O Zé foi pra China a trabalho. A viagem envolvia uma outra reunião em Londres, e foi de lá que ele foi pra Pequim no domingo. Ontem, quando eram mais ou menos seis da tarde, ele me ligou.
- Oi Zé, tudo bem?
- Tudo, mas isso é uma loucura.
- Porque Zé? Que horas é ai?
- Essa é a questão, Lú, não tenho a mínima idéia. Viajei um montão, cheguei cansado, dormi, acordei agora. No relógio aqui do quarto do hotel são cinco.
- Cinco da manhã ou cinco da tarde?
- Não sei, acordei agora e o quarto está escuro.
- Abre a janela e olha.
- Tá escuro lá fora também.
- Então, Zé, deve ser cinco da manhã. É claro. A China é tem os dias ao contrário da gente. É tudo de ponta cabeça ai.
- E que horas é ai?
- Aqui são seis da tarde. Esquisito você estar acordando agora, Zé.
- Esquisito é ser seis da tarde ai, Lú. E que dia é ai, Lú?
- Que dia da semana? É segunda. E você está em qual dia?
- Não tenho a mínima idéia. Será que aqui é segunda ou terça? E aliás, como eu vou saber isso?
- Liga a TV e vê num canal de notícias.
- Tá tudo em chinês. A tv é uma loucura.
- Liga na recepção.
- Eu não entendo o inglês deles. Nem parece inglês o que eles falam. Esquisitíssimo. Deixa. Já tou feliz de saber que são cinco da manhã.
- Já passa essa coisa estranha, Zé. Só você esquecer que tá de ponta cabeça.
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