Desde que virei pedestre – meu carro foi parar nas mãos do meu filho João e nunca mais consegui recuperar, infelizmente – virei uma defensora assídua da regra da mãozinha.
Quando surgiu a lei que fala que os carros têm que parar nas faixas de pedestres, eu, burra e toda empolgada atravessava sem olhar, orgulhosa do meu direito, mas quase morri atropelada diversas vezes. Geralmente depois desse “quase” atropelamento vinham os meus xingamentos, que pioravam de acordo com a velocidade do carro, com a marca do carro (se fosse chique demais me dava mais raiva) e com o risco que eu acabara de correr. Não achei aquilo seguro e tampouco saudável, pois tem uma energia mega negativa em xingamento.
Resolvi mudar de método. Talvez fosse melhor ficar parada e esperar que os motoristas me sacassem (eu, a pedestre) e notassem a faixa (o lugar para a pedestre atravessar), mas também não tive sucesso algum. Demorava um tempão até que uma boa alma, bem informada e com um mínimo de coração, me deixasse atravessar.
Dai veio a propaganda da “mãozinha”. Então precisa colocar a mão e avisar “por favor, carros, parem agora que eu quero passar”. Resolvi aderir ao método, já que é direito meu e falam tanto dessa “mãozinha”. Nas primeiras tentativas, ficava fora da faixa com a mão esticada, quase pedindo “por favor” e morrendo de medo de me atirar na correnteza. Digamos que esse método funciona, hoje, com 50% dos carros. Os outros apenas fingem que não te viram. Será que, sem a mãozinha, os motoristas não entendem que você quer atravessar? Será que acham que você tá ali para descansar, tomar uma brisa, fumar um cigarro ou admirar o transito?
Dai veio a propaganda da “mãozinha”. Então precisa colocar a mão e avisar “por favor, carros, parem agora que eu quero passar”. Resolvi aderir ao método, já que é direito meu e falam tanto dessa “mãozinha”. Nas primeiras tentativas, ficava fora da faixa com a mão esticada, quase pedindo “por favor” e morrendo de medo de me atirar na correnteza. Digamos que esse método funciona, hoje, com 50% dos carros. Os outros apenas fingem que não te viram. Será que, sem a mãozinha, os motoristas não entendem que você quer atravessar? Será que acham que você tá ali para descansar, tomar uma brisa, fumar um cigarro ou admirar o transito?
Depois de meses de treino, hoje acho que sou uma das melhores pedestres com mãozinha da cidade. Aguardo um carro com uma distância considerável, entro na faixa e coloco a mão na frente do carro, como se eu fosse um verdadeiro guarda de trânsito. Pare, eu digo mentalmente, quase telepaticamente e, diante da minha autoridade, e eles param mesmo. Nossa, tenho vontade até de comprar um apito, se é que adianta, todo mundo anda trancado, com ar condicionado, rádio e celular. Pare! E quer saber? Já parei ônibus, caminhões, vans, motos, e acreditem: até bicicletas, a minha maior vitória. Sou uma grande paradeira de veículos, podia até dar cursos. Agora, acho que para a coisa funcionar mesmo, nós, pedestres devíamos fazer uma campanha: além da mãozinha, devíamos usar na mãozinha o celular no modo filmagem. Ahá! Cuidado motorista, você está sendo filmado.
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