Hoje em dia andamos muito de carro. Passamos mais tempo dentro deles do que dentro de muitos cômodos da nossa própria casa.
Bem, tem uma coisa no trânsito que me deixa sempre irritada. É que tudo que a gente aprende sobre educação na vida não vale mais nada na hora que você está motorizado. Com pernas você deve ser educado, porém, com rodas, esqueça. Na hora que você entra num carro, ônibus ou qualquer veículo, as regras de educação não valem mais nada.
É isso que eu simplesmente não entendo.
Por exemplo, quando você está esperando um elevador, existem regras que todo mundo obedece. Se ao seu lado está uma senhora mais velha, uma mulher com carrinho de bebê ou um senhor de bengala, óbviamente que você dá passagem. É um ato simpáticamente universal. As pessoas a pé são sempre educadas. Se esbarram sem querer, sempre pedem desculpa.
Porém no trânsito não é assim. Não sei quando isso começou, mas parece que todos, na hora que entram num carro, passam a ter raiva dos outros motoristas, da vida, da cidade, das regras da rua. Basta você querer sair de uma vaga, virar a esquerda, mudar de faixa, ou apenas querer andar a sessenta numa pista onde o máximo é noventa, que você é escorraçado e xingado como se fosse o pior dos piores. A quantidade de ‘dedos do meio’ que já me levantaram é impressionante, e, na maioria das vezes, nem sei o que foi que eu fiz. Isso só me leva a crer que os atos feitos nos carros tem outros significados. Não é ódio, nem amor, nem gentileza. É outra linguagem que eu não entendo, feita de dedos, berros, xingamentos e buzinadas infernais.
Aliás, outra coisa que deveria ser abolida do mundo atual é a buzina. Pensando bem, o som das buzinas deveria ser atualizado, gente. A buzina é um som antiquado. Reparem como são modernos os sons dos alarmes. Reparem nos celulares, que tem agora músicas e sons polifônicos (apesar de eu sempre achar que o celular deveria chamar o nome do dono, para a gente não precisar enfiar a bolsa no ouvido para ver se é o nosso que toca), reparem nos sons dos alarmes das casas. Até o caminhão de gás canta e os nossos carros ainda continuam berrando e grunhindo como animais pré históricos.
Algo não está certo.
O ideal seria juntar o útil ao agradável e criar "buzinas polifônicas", acessíveis por meio de um pequeno teclado na direção, onde você pudesse falar “com licença”, “obrigada”, “cuidado”, “preste atenção” ou “você vai realmente parar ai?”. O mundo virtual é cada vez mais educado, sempre perguntando se temos certeza que queremos fazer isso ou aquilo... porque os veículos não seguem o mesmo caminho ao invés de se tornarem a cada dia mais selvagens e cruéis?
Por exemplo, quando você está esperando um elevador, existem regras que todo mundo obedece. Se ao seu lado está uma senhora mais velha, uma mulher com carrinho de bebê ou um senhor de bengala, óbviamente que você dá passagem. É um ato simpáticamente universal. As pessoas a pé são sempre educadas. Se esbarram sem querer, sempre pedem desculpa.
Porém no trânsito não é assim. Não sei quando isso começou, mas parece que todos, na hora que entram num carro, passam a ter raiva dos outros motoristas, da vida, da cidade, das regras da rua. Basta você querer sair de uma vaga, virar a esquerda, mudar de faixa, ou apenas querer andar a sessenta numa pista onde o máximo é noventa, que você é escorraçado e xingado como se fosse o pior dos piores. A quantidade de ‘dedos do meio’ que já me levantaram é impressionante, e, na maioria das vezes, nem sei o que foi que eu fiz. Isso só me leva a crer que os atos feitos nos carros tem outros significados. Não é ódio, nem amor, nem gentileza. É outra linguagem que eu não entendo, feita de dedos, berros, xingamentos e buzinadas infernais.
Aliás, outra coisa que deveria ser abolida do mundo atual é a buzina. Pensando bem, o som das buzinas deveria ser atualizado, gente. A buzina é um som antiquado. Reparem como são modernos os sons dos alarmes. Reparem nos celulares, que tem agora músicas e sons polifônicos (apesar de eu sempre achar que o celular deveria chamar o nome do dono, para a gente não precisar enfiar a bolsa no ouvido para ver se é o nosso que toca), reparem nos sons dos alarmes das casas. Até o caminhão de gás canta e os nossos carros ainda continuam berrando e grunhindo como animais pré históricos.
Algo não está certo.
O ideal seria juntar o útil ao agradável e criar "buzinas polifônicas", acessíveis por meio de um pequeno teclado na direção, onde você pudesse falar “com licença”, “obrigada”, “cuidado”, “preste atenção” ou “você vai realmente parar ai?”. O mundo virtual é cada vez mais educado, sempre perguntando se temos certeza que queremos fazer isso ou aquilo... porque os veículos não seguem o mesmo caminho ao invés de se tornarem a cada dia mais selvagens e cruéis?
Porém a cidade está se tornando cada vez mais silenciosa. As pessoas a cada dia se trancam mais em carros e casas, alheias aos barulhos de fora, e, além de se trancar, escurecem-se com os insulfilmes. Andar de vidro aberto é perigoso, o ideal é fechar tudo, ligar o ar e a música e se isolar.
Mas voltemos ás gentilezas. Pensando bem, é difícil ser gentil com alguém que você não vê, não enxerga, não ouve e não percebe dentro de um veículo.
Mas pelo menos com o insulfilm não dá para ver o dedo do meio, né?
Mas voltemos ás gentilezas. Pensando bem, é difícil ser gentil com alguém que você não vê, não enxerga, não ouve e não percebe dentro de um veículo.
Mas pelo menos com o insulfilm não dá para ver o dedo do meio, né?
Nenhum comentário:
Postar um comentário