Foram muitos os problemas no dia de hoje. Não sei se tem a ver com horóscopo ou com destino. Mas caiu um galho, do nada, em cima do meu carro de manhã. Fez um afundado no teto que dá pra encher de água. Uma aguinha, mas dá. Se chover vai ter uma pocinha no meu capô. O galhão é enorme e eu até trouxe ele pra casa de lembrança. "Foi um infortúnio", falou minha amiga Silvia B. quando contei pra ela. "Infortúnio é a palavra perfeita", concordei. Processar quem quando um galho de um bosque do meio da cidade cai na tua cabeça ou capô? Também hoje fiquei presa entre duas portas de segurança de um prédio de luxo que entrei, que travaram. Fiquei ali, incomunicável na segurança do prédio chique por mais de dez minutos até conseguirem me tirar com chave, todos os seguranças pedindo desculpas. Dai veio a parte nojenta. Entrei no carro da Sílvia B., minha amiga, no final da tarde, e, pra entrar no carro, que tava estacionado na calçada, pisei num jardinzinho. E subiu uma lesma nojenta na minha sandália, que resolveu subir no meu pé e na minha perna sem eu perceber até que... "Sílvia, tá molhado meu pé, acho que teu carro tá vazando água", eu disse, colocando a mão no dedão e pegando na lesma. Éca. Achamos e matamos a desgraçada. Pensar que coloquei até a mão nela, que nojo. Depois eu e a Silvia B. sentamos no meu quintal pra conversar e apareceu um morcego que não parava de me sobrevoar dando razantes. "Nota que ele só dá razantes em você", ela disse, rindo. Dai depois caiu um raio do meu lado, veio um clarão horrível, o maior barulhão, até tremi. Nossa. Um dia atrapalhado o de hoje. "Cheio de infortúnios", ela disse. Galhos, portas, lesmas, morcegos, raios, infortúnios.
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