Foram muitos os problemas no dia de hoje. Não sei se tem a ver com horóscopo ou com destino. Mas caiu um galho, do nada, em cima do meu carro de manhã. Fez um afundado no teto que dá pra encher de água. Uma aguinha, mas dá. Se chover vai ter uma pocinha no meu capô. O galhão é enorme e eu até trouxe ele pra casa de lembrança. "Foi um infortúnio", falou minha amiga Silvia B. quando contei pra ela. "Infortúnio é a palavra perfeita", concordei. Processar quem quando um galho de um bosque do meio da cidade cai na tua cabeça ou capô? Também hoje fiquei presa entre duas portas de segurança de um prédio de luxo que entrei, que travaram. Fiquei ali, incomunicável na segurança do prédio chique por mais de dez minutos até conseguirem me tirar com chave, todos os seguranças pedindo desculpas. Dai veio a parte nojenta. Entrei no carro da Sílvia B., minha amiga, no final da tarde, e, pra entrar no carro, que tava estacionado na calçada, pisei num jardinzinho. E subiu uma lesma nojenta na minha sandália, que resolveu subir no meu pé e na minha perna sem eu perceber até que... "Sílvia, tá molhado meu pé, acho que teu carro tá vazando água", eu disse, colocando a mão no dedão e pegando na lesma. Éca. Achamos e matamos a desgraçada. Pensar que coloquei até a mão nela, que nojo. Depois eu e a Silvia B. sentamos no meu quintal pra conversar e apareceu um morcego que não parava de me sobrevoar dando razantes. "Nota que ele só dá razantes em você", ela disse, rindo. Dai depois caiu um raio do meu lado, veio um clarão horrível, o maior barulhão, até tremi. Nossa. Um dia atrapalhado o de hoje. "Cheio de infortúnios", ela disse. Galhos, portas, lesmas, morcegos, raios, infortúnios.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
domingo, 20 de fevereiro de 2011
pepinos
Acho que um dos grandes problemas do Brasil hoje é a questão dos plugs. Ou benjamins, ou adaptadores de tomada. Aquele negócio que você coloca numa tomada que não cabe em outra tomada pra poder ligar a coisa. A gente já tinha um padrão de tomada diferente do resto do mundo, e de uns anos para cá a coisa piorou, pois criaram aqui no Brasil um padrão de tomada diferente do nosso mesmo. Hoje em dia o fato de você comprar um eletrodoméstico não significa que você consiga usar o eletrodoméstico. Se você não tiver o plug certo é o mesmo que não ter. Isso aconteceu pela primeira vez comigo no ano passado quando comprei um liquidificador. O aparelho era do padrão novo, com 3 pinos, e não encaixava em nenhuma tomada da cozinha. Achei que estava com as tomadas desatualizadas, não quis ir atrás de um plug adaptador, e chamei o Carioca, meu eletricista, para trocar todas as tomadas da cozinha. Foi quando tive que comprar uns 10 adaptadores para os equipamentos velhos, que não encaixavam no padrão novo. Me achei um pouco burra de fazer aquela troca, mas tomadas da cozinha ficaram modernas e liguei o liquidificador. Mas com alguns aparelhos, ainda mais se para usar o aparelho você precisar de extensão, a coisa se torna um enorme quebra cabeças. Às vezes para ligar um reles trequinho na tomada você precisa matutar muito e usar uns 5 adaptadores. Fica aquele sanduiche de plug, coisa mais louca, repara. Ontem isso aconteceu aqui em casa: a tomada era de três pinos, precisei de um plug de três para dois redondos para ligar a extensão, depois um plug de dois pinos para dois pinos chatos e um outro de dois chatos para três pinos de novo. Muito pino, putis pepino.
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
querido flor amor paixão
Não sei o que tem me dado que agora que toda hora eu chamo as pessoas de "querido" e "querida". Ontem isso aconteceu com uma pessoa totalmente disparatada, o atendente da padaria Rodésia. Eu sem mais nem menos, pedi para ele "pode por favor fatiar 200 gramas de mussarela e 15o de salame, querido?". Sei lá, gente, o "querido" saiu da minha boca sem eu perceber. Que susto. De manhã isso aconteceu duas vezes, uma delas com o pedreiro da obra, a outra com o jardineiro. Antes de ontem aconteceu com uma vendedora de uma loja. Coisa mais esquisita. Não é que eu não ache essas pessoas... queridas. Mas é um certo exagero de intimidade. E é esquisita pra mim essa mudança de comportamento, fico na dúvida se isso é cafona e tenho receio que piore. Uma vez, quando ainda trabalhava de arquiteta, projetando e construindo, frequentava muito uma loja de louças e metais, e a dona da loja, uma senhora muito simpática, tinha o hábito de chamar todo mundo de querido. Mas o problema dela é que ela não ficava só ali no "querido", ela ia além, adorava criar uma putis intimidade com você, e quando você pedia para ela "por favor, senhora, queria comprar uma bacia Deca modelo Ravena", ela repondia, sorrindo "claro, querida amor paixão flor bonitinha, é pra já amorzinho meu bem vem aqui". E assim eu, naquela época, quando pensava numa privada lembrava da dona flor amor paixão, coisa que obviamente não combinava nada com privada. Eu acho que se eu for por ai e não me controlar eu vou ficar idêntica a vendedora de privada flor amor paixão. Beijos, queridos. Sem querer fiz mais um post de privada. Frankamente.
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
meia cintura, um pescoço, essas coisas da vida
Foi minha irmã que veio com essa. Que se você pegar sua calça jins e dobrar a cintura e enrolar no pescoço, dá o tamanho exato. Do seu pescoço. "Como assim, Ângela?" "É o tamanho do pescoço, entende? Não precisa experimentar calça". "De onde você tirou isso?". "Umas meninas me contaram". "Mas... mas a cintura já mudou de lugar, Ângela, a cintura agora é lá embaixo, no quadril, então...". "Não interessa", ela argumentou, "dá na mesma, são essas coisas da vida". Fiquei encasquetada, que tem a ver a medida da cintura com o... pescoço da gente? Mas pelo sim pelo não, fui perguntar pro gugol. Fuçei, fuçei, e nada. "Ora, Franka, é o que dizem os camelôs", me disse uma amiga outro dia. "Como assim?". "Ora, em camelô eles inventaram isso, em camelô você não tem como experimentar calça, imagina, vai experimentar calça no meio da rua? Então eles medem pelo pescoço. Meia cintura, um pescoço". "Sério?" "Sério". "E dá certo?", perguntei. "Pior é que dá, são essas coisas da vida". Putis. Tô morrendo de vontade de comprar um jins pra mim em camelô pra fazer um teste. Jins gravatinha.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
vap terapia
Sempre morri de vontade de vontade de ter uma daquelas máquinas super turbo de limpar o chão para tirar o limo e as cracas. Nunca tive coragem de comprar e a Maria fica há anos penando e esfregando a garagem, a calçada e o quintal para tirar aquele tom preto esverdeado que tomou conta da parte de fora da minha casa. Na semana passada me deu uma louca, implorei pro Zé e compramos a máquina. O máximo poder limpar tudo sem esforço apenas pilotando a espingarda com jato turbo. E imagina se eu ia deixar a Maria fazer aquilo. Resolvi que seria a gente mesmo que faria, eu e o Zé. Depois de penar um pouco pra montar a traquitana, conseguimos fazer funcionar. Nossa, é simplesmente sensacional. Mas a nossa alegria durou uns dez minutos, porque óbvio que a pobre tomada da varanda não aguentou a potência turbo da máquina e puffft. A chave caiu e o vapinho morreu. Decepção é pouco. Tentamos mais duas vezes e, depois de mais alguns putfffts, desistimos. A gente não tava a fim de incêndio, e nem de ficar sem luz. Passei a semana aflita atrás do Carioca, o eletricista, e enfim ontem ele apareceu para colocar fios mais grossos nas tomadas para o vapinho funcionar.
Quando ele foi embora, a gente nem pensou em fazer almoço. Resolvemos limpar tudo naquela hora mesmo. Parecíamos dois viciados. Sabe quando os filhos da gente ganham um videogame de natal e a gente fica chamando sem parar para almoçar, para tomar banho, para qualquer coisa e eles não vem? Era isso, mas ao contrário. Eu e o Zé que não conseguíamos parar de tirar o limo do chão. "Mãe, a gente não vai sair para almoçar?". "Toíno, filha". "Pai, telefone". "Vê quem é e fala que eu ligo jajá, tá na minha vez". Isso fora a briga. "Zé, agora é minha vez". "Não, você ficou quinze minutos e eu tou só a cinco". "Zé, deixa eu, por favor".
Depois de olhar para mim e para o Zé, felizes de tudo, limpando a garagem, o Chico declarou que vaps são máquinas de desestress. "Desestress de velho, é isso", ele concluiu "a terapia do vap". Verdade. É muito bom. Nem dormi direito ontem pensando que tinha que acordar e limpar hoje o quintal. Acordei animadíssima, arrumei a cozinha rapidíssimo e declarei pra os filhos que o almoço ia ser hamburguer. "Peçam na lanchonete porque não vou parar de limpar o quintal", resolvi. E melhor ainda, o Zé hoje tinha um almoço pra ir e decidi que a limpeza do quintal ia ficar toda pra mim. Hehehe, legal.
Gente do céu. Fora mais de 4 horas de vap, minhas mãos estão formigando e latejando com a pressão da espingarda, e como não tenho extensão, droga, a limpeza parou no limite do fio. O meu piso do quintal está feito uma lua, redondo e branco de um lado e preto do outro. Hahaha. Super estranho. Mas tou feliz, calmiiiinha e orgulhosa do meu trabalho. E oba, vou comprar a extensão e claro, vai ter mais vap no fim de semana que vem.
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
o caderninho de sonhos
De uns tempos pra cá tenho tinho uns sonhos engraçados. Já falei aqui algumas vezes que não gosto de gente que conta sonho, afinal sonho não é verdade, não tem começo nem fim, e eu geralmente não sei como comentar assunto de sonho. Não é que eu não goste de sonhar, eu não gosto de ouvir sonho dos outros, só isso. Mas pensei que alguns detalhes dos sonhos engraçados que tenho tido podiam ser úteis para alguma coisa, e que, assim como tenho um caderninho de anotações na bolsa onde anoto todas as idéias de crônicas, peças e histórias, eu deveria ter na minha mesa de cabeceira um caderninho de sonhos. Quem sabe aquelas coisas engraçadas dos sonhos pudessem entrar em alguma crônica. Ou peça. Bom. Dai passei a dormir com o caderno e a caneta do meu lado. E se depois, quando eu lesse o sonho, se o que eu tivesse escrito fosse chato, não aproveitava pra nada e fim. Pronto, resolvido. Isso foi há uns quinze dias atrás. Lembro de ter anotado um monte de coisas no caderninho, mas quando fui olhar hoje de manhã, fiquei intrigada. Existiam apenas duas anotações de sonhos. Duas? Nossa, cadê o resto? Juro que eu achei que tinham mais de dez sonhos ali, como assim só dois? E ainda por cima uma da anotações, por eu ter escrito à noite e no escuro, era completamente incompreensível, pois eu escrevi todo o sonho numa mesma linha e ficou tudo embolado. Foi quando eu supus uma coisa esquisita, que eu sonhei que escrevi no caderno, e talvez tenha escrito mesmo, mas no sonho, não na vida real. Achei aquilo muito assustador, eu até me lembro dos sonhos que achei que escrevi no caderno da cabeceira mas que devem estar no caderno lá do sonho. Sei lá, vai ver que dentro dos meus sonhos eu também tenho um blog, escrevo peças e histórias, e estou aproveitando o que escrevi no caderninho do sonho dentro do sonho. Ai que esquisito. E esse único sonho que eu realmente escrevi no caderninho da cabeceira e que dá pra entender, eu não conto. É super chato contar sonho.
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
o meu iPhone cover
Quando eu resolvi trocar de telefone, todo mundo ficou falando "troca por aifone, troca por aifone, troca por aifone". Eu acho um saco essa coisa de aifone. Pra comprar um aifone você tem que entrar numa fila. Tem cabimento entrar numa fila pra um aifone? Você vai comprar a coisa, gente, comprar, com teu dinheiro, não é ganhar. Se fosse grátis vá lá, mas entrar em fila pra comprar eu acho super cafona e sou contra. Eu sou super contra fila quando a gente compra coisa. Como no cinema, você tá pagando o ingresso, quem paga não tem pegar fila, pô. Já basta fila de banco, fila de hospital, fila pra cadastrar em portaria de prédio. Resolvi desistir do aifone antes de sair de casa, ótimo quando a gente decide não se aborrecer, um saco aifone, além do que é caro pra caramba. Cheguei na loja e o moço perguntou as minhas preferências. "Cada pessoa tem que achar o modelo que mais se adequa às suas necessidades", ele explicou. Me senti numa concessionária de veículos. Ou numa consulta médica. "Quero um telefone grande, pois não gosto de falar em trequinho, com uma tela grande porque não enxergo mais nada e mando torpedo tudo pras pessoas erradas e com uma máquina fotográfica boa". "Ah, eu tenho o telefone ideal para a senhora aqui mesmo", o cara concluiu. Que aifone que nada, eu não vou pegar fila, pensei, feliz. "E se a senhora quiser, já que o da senhora caiu na privada um dia, depois tomou banho de champanhe e coca cola, eu posso colocar uma capa nele pra proteger". "Ô se quero". O telefone é realmente demais, o único problema, que acredito que é passageiro, é meu embananamento com o toutchi. Fiquei olhando o telefone um tempão depois, e conclui que ele é a maior cópia do aifone. Ou seja, quando eu disse minhas preferências, acho que descrevi exatamente... o aifone. Hahaha. O meu telefone imita em tudo o aifone, eu implicando com o aifone. Troquei meu celular por um aifone cover. Mas não entrei em fila.
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