sábado, 9 de abril de 2005

arroz bomba


o arroz-bomba

Fui num maravilhoso almoço hoje.
Uma paella.
Deslumbrante.
O almoço, que acabou agora há pouco, eu ainda não consigo transformar em crônica. Como tudo na vida (inclusive as comidas, como uma paella), uma crônica precisa ser preparada, picada, cozida e montada para ser apresentada aos convidados.
Precisa de um tempo de espera. E como é importante a gente saber esperar.
Mas vou contar hoje aqui alguns dos "ingredientes" que posso usar para ums futura crônica.
Vamos lá.
Primeiro uma coisa inédita: eu fui a pé! Tá, pode parecer uma coisa meio boba, mas a paella era na casa dos meus vizinhos Cris e Eduardo, e como eles moram a duas quadras daqui de casa, fomos andando. Olha, aqui em São Paulo isso é um fato inédito. Me deu até emoção de sair de casa andando. Olha que maluquice. Foi a minha primeira paella a pé.
A primeira paella a pé a gente nunca esquece.
Acho que por causa da emoção, esqueci a máquina de fotos. E como todo mundo sabe, meu celular tijolinho velho não tem máquina embutida. Ô tristeza. Ando adorando tirar fotos de comidas, nossas e dos amigos. A cada dia mais eu me convenço da importância de cozinhar para os amigos: cozinhar deixa a gente mais feliz, mais generoso e mais fértil de idéias.
Fiquei rodando a casa deles, vendo as paellas cozinhando, sem ter como registrar aquilo. Foi quando eu vi os diversos saquinhos de arroz vazios jogados num canto. Olha ai em cima que lindo que é o saquinho. Além disso, não é o máximo um arroz se chamar "bomba"? Se fosse uma pimenta, um condimento forte, ou até um saco de feijões tinha a ver o nome "bomba". Mas um inócuo e branquinho arroz?
- Cris, me dá um saquinho desses para eu levar para casa?
- Dou, claro - ela respondeu. Acho que ela não entendeu nada.
- Vazio, Cris - eu disse a ela quando percebi que ela ia pegar um saquinho cheio.
- Vazio? - ela entendeu menos ainda - Para quê, vazio?
- Pra escanear, Cris - eu respondi, séria.
Ela me olhou como se eu fosse de outro mundo.
Pronto. Com minha lembrancinha nas mãos, sosseguei. Tinha uma prova concreta da tarde de sábado. O saquinho vazio de pano passou a ser um tipo de... sei lá, acho que uma âncora da felicidade naquela paella tão legal. Era a prova, entende, gente?
Mas o máximo da tarde foi encontrar um amigo blogueiro no meio dos convidados. Sabe aquilo que eu falei ontem, que ter um blog é um diferencial? Pois é. É estranho encontrar blogueiros como você, mas também muito divertido. Parece que você participa de uma sociedade secreta, misteriosa. Eu e o Jaime, do Dito Assim passamos um tempão tagarelando sobre problemas, coisas engraçadas e blogs-amigos em comum. Eu fiquei na maior exibição. Senti olhares de inveja e admiração ao nosso redor. Eu tinha a impressão que as pessoas falavam:
- Olhem, aqueles dois... eles tem blogs, sabia?... hum hum...
Realmente e Frankamente, ter um blog é um diferencial.

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