quinta-feira, 31 de julho de 2008

ÔÔÔÔÔÔÔÔÔ...


- Outro dia fui levar o Luiz numa festinha. Uma festinha de criança, sabe como é? - Falou a Ângela, a minha irmã.
- Sei, claro.
- Lú, que engraçado. Aquela criançada correndo animada de cá para lá. Aquela coisa incontrolável. Já viu? É uma coisa completamente incontrolável quando crianças de cinco a dez anos começam a correr e gritar feito malucos numa festa. Dá até vontade da gente entrar no meio.
- Já fui em muita festinha, Ângela. E já dei muuuitas festas, minha irmã. Só para você ter idéia, meus filhos, juntos, se eu somar, já fizeram 50 aniversários. Cinquenta, juro. Multipique isso pelo número de festas que eu já fui, já levei e...
Ela interrompeu, rindo.
- Mas a gente, os pais e mães, a gente nem liga, principalmente quando a festa não é nossa e quando nosso filho está no meio dos outros, feliz da vida.
- A gente acha super bom o filho da gente estar enturmado.
- É, mas nessa festa tinha um pai... coitado, Lúcia... Hahaha. Um pai que tinha quebrado o dedão.
- Putis.
- Bom, imagina a cena. As crianças incontroláveis, correndo, por tudo quanto é lado. Até embaixo das cadeiras, das mesas, e o pai naquele estado. Ele em pânico. Totalmente em pânico, e o tempo todo tentando fazer uma coisa: criar um vazio em torno dele. Um nada. Desesperado, o cara.
- Hahaha. Como se fosse possível.
- Ficava de braços abertos, girando de cá para lá: ôôô... ôôô... ôôô... Como se fosse possível criar um vácuo entre ele e os desastres que podiam ocorrer. A possibilidade de alguém tropeçar, pisar ou cair em cima era imensa, enorme. Passou a festa toda assim: ôôô... ôôô... ôôô... Girando feito um louco, olhos esbugalhados, atento a tudo naquela dança absurda. Feito um pião, feito uma galinha tentando fugir. Hahaha.
- Galinha?
- Não tem nada pior do que ir de dedão quebrado em festa de criança. Hahaha. Nada. Um pesadelo total - declarou a Ângela, morrendo de rir.
- Você não ajudou, Ângela?
- Não, Lúcia. Claro que não. Era muito engraçado olhar. Ôôô... ôôô... ôôô... hahahahaha.

franka e o topete


Cabelo-belo-belo. Tem dias que esse negócio de ter cabelo me irrita profundamente. Não que meu cabelo seja ruim. Meu cabelo, esse que eu mesma produzo com minhas células, é um cabelo legal. Aliás, quem somos nós pra julgar o cabelo que a gente mesmo cria. Mas alguns cabelos não precisam de arrumação, e outros sim. E o meu precisa ser arrumado sempre. Não parece, porque é meio liso, mas precisa. Se eu acordar, tomar banho, passar shampú e creme, enxugar, pentear e sair e só ele fica uma desgraceira. Não adianta pentear diversas vezes durante o dia que não melhora. Ele tem a capacidade de não ser completamente liso e secar de modo desordenado. Na parte inferior - o meu cabelo é longo - a gravidade faz com que ele se arrume um pouco, mas na parte superior não: atrás ele sempre sobe (acredito que é porque durmo e ele amassa) e na frente, junto do meu rosto, ele forma dois grandes topetes, cada um indo para um lado do rosto. Redondões, feito um desenho de um violão. Ou um violino. Isso, eu tenho cabelo de violino. Isso, eu tenho topetões. E eu detesto esses meus topetões.
Eu sempre acho que tenho que consertar esse estrago da natureza. Já tive franja, que resolvia o problema das curvas violínicas dos fios, mas não sei bem porque franja me parece hoje coisa de criança. Olho atentamente todas as mães e mulheres da minha idade e percebo que nem 0,5% delas usa franja. Franka, franja não, eu penso. Então recorro às máquinas: o meu secador e a minha chapinha. O calor das duas resolve o problema e tira os topetes. Eu penso se deveria ou não fazer isso, essa coisa de tirar o topete. Afinal Deus me fez assim. Mas por mais que eu pense, não consigo imaginar porque cargas d´água ele fez isso. Pra que serve o topete, gente?

terça-feira, 29 de julho de 2008

que idéia

(Achei melhor não ilustrar esse post)
Não ia falar disso aqui, mas não aguento. Bom, mas qual o problema de falar de morte? Não existe assunto proibido e nem politicamente incorreto, uma vez que não tenho outra política a não ser a de "ter assuntos". Então lá vai: que idéia horrível foi essa da Dercy Gonçalves de ser enterrada em pé? Meu Deus, que é isso? Tudo bem que depois que se morre o corpo se derrete, se esfacela, não sobra nada e que o que fica é a alma (mas esse é um assunto, eu penso, que deve ser discutido somente depois da morte, uma vez que ninguém tem certeza que ela existe mesmo), mas querer ser enterrada em pé me pareceu uma coisa pra lá de estranha. Ora, a lei da gravidade vale também para os mortos, e uma pessoa morta em pé, sem apoio, sem alças e sem sustentação não vai virar um montinho de restos bagunçados lá no pé do caixão, com uma cabeça torta e caída em cima dele? Não sei, mas me parece super feio morrer e ficar o resto da eternidade assim, descomposta, com o corpo parecendo uma montanha de entulho. Sorry, gente, mas já eu quero ficar arrumadinha, o menos bagunçada possível. Bem, falei. E eu disse que o post era esquisito, mas também confessei que não aguento não comentar.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

pega na internéti

Na casa da minha mãe, eu, ela e minha irmã. Discutindo regimes. Para os homens de plantão que ainda não perceberam isso, quando se juntam 3 mulheres, 50% do assunto é esse: regime.
- Precisa ver que beleza. A Vânia está fazendo um regime e perdeu 8 quilos. Vou fazer o regime dela - falou a Ângela.
- Você não precisa de regime, Ângela.
- Não custa nada. E é um regime que pode comer tudo, à vontade. Tuuudo. É um regime super alto astral, porque em todas as refeições está escrito isso mesmo: pode comer à vontade.
- Ué, como assim? - perguntei.
- Deve ser beterraba a vontade, quiabo a vontade, escarola a vontade, sopa a vontade, bife a vontade - comentou a minha mãe, obviamente não acreditando no tal regime.
- Mais ou menos isso, mãe. A Vânia vai me dar o endereço do regime.
- Endereço do regime? - estranhou minha mãe.
- É, é um regime da internet. Ela pegou na internet, a Vânia.
- Ah, que pena. Eu não tenho internéti, filha. Não dá pra eu fazer.
Hahaha.
Regimes a parte (sei lá se esse, da amiga da minha irmã, funciona), fiquei pensando muito nesse termo que todo mundo fala sem parar hoje em dia: "pega na internet". A quantidade de coisa que a gente pega na internet. Quer fazer um regime? Pega na internet. Quer viajar? Pega na internet. Quer fazer um cassoulet? Pega na internet. Quer qualquer coisa? A internet hoje é um lugar onde "se pegam" coisas. Hahaha. Termo engraçado. "Pega". Está tudo lá, de regimes, a viagens, manuais, horóscopos, receitas de comida. E crônicas. Tudo grátis, disponível, na sua frente. Pra pegar ou largar.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

só no dia 4!!!

foto do olho mágico da minha sala

De férias? O concierge tá de férias! Ahhh. Tudo contra mim, poxa. Faço a lareira em casa, vem esse calor insuportável (que tenho ignorado completamente, ontem a noite gastei um feixe de lenha), depois tenho a idéia terrorista de mandar a crônica do concierge para o concierge e descubro que ele está... de férias. Puxa. Que semana invertida para mim, quando o porteiro me disse fiquei desanimada. Resolvi investigar se era verdade. Se você for ao café Freud - tem um café aqui no térreo do meu prédio de trabalho, pra quem não sabe - e sair pela porta lateral, (onde é o lugar que as pessoas fumam), dá pra olhar dentro da sala do gerente-concierge, pois essa sala é virada para o jardinzinho. Ontem eu fiquei ontem olhando a tal salinha de fora. Estava realmente com a maior cara de sala de gente que-saiu-de-férias, com os papéis arrumadinhos em cima da mesa e o computador desligado. Para não perder a cópia e o envelope e subir de novo com eles, resolvi entregar para a Beth, a dona do café. Ora, ela também não sabe da minha identidade secreta. Ora, e ela fala com Deus-e-o-mundo.
- Beth, olha para isso. Ia colocar na sala do nosso gerente, de presente para ele, mas ele não está.
- O que é?
- Uma crônica que eu escrevi na revista Morar, da Folha de São Paulo.
- Nossa, você escreve para a Folha? Crônicas? Não é arquiteta?
(Assim que a gente começa a ficar famosa, eu acho).
- Escrevo.
- Vou ler, nossa que chic, parabéns.
Chic. Eu. Hahaha.
E eu vou agora lá embaixo ver o que ela achou.
E inventar outra história para contar hoje.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

será que faço isso?


Ontem, ao descer para o café Freud, dei de cara com o gerente do nosso prédio. Aqui ele não é chamado de "concierge", como na crônica que escrevi para a revista Morar, mas pelas características dele, pelo fato dele ter uma sala própria e pela postura dele dentro do condomínio, não tenho dúvidas de que ele é um deles. Um legítimo "concierge". E dos bons. Só falta o apelido em inglês, francês, alemão ou italiano, que é fácil de dar, uma vez que estou cada vez mais popular por aqui.
Ora, até quando eu devo esconder que já falei da sua profissão na revista? E porque eu, a blogueira Franka, tenho que manter a minha identidade em segredo dentro desse prédio? Afinal, porque não ter orgulho de ser blogueira? No sábado estávamos conversando, eu, minha irmã Ângela, minha mãe e o filho da Ângela, o Luiz. Surgiu uma conversa sobre profissões, minha mãe passou a sabatinar o neto.
- Luizinho, seu pai é o quê? Você sabe?
- Arquiteto.
- E sua mãe, é o que?
- Professora - ele disse.
- E a sua tia Lúcia?
- Blogueira, ué.
Nunca tive tanto orgulho do meu sobrinho. Foi a primeira pessoa na minha vida que notou ser blogueiro, é sim, uma grande profissão.
Assim, convicta que sou blogueira e que isso é digno de nota alta, que tive uma idéia terrorista. E se eu enviasse, em segredo, a matéria da revista para o gerente-concierge? Hein? Putis, eu adoro uma molecagem. Achei a imagem escaneada da matéria na revista Morar de março e imprimi. Coloquei num envelope, e hoje, daqui a pouco, quando descer para o café, ahá, estou pensando em colocar embaixo da porta da sala dele. Do nosso concierge.
Mas confesso que estou aqui na dúvida. Devo fazer isso? Não devo? Será que ele vai descobrir quem eu sou? Acredito que sim, uma vez que ele tem acesso à lista de fofocas do google do prédio onde me inscrevi com meu nome verdadeiro. Mas será que ficará bravo com a crônica? Estou aqui sonhando com as consequências desse meu criminoso ato. Ora, eu também posso me dar bem. Será que a matéria vai parar no painel de avisos do prédio? Ficará um diz-que-diz nos corredores, "vocês viram o que a moça nova escreveu?". Quando eu entrar no elevador, me perguntarão, "ei, você é você?". Nossa, tenho que avaliar muito se essa fama me será conveniente ou se devo me manter em segredo. Afinal, é um ato sem volta.
O que vocês acham?

quarta-feira, 23 de julho de 2008

3 coisas


1
Tou só com um filho aqui, o Chico, pois os outros dois viajaram. O João foi pra Novo Hamburgo e a Nana pra Cordisburgo. Burgo-burgo. Engraçado.
2
Ontem abri as portas todas da sala a noite e sentei no sofá. Fiquei um tempão esperando ficar bem frio. Não ficou, mas começou a entrar um ventinho. Nossa, estou congelando, eu disse, acho que temos que acender a lareira. Pô gente, pode uma coisa dessas? Bem quando eu faço uma lareira em casa o frio acaba? Coisa mais insuportável, mas não me deixei abalar. Tirei o casaco e fiz o maior fogão. O Zé entrou, olhou o local do depósito de lenha já vazio.
- Não há lenha que chegue nessa casa.
Para completar a secura, tivemos a sensacional idéia de pedirmos comida japonesa, salgaaaada, e passamos a noite acordando para beber água. Casal uva passa.
3
Estava no carro quando vi uma cena fantástica. Tentei tirar uma foto, mas com o carro andando e eu sozinha e dirigindo, só consegui essa foto ai acima, que ficou completamente maluca e sem nexo. Mas explico, olha que imagem sensacional: era a cena de um carroceiro com três caixas vazias de TVs de LSD na carroça dele. Hahaha. Coisas de consumo do mundo moderno. Eu e metade da torcida do Corintians aproveitamos a oferta da TVLSD.



terça-feira, 22 de julho de 2008

pilulinhas


Desci no térreo do prédio para tomar um café e percebi uma coisa. Não é implicância minha, eu apenas reparo em uma coisas completamente inúteis, como essa: o nome do prédio onde eu trabalho é americanizado - chama-se "West Tower", tudo bem, deixa ele lá em inglês, mas, já que o nome é americano, porque é que o banheiro do térreo tem um placa onde está escrito "toillete", que é francês?
Bom, estava a maior barulheira no café. Do lado do café tem umas portas de vidro filmado, que escondem um salão de reuniões cheio de cadeiras.
- Que tá acontecendo ai, Beth?
- Um encontro de farmacêuticos, eu acho.
- Nossa, que gritaria. Quanta gargalhada. Que farmacêuticos felizes.
- Estão assim desde de manhã.
- Nunca imaginei que fossem tão alegres, Beth. Se fosse um encontro dos pacientes dos médicos daqui, o encontro ia ser o maior baixo astral.
- Ontem mesmo veio outra moça aqui chorando, lembrei de você - ela me conta.
Ouvimos umas gargalhadas altíssimas de novo.
- Beth, que será que acontece num encontro de farmacêuticos? Será que eles não estão experimentando os rémédios?

segunda-feira, 21 de julho de 2008

a tv de lsd


Como a sala ficou muito legal com a lareira, resolvemos atualizar a TV e compramos um daqueles modelos de parede, de tela plana, que parece um quadro. Minha mãe chama aquelas TVs de "TVs de LSD", e depois que ela inventou esse apelido, nunca mais conseguimos lembrar o nome certo da TV.
É a maior complicação colocar uma televisão daquelas na parede, pois tudo que estava antes no rodapé tem que ficar lá no alto, atrás dela: tomada de elétrica, de TV a cabo, telefone. Mas já que havia quebra-quebra, resolvemos ir fundo e quebrar mais ainda. Lá foi parar a TV no meio da parede, ocupando o lugar de um quadro (que obviamente está encostado num canto, coitado). A idéia de colocar uma televisão numa parede revoluciona tudo que já aprendi na vida sobre televisões. Quando ganhamos a nossa primeira, uma coloridinha de 14 polegadas, ganhamos um carrinho com rodinhas, daqueles metálicos, raquizinho. Depois compramos uma maior, de 16 polegadas, que não coube no raquizinho e que ficava numa bancada de madeira. Depois dessa, veio uma de 20 polegadas, toda preta, que, numa mudança de apartamento, ganhou um lugar especial que projetamos, eu e o Zé, com uma plataforma semi giratória que nunca funcionou muito bem. Um dia, depois de ganharmos uma grana a mais, colocamos essa de 20 no quarto e compramos uma sensacional TV de 32 polegadas, que nos parecia imensa (e ainda é, pelo menos se você olhá-la de lado). Ela ficou conosco doze anos, até que na semana passada foi para o nosso asilo. Sim, porque eu e o Zé temos um asilo de TVs. Como nunca sabemos o que fazer com as antigas e o Zé é super sentimental com nossas TVs, guardamos todas. "Quantas TVs vocês tem em casa?", pergunta a mulher do senso. "Sete", respondo, "mas ativas somente duas". Não que elas estejam doentes ou que não funcionem. Apenas não usamos.
Passamos a semana passada encantados com nossa TV - quadro - LSD, feito uns caipiras. "Tira a mão, menino", eu dizia aos filhos, pensando se devo mandar fazer uma capa para protegê-la.
- Lú, mas sabe qual a coisa mais legal dessa TV?
- As imagens HD, Zé?
- Não, não.
- O que, Zé?
- A Rádio Net.
- Rádio Net?
- É. Tem um canal na Net que só toca música.
- A outra TV também tinha.
- Mas essa tem uma proteção de tela "preta". Ela fica apagada, e a música dela vem do além. E tem uma rádio "anos 70" que é sensacional. A melhor das rádios.
Coisa mais estranha esse mundo moderno, se a gente pensar bem. Pois agora temos um quadro negro de LSD na parede que canta sozinho "Alone Again".

sexta-feira, 18 de julho de 2008

chora, franka, chora

desenho do luiz

Vocês não imaginam como tenho feito conquistas aqui no prédio novo de trabalho. A cada dia eu tento conhecer uma pessoa nova, não sei com que intenção, uma vez que não quero me tornar síndica, mas tenho pura curiosidade de saber quem é que pode estar lá em baixo no Café Freud, ou na portaria, ou no hall da garagem. Também faço o jogo da adivinhação - "é psicanalista ou não?" com todo mundo, e geralmente acerto. Para quem não sabe, tem muito psicanalista, psicólogo, analista, psiquiatra e terapeuta aqui, e como eu ainda não apredi a diferença da profissão de cada um deles, defino todos como defino todos como de uma só espécie: psicanalistas.
É bem mais fácil fazer amizade no Café Freud ou ao lado dos cinzeiros (temos dois, externos, um na entrada principal, num cantinho, e outro do lado de fora do Café Freud) do que na garagem, embora eu já tenha conseguido conversar com algumas pessoas enquanto espero o carro. A Beth, a dona do Café Freud, e a Maria Neusa, a ajudante dela, viraram minhas super amigas. A Beth já sabe de praticamente toda minha vida, até da minha lareira, e a Maria Neusa passou a me chamar de "Lucinha" na semana passada, o que eu considerei como uma consideração muito grande pela nossa relação.
Mas a coisa mais impressionante aqui é a quantidade de gente chorando no elevador. Não tem um dia que não dou de cara com um ou uma. É muito raro você ver alguém aos prantos na rua, em reuniões de trabalho e muito menos em obras, lugar que frequento muito. Mas aqui é coisa corriqueira. As pessoas vem, contam todos seus segredos nessas salinhas e saem chorando feito bebês. Olha, a última situação semelhante com choros que vivi na minha vida foi quando meus três filhos eram pequenos e brigavam. Mas aqui todo mundo é mega adulto, fico pensando o que esses psicanalistas fazem com esses pacientes. Sei lá, o problema é que com esse, os chorões, é impossível conversar. Acho que vou chorar pelo menos uma vez ao dia no elevador, talvez eu possa enturmar com eles também. E vou descer e dar uma idéia pra Beth: vender anti-depressivos no balcão dos salgadinhos e sanduiches. Ixi. Já pensou se meus vizinhos derem pra ler meu blog?

terça-feira, 15 de julho de 2008

a galinha da ângela



A Ângela foi para o sítio. Ela, meu sobrinho, coleguinhas do sobrinho, cachorro. Um certo dia encontra um senhor vizinho na estrada.
- Passei na sua casa, Ângela, você não estava. Deixei lá dentro uns ovos, leite, queijo, uma galinha, verduras. Aproveitei cortei um pouco de lenha pra você.
- Nossa - ela agradeceu - obrigada, puxa, obrigada.
Saiu dali com as crianças, mas a cabeça dela só pensava numa coisa: "Meu Deus. Galinha. Galinha. Galinha. Esse homem me deu o que mesmo? Uma galinha. Será que está viva? E o que eu faço com uma galinha?".
Chegou em casa e olhou para a bancada da pia. Ovos, leite, queijo, verduras, lenha e... a galinha. Estava sem penas, mas ali sobre a pia ela via o corpo todo da ave, com cabeça, pernas, pés. Com um monte de coisas para fazer no momento com as crianças, banho e jantar, resolveu pensar naquilo depois. Colocou num saco plástico e enfiou na geladeira.
No dias seguinte, quando acordou, lembrou.
"Nossa, a galinha. O que eu faço com ela? Não é possível que eu não saiba fazer uma galinha, afinal que tipo de mulher eu sou?".
Na verdade, entendo a Ângela. Sabemos fazer um monte de coisas diferentes, como atualizar anti-virus e usar pen-drives, mas galinha é algo muito mais complexo e fedido. Mas como não queria decepcionar o vizinho e as crianças, resolveu colocar a mão na massa. Tirou a coitada da geladeira e olhou para ela: cabeça, corpo, pés. Será que tinha tudo que tem dentro de uma galinha? Revirou de cá para lá e não notou nenhuma "cirurgia". "Ixi. Tem", ela pensou. "E como eu não sei limpar, vou fazer com tudo dentro". Colocou numa tigela, temperou e foi dar um passeio com os meninos, lembrando a toda hora que tinha que resolver aquilo.
Na volta resolveu simplificar. "Vou ferver a galinha", decidiu. "Galinha en-so-pa-da". Colocou na água, tapou e tentou esquecer. Depois de um tempo, voltou, abriu a tampa devagarzinho e viu a galinha com as pernas completamente abertas, escancarada, toda torta, e em volta umas coisas que pareciam umas moelas boiando. O cheiro péssimo.
Não dava mais. Desistiu.
- Meninos, já voltou.
Pegou a panela com tudo dentro e levou para uma vizinha. Morrendo de aflição.
- A senhora me ajuda, por favor. Olha pra isso.
Bom, a vizinha desfez o estrago, rindo, cozinhou e, no final da tarde ela viu a mulher voltando. "Não, ela está voltando de novo, a galinha de novo, não!" Segundo ela, as crianças comeram e disseram que estava bom, mas ela não teve coragem pra tanto. Perguntei ao meu sobrinho o que ele achou da galinha.
- Tia, depois que virou comida ficou gostoso, mas minha mãe quase estragou tudo, pois deixou ela toda morta, espedaçada, horrível.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

banan'up!

Hahaha. Olha que demais o nome do suco que o Zé comprou. Seria o primo brasileiro do Seven'up?

franka faz fogo


Há cerca de quinze dias, demos uma almoço aqui em casa. Estava muito frio, todo mundo tiritando. Num certo momento, ouvia uma conversa do Caio, meu cunhado, com o Zé.
- Como que é?
- O Caio e eu estamos combinando de fazer uma lareira aqui em casa. Ele tem um pedreiro que sabe fazer bem. Que acha?
Lareira. Ual, topei na hora. Fiquei imaginando a minha casa como aquelas casas de filme, com a família toda aconchegada ao redor do fogo, quentinha.
- Sim, sim, sim!
Há duas semanas que isso aqui tá o caos. Passamos os dias mais frios de julho com um buraco no meio da parede da sala, a casa aberta para o jardim e os móveis empilhados, até que conseguimos acabar a construção. Obra é uma zona, depois ainda tem a parte elétrica, a pintura, os arremates, e óbvio que ainda não acabamos. Mas nesse final de semana resolvi treinar, treinar e treinar (no que já existe de lareira pronta) para aprender a fazer... fogo.
Olha, o primeiro que fiz foi catastrófico. Mixuruco, não ia adiante. Fui pegando as "manhas", e aos poucos, opinião aqui, palpite ali, lenha certa, deixa-o-fogo-em-paz, assopra de leve, consegui, mas consegui legal mesmo dominar aquele buraco na parede. No sábado e ontem, o dia inteirinho, passamos o tempo todo diante daquele vão no meio da sala onde agora tem... fogo. Que demais. Na primeira vez que deu certo e o fogo pegou mesmo, dancei, cantei, tralalá, até que ele ficou enorme e tive o maior medo.
Ó. Fogo muda tudo numa casa. Os nossos ancestrais foram gênios de inventar nisso. Esquenta mesmo. Parece idiota redescobrir o óbvio, mas na nossa vida moderna isso sempre acontece. E o legal do fogo é que você fica fuxicando, o que é, sem dúvida, a parte mais legal. Empurra aqui. Arruma ali. Mais uma lenhinha. Mais uma ajeitadinha. Repara no fogo. Comenta o fogo. Será que folha pega fogo? Vamos colocar uma pinha e ver o que acontece? Putis assunto.
Tudo está improvisado ainda, mexemos a lenha com espeto de churrasco e ainda não temos nennhum acessório, mas imagine. Temos uma lareira.
Olhei para todos ontem a noite.
- Gente, olha que legal - eu disse - Olha a nossa família mais uma vez parada e falando bobagens sem fazer nada nos fins de semana. E ainda por cima com um motivo pra isso. "Estamos na lareira, ora".

sexta-feira, 11 de julho de 2008

as meninas super bandeirosas


Eu não ia colocar isso aqui, mas foi tanta discussão e opinião a respeito ontem que resolvi postar duma vez. Um dia, umas semanas atrás, fomos assistir o ensaio da banda do Caio, eu e minhas amigas. Entramos na sala e o Peri, o baterista, cochichou baixinho pra mim:
- Hehehe. Olha, chegaram as meninas super-bandeirosas.
- Hã? Quê, Peri? - estranhei.
- Hahaha - ele riu - eu chamo vocês assim. "As meninas super-bandeirosas".
Lembrei disso na viagem, na praia, e comentei com elas.
- Hã? Bandeirosas, Franka? Nós? Achei que a gente disfarçava tão bem... - disse a , rindo.
- Pois é - comentou a Lú - genial isso, genial.
Foi quando percebemos que estávamos do lado de uma bandeira na praia. Lá em Itamabuca tinha um campeonato de surf, a praia estava toda enfeitada. Ligamos os pontinhos na hora. Bandeiras, bandeirosas. E assim resolvemos tirar uma foto posando ao lado do mastro da bandeira, de baixo para cima, poderosérrimas. Em posição de seriado, sabe como é? Heroes, Law and Order, essas fotos de gente pancuda, de braço cruzado. A foto ficou genial.
- Mas está absolutamente impostável - disse a Drake - estamos de biquíni, na luz do sol, de baixo pra cima! Céus!
- Não dá pra colocar essas meninas super-bandeirosas no blog, Franka - disse a Bê - estamos mais para meninas super-vexaminosas. Mas vou dar um jeito. Nada que um fotoxópe não resolva.
A é a rainha do fotoxópe. Mudou a imagem, escolhendo a melhor de cada uma (em pose de Condessas, reparem), catou a bandeira da praia, colocou a gente no barco, e, de quebra, mandou ver uma dose dupla de cada uma de nós. Olha que genial, gente. As meninas super bandeirosas ao quadrado. Só faltou a Condessa, que estava na parte de trás do barco. Mas acho que com mais um fotoxópe a Bê resolve isso. Né Bê?

terça-feira, 8 de julho de 2008

flipioca


Era assim. Tudo estava tranquilo na cidade de Parati até o momento da abertura das portas da tenda. Gente do céu. Você ali, tomando cafezinho, comprando livrinho, passeando na pracinha, tudo muito tranquilinho quando de repente vinha o maremoto. Sei lá quantas pessoas cabiam na tenda grandona. Acho que umas duzentas mil, porque quando aquelas portas abriam não dava nem pra andar na cidade. Onda vai, onda vem, nós (que não fomos lá dentro da tenda) nos distraímos e, quando vimos, era hora do jantar e duzentas mil e quatro pessoas tiveram a mesma idéia. Tentamos um restaurante, dois restaurantes, três restaurantes, abaixamos o nível de exigência, tentamos uma lanchonete, duas, um cafezinho, abaixamos mais, uma padaria, duas padarias, uma vendinha, um carrinho de hot dog, nada, nada, a fome apertando até que vimos, lá longe, perto do carro, a barraquinha de tapioca. Hahaha. Parati cheia de restaurante chique, a gente de cá pra lá com a Condessa e o Imperador para acabar na barraquinha de tapioca na frente da Igreja Universal do Reino de Deus.

o edu filosofa

Essa é a foto que eu tirei do Neil Gaiman

- Como é, Edu?
- Eu sei porque a Flip faz sucesso.
- E porque é?
- Pensa. As pessoas imaginam os escritores como umas pessoas reclusas, misteriosas, que ficam trancados em salinhas, imersos numas histórias imaginárias, criando romances, tramas, poemas e...
- E daí, Edu?
- E daí que todo mundo fica super curioso para saber como o escritor é.
- Todo mundo quer conhecer quem admira.
- Não, escritor é diferente, Lúcia, porque não aparece. Mas em Parati eles andam pela rua, tomam café, almoçam, como se fossem pessoas... como a gente. O que as pessoas gostam é isso. Ver os escritores famosos aqui e ali, de verdade, feito personagens tomando vida. É isso. A ficção que vira realidade.

pedra, pedra, pedras


Vou fazer uma observação sobre a Flip. É muito difícil andar muito em Parati por causa do chão de pedras. Não que não dê para andar na boa, claro que dá, mas como o piso é extremamente irregular é preciso prestar muita atenção. Usar salto jamais, e confesso que isso me frustra, porque eu me sinto mega-melhor quando uso salto e fico mó altona. Se eu pudesse ir de salto pra Flip, tenho certeza que eu abafaria muito mais. Por causa desse piso, temos que andar olhando pra o chão. O tempo todo. "Não aguento mais olhar pra o chão", desabafou a Fran no fim do dia. "Fecho os olhos e só vejo pedra, pedra, pedra", ela completou. Hahaha. Verdade. "Não sei como aquelas lojas vendem alguma coisa, eu não consegui olhar para o lado uma vez", disse a Bê. Já eu não sei como as pessoas se encontram, uma vez que só olham para baixo. Devo ter passado ao lado de diversos amigos sem perceber. Talvez até encostado nos famosos. Os famosos devem ficar bem a vontade, uma vez que são pouco reconhecidos. Parati, a cidade com a maior privacidade do mundo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

bem lembrado, mariana


A Mariana lembrou no comentário do post anterior. Depois da Condessa, a pessoa mais importante da Flip é o Mauro. Nosso amigo da FAU. Sabe gente famosa, daquelas que as pessoas apontam e cochicham? É isso que acontece com ele. As pessoas apontam o Mauro, porque ele que praticamente inventou a Flip,e falam entre si "é aquele, é aquele". É curioso uma pessoa normal, que você conhece, teu colega e tal, de repente ficar famoso e ser apontado e cochichado. Também, o Mauro tá de parabéns. Tem o Príncipe, a Condessa, e tem o Mauro, o Imperador da Flip. E hehehe. Olha como a gente é amigo, eu e o Imperador Mauro.

contos de fadas


A gente, em viagens, tem que ter meta. Eu adoro meta de viagem. Chegar em tal lugar. Ir visitar tal coisa. Encontrar tal pessoa. Participar de tal evento. Na viagem de ida para Itamambuca, fiquei pensando quem era a pessoa mais importante da Flip. E eu resolvi colocar uma meta pra mim: encontrar o Príncipe. Aquele, nosso, de Orleons e Bragança, dos Dom Pedros.
Hahaha. Meta mais absurda, mas foi o que me deu vontade.
Mas cadê o cara? Não encontrava de modo algum e começei a achar minha meta impossível. Todo mundo que eu conheço ia, em alguma hora da Flip, encontrar com o tal do Príncipe. "Vou numa festa que ele vai estar", dizia um. "Vou num almoço na casa dele", falou outro amigo. "Ele estará na recepção que eu vou", falou mais outro. Até minhas amigas encontraram com ele quando não estavam comigo. Puxa. Todo mundo conhecendo esse príncipe e eu ali, de fora, não sabendo nem por onde começar. Sei que não é fácil encontrar um príncipe. Sapo é mais bico. Estava quase desistindo de encontrar a realeza quando aconteceu uma coisa.
O Fernando, meu amigo, recebeu um telefonema. Tinha chegado em Parati uma Condessa, e ele ficou incumbido de ciceroná-la no dia seguinte. Uma condessa italiana de verdade. Daquelas da alta nobreza européia. Das poucas que ainda existem. Juro. E ela queria dar uma passeio de barco, a Condessa.
- Fernando, acha que ela é mais importante que o príncipe?
- Ô. Muito mais. E Lúcia, socorro, ela quer andar de barco. Eu e ela num barco? Não entendo nada de mar.
- Chame a Fran. Ela é velejadora. Ela entende tudo de mar.
E foi assim. Olha que coisa. Combinamos da Fran levar a Condessa para conhecer o mar de Parati, e, de quebra, a gente ia de carona, com direito a almoço num putis restaurante numa ilha, na melhor mesa do lugar. Não entendi porque o príncipe abriu mão desse passeio, coitado dele sofrendo naquele monte de recepção, almoço e jantar enquanto a gente passeava de barco. Passamos o dia com ela, uma senhora simpática e divertida, que tem uma fundação que recebe escritores na sua casa, em Florença. A Flip é muito chique, gente. E acho que cumpri a minha meta. Estou me sentindo a maior nobre. Hahaha. Condessa Franka. Baronesa Franka. Duquesa Franka. Marquesa Franka. Princesa Franka. E conhecer o príncipe é uma questão de tempo. Putis literatura.

a flip é muito cheia


Fui nesse Festival Literário de Parati, pois bem. Gosto de escrever e me sinto bem em ambientes de escritores. Mas acontece que aquilo é cheio demais. Nossa. Gente demais. Programação demais. Fila demais. E se você quer assistir as palestras sem ser famosão e sem ter crachá, você tem que ser muito organizado para pegar as senhas e entrar na fila antes do caos. E tem que ter paciência para esperar horas. Senão babau.
Implorei para meu amigo Fernando, que agora trabalha na Flip, para ele me dar um pouco o crachá dele. Empresta por favor, eu pedi. Que nada. Então, como era impossível para mim enfrentar a chateação de senha+fila+espera, ainda mais em turma, desencanei de ouvir sobre literatura. Hahaha. Sou o fim da picada. Eu confesso que fui na Flip dois dias mas que só fiquei zanzando, rindo e inventando histórias. Não vi nada. Nada, gente! Resolvi viver a literatura ao vivo. Um bom e divertido modo de se livrar dos micos de ir num festival literário lotado. E vivi uma literatura muito nobre nesses dias. Coisas de príncipes, imperadores, condessas. Juro. Depois eu conto. Foi demais.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

franka na flipe de geladeira vazia



Hehehe. E lá vou eu com elas pra Flip de novo. As minhas amigas Bê e Drake. No ano passado fomos, pois o nosso amigo Edu emprestou a casa dele em Itamambuca. Esse ano deu certo de irmos de novo. Não é lá muito perto Itamambuca da Flip, mas dá pra ir numa boa. E depois tem a praia. Legal.
É uma viagem que inventamos. Uma viagem de descanso de mães, sem maridos, sem namorados, sem filhos. No ano passado, quando fizemos isso, parecia que fugíamos de casa. É engraçado isso. Pra a gente, que tá casada e é adulta há tanto tempo, pra a gente que só anda acompanhada de filhos e maridos, viajar só com amigas é estranho. É como se a gente não pudesse fazer aquilo. Mas pode. É só fazer.
Ano passado postei aqui a foto da nossa geladeira. Não levamos nada, só água e cerveja. Hahaha. A idéia de não planejar nada, de ir e apenas ir, nos pareceu uma grande aventura. Um grupo de mães, donas de casa e profissionais competentíssimas não planejar "cafés da manhã", "almoços" e "jantares" antes é um grande desafio. Parece uma grande molecagem. Que absurdo, né? Loucura a vida que a gente vive.
Mas fazer molecagens quando se é adulto não é o modo mais seguro de sobreviver?
Volto semana que vem. Bái.

meus bombons


Descobri uma coisa. Agora que não trabalho mais em casa, eu posso ter comidas só minhas. Em casa é impossível, aliás, na minha casa não tem nunca nenhuma comida, pois os meninos e os amigos deles comem tudo que aparece pela frente e não há o que chegue. Por exemplo, se eu me atrasar para jantar, babau, me resta pedir uma pizza. Mas trabalhar num escritório fora de casa é diferente, é como se eu tivesse um esconderijo onde guardar as minhas coisas.
Bem, aqui perto tem uma loja de chocolates da Kopenhagen e eu comprei uma caixa inteirinha de bombons só para mim. Foi uma atitude muito estranha, ninguém se dá uma caixa de bombons, mas confesso que fiz isso. E olha, pode parecer ridículo, mas me sinto uma milionária quando olho para a caixinha dourada. O mais legal é que a M. não come chocolate, dei um para ela e ele ainda está ali ao lado dela, ao lado do micro, dormindo, acho que ela aceitou por educação.
Olhei ontem feliz para minha caixinha ontem e ela perguntou:
- Ainda tem bombom ai?
- Tem, comi só dois e só dei um pra você.
Ela pegou a caixinha e ficou separando.
- O que você está fazendo?
- Organizando para ver quantos você tem de cada tipo.
Olhei orgulhosa para o que ela fez na minha mesa. Um monte de bombons, todos só meus. A M. é muito organizada. Legal ter bombons, legal gente assim.