domingo, 10 de julho de 2005

o tufinho





Quando eu abri a página principal UOL, levei um baita susto. A imagem era forte demais, o brilho muito intenso. Era quase como uma bola de cristal, de tão reluzente. Tinha um quê de objeto de plástico, de metal, de vidro lapidado. Passei uns bons minutos olhando para ela, fascinada.
Eu estou falando da careca do Marcos Valério.
Essa, ai em cima.
Gente, essa careca não é real. Brilha demais, é lisa demais, é caprichada demais. Tem alguma coisa errada na careca desse homem.
- Ele tem uma doença – explicou uma amiga quando ouviu o meu comentário.
- Uma doença?
- Daquelas que caem todos os cabelos do corpo. Pelo menos é o que dizem.
Olhei de novo para a foto. Doença? Que esquisito. O Marcos Valério está recheado de sobrancelha. Analisei com calma. Vi as sobrancelhas grossas, férteis, volumosas e aparentemente bastante saudáveis. Que diabo de doença é essa que cai o cabelo em cima e não cai logo abaixo?
Resolvi conferir na tv. Pimba, lá estava ele na CPI.
- Zé, olha para as laterais da cabeça dele. Acima da orelha. Vê?
- O que tem?
- Você vê umas manchas azuis meio acinzentadas?
- Sim, eu vejo.
- Aquilo é marca de cabelo, Zé. Ele tem cabelo mas raspa todo dia, olha lá!
- É mesmo...
- Essa careca é falsa, Zé!
- Óbvio que é, lú. E não dá para confiar numa pessoa, assim, sem nenhum cabelo.
- Como assim?
- Se ele deixasse um cabelinho, um tufinho, vá lá. Seria uma coisa mais... natural, digamos. Mas assim, com esse couro cabeludo pelado, é demais. Isso é puro exibicionismo. Pornografia.
Concordo plenamente. Expor em praça pública, ou melhor, em internet e televisão públicas, aquela careca nua é indecente demais. Ainda mais quando fica evidente que aquela calvície não é natural.
O que leva um homem a raspar todos os pelos da cabeça e andar por ai sem nenhuma proteção? Seria uma prova de poder, de autoridade? Será que dizer que não há nada entre o mundo e o couro cabeludo é prova de coragem, de valentia? Ou será que uma careca reluzente é prova de riqueza, como se ele ostentasse uma pedra preciosa no topo do corpo?
Tudo que é excessivamente radical assusta. Nenhum homem é, por natureza, peludo ao extremo, careca ao extremo, liso ao extremo. Isso mostra um lado maníaco, um comportamento ligeiramente obsessivo. Os pequenos defeitinhos, as pequenas irregularidades dão a dimensão humana da pessoa. Essa plasticidade do Marcos Valério mostra que ele não quer parecer humano.
Que idéia aparecer mais burra aparecer assim numa CPI. Que burrada, na minha opinião. Ninguém confia num homem com um crânio de rolopac.
O Zé tem toda razão. Quer que confiem em você?
Deixa ao menos um tufinho.



(... e mais uma canja do !)

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