, mas eu fui firme, ordem de pai é ordem de pai. Bom, quando chegamos na porta da escola pedi desculpas: “Gente, eu me atrapalhei, desculpa. Vão os dois juntos para a escola e tratem de se comportar. A noite eu coloco os dois juntos na cama, e PIMPA, uma hora um entra no outro e tudo se resolve. Vão por mim”, resolvi, diante das reclamações e dos suspiros resignados dos dois meninos. Ah. A nossa vida é sempre atrapalhada e no fim dá certo, não é, lú?"...!"
“... Foi assim, lú. Como todos os dias, deixei você dormindo e acordei para levar os meninos na escola. Quando cheguei na sala, reparei que o João já estava em pé. Achei estranhérrimo, você sabe que o João é sempre o último a acordar, está sempre atrasado, atrapalhado, carregando coisas e deixando cair metade no caminho. O que eu não percebi é que aquele era apenas a sombra do João, e que o João de verdade estava dormindo. Sonho tem essas conclusões ,que acordado a gente não entende, você sabe... Bem, naquela hora da manhã a sombra dele tentou me falar que era ela que ia na escola no lugar do João de verdade, mas eu nem prestei atenção. De manhã é sempre aquela correria. Chamei todo mundo para tomar café, olhei no relógio e percebi que estávamos atrasadíssimos. Abri a porta de casa, saímos e os meninos entraram no carro. Foi quando reparei que eu estava sem sapato ou coisa parecida. Aquelas aflições de sonho, sabe como é? Disse, “ô droga, imagina sair sem sapato, onde eu estou com a cabeça?” e entrei em casa de novo correndo. Quando subi as escadas, entrevi o João dormindo no quarto dele, enrolado nas cobertas. Levei um susto. “João, santo Deus, você dormiu de novo? Ô menino, que você está fazendo ai? Acorda logo e vamos!”, falei, empurrando o menino escada abaixo. “Você tem prova de geografia, tem que entregar os exercícios de matemática, não tem? Vamos, vamos”, eu dizia, ralhando com ele. O João de verdade, sempre confuso e sonado, foi sendo levado sem falar nada. Quando chegamos no carro, ele entrou e levou um susto quando viu o outro João sombra ali, sentado. “Pô, pai! Para que você foi me acordar? Eu já estava aqui, droga! Agora preciso voltar!”. Eu olhei para trás assombrado, lú. Imagina! Eu estava carregando dois Joãos no carro, que pesadelo! “Ô meu Deus...” pensei, “como eu não percebi que eu já estava levando o João sombra?”. Pensei em voltar para devolver o João verdadeiro para a cama e levar só o João sombra na escola, mas olhei no relógio e estava em cima da hora. Eu não podia deixar o Chico e a Luciana se atrasarem por causa daquela minha atrapalhação. Respirei fundo, olhei os dois Joãos e falei “ah, agora dane-se, vão os dois Joãos lá para a escola, não dá mais tempo de devolver ninguém”. Eles tentaram reclamar, mas eu fui firme, ordem de pai é ordem de pai. Bom, quando chegamos na porta da escola pedi desculpas: “Gente, eu me atrapalhei, desculpa. Vão os dois juntos para a escola e tratem de se comportar. A noite eu coloco os dois juntos na cama, e PIMPA, uma hora um entra no outro e tudo se resolve. Vão por mim”, resolvi, diante das reclamações e dos suspiros resignados dos dois meninos. Ah. A nossa vida é sempre atrapalhada e no fim dá certo, não é, lú?"...!"
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