terça-feira, 14 de novembro de 2006

a mulher que estala a calcinha II


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- Há um reparo naquela história - explicou meu amigo que tem medo da mulher que estala a calcinha - Ela não é gorda. Ela é peituda, tem pouca bunda e o estômago um pouco saliente. Mas é bonita e sensual, num sentido assim meio sidney magal, espalhafatoso.
- Ah é? Olha que coisa. Quando você me contou eu a vi daquele modo que descrevi.
- Mas não é. Ela não é gorda.
- Está bem, não costumo fazer isso, mas nesse caso, como a história é sua, quando eu puder eu corrijo. E por falar nisso, como ela vai? Estalando e te assustando muito? Plá, plá, plá?
- Sim, cada vez mais, nem me fale. Mas olha, tenho a impressão que todos lá no escritório tem a mesma sensação que eu, de medo dela, apesar de não saber se todos perceberam que ela estala a calcinha. Eu nunca comentei isso com ninguém.
- Porque você acha isso?– eu perguntei.
- Outro dia eu vi a recepcionista no corredor. A moça ia entrar na sala dela, mas antes de pegar a maçaneta, ela parou, estacou ali diante da porta, respirou fundo e... acredite. Fez o sinal da cruz.
- Como é? Ela fez o quê?
- O sinal da cruz – ele disse, seríssimo - Agora pensa e me responde: porque é que alguém faz o sinal da cruz antes de ir falar com uma outra pessoa? Hein? Eu, hein. Essa mulher, não sei não.
- Plá, plá, plá?
- Plá. Realmente, é assustador.

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