quinta-feira, 16 de novembro de 2006

a puxadinha


Ontem, final da tarde eu tomava um café com a minha mãe.
- Mãe, ontem fui num encontro num bar e aconteceu uma coisa horrível com uma conhecida.
- O que foi?
- Uma coisa que morro de medo que aconteça comigo.
- Conta, lúcia.
- Bom, ela estava sentada ao meu lado quando chegaram uns amigos. Ela se levantou para cumprimentar, estava bem ao meu lado mesmo.
- Sim.
- Ela vestia um vestido de um pano bem molinho, levinho, fininho. Quando ela se levantou, o vestido engruvinhou todo atrás e entrou dentro do bumbum dela. E ela não percebeu.
- Ai que horror. Eu entendi. Dá muita vergonha mesmo de ver isso.
- Olhei de novo e lá estava, ela realmente não percebeu. E ela estava em pé e de costas para a mesa toda dando aquele vexame, com o vestido enfiado no bumbum e grudado na bunda. Eu fiquei ali ao lado apavorada com a cena.
- Coitada.
- Bom, olhei para o outro lado e minha amiga também olhava para aquilo. Vimos que os dois amigos da frente também perceberam e até cochicharam, rindo.
- E ai, filha, você puxou?
- Hã?
- Você não puxou o vestido para tirar de dentro do bumbum dela?
- Que mãe? Eu? Puxar o vestido dali?
- Filha! Não acredito que você deixou a moça naquele estado e não fez nada!
- Puxar?
- Uma puxadinha de nada!
- Mãe, eu não ia desenfiar, mãe! Que nojo!
- Filha, mas é uma mulher com problemas, e nesse caso as outras mulheres tem que ajudar. É assim que funciona. Dane-se o nojo, que feio pensar isso.
- Mãe, você é louca! Tirar um vestido de dentro do bumbum de outra mulher em público!
- Filha, não exagera, eu falo de uma puxadinha de nada. E se você não é muito amiga você avisa antes para ela não assustar: ‘fulana, cuidado, seu vestido está enfiado no bumbum’ e depois pimba, dá uma puxadinha rápida.
- Mãe, que absurdo!
- Absurdo é você deixar a moça passar por esse vexame. Como você é fresca, cheia de nojos. E pensar que é minha filha, que eu criei. Uma puxadinha de nada, que custava...

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