Todo mãe já entrou nessa roubada.
Estou falando daquele um tipo de rodízio que você combina com outras mães que moram perto de você para levar as crianças na escola. É uma espécie de troca: num dia você leva os filhos delas e nos outros elas levam os seus. Muitas mães que trabalham se vêem desesperadas diante dos horários de escola, até que alguém propõe:
Vamos fazer um rodízio?
Que maravilha, você pensa, não terei que levar e buscar os meninos na escola todos os dias! Mas o que a gente não sabe é que assume o compromisso de levar o filho delas, das outras mães, e que isso te dá mais trabalho que você imagina.
Eu já fiz muito rodízio, gente. Muito.
Junto com o rodízio vem um monte de regras que você tem que seguir, aconteça o que acontecer. Uma coisa é um filho teu perder uma aula de natação porque você quis levar por um motivo qualquer, outra coisa, completamente diferente, é o filho de outra pessoa perder essa aula importantíssima porque você não levou.
É assim. Na terça feira, às duas horas, enquanto você leva as meninas ao ballet, a outra mãe já marcou um compromisso inadiável para ela. É sempre uma coisa muito séria o compromisso delas. Incomparável à seriedade dos teus compromissos.
Imagina que você passou a noite em claro, o teu filho teve a maior febre. Acorda da manhã, exausta, e o pequeno ainda está doente. Isso acaba com qualquer mãe. Você se lembra do rodízio. "Hoje não levo ninguém", você pensa. Tenta ligar para uma, para outra e nada. As duas já se mandaram para os tais compromissos inadiáveis. Ou seja, bem naquele dia, que você deveria socorrer o teu filho, você tem que levar os filhos dos outros na escola.
Que tal?
Já teve dia que meus filhos estavam numa excursão e eu acabei abandonando uma reunião de trabalho e cruzei a cidade para levar uma criança que não era minha na natação. Já teve dia que voltei ao clube para buscar uma sacola de um menino, que esqueci. E já ouvi muito dos meus filhos a seguinte frase: mãe, o carro da tia Denise é muito melhor que nosso!
Já teve dia que meus filhos estavam numa excursão e eu acabei abandonando uma reunião de trabalho e cruzei a cidade para levar uma criança que não era minha na natação. Já teve dia que voltei ao clube para buscar uma sacola de um menino, que esqueci. E já ouvi muito dos meus filhos a seguinte frase: mãe, o carro da tia Denise é muito melhor que nosso!
Tem uma história engraçada.
Uma amiga minha me contou que foi convidada para fazer rodízio com uma outra mãe. A minha amiga teria que levar a filha (única) dessa moça todos dias de manhã cedo e a moça pegaria os três filhos dela na hora do almoço. Bom, era uma proposta irrecusável. Era não teria que sair do trabalho.
Uma amiga minha me contou que foi convidada para fazer rodízio com uma outra mãe. A minha amiga teria que levar a filha (única) dessa moça todos dias de manhã cedo e a moça pegaria os três filhos dela na hora do almoço. Bom, era uma proposta irrecusável. Era não teria que sair do trabalho.
Topou na hora.
Um dia descobriu que a tal mãe não levava a filha (única) de manhã cedo porque gostava de dormir.
- Quê? Você fica dormindo e eu carregando a sua filha de madrugada?
Teve ódio mortal da outra. Encerrou o rodízio naquele instante. Ela me contou, fiquei confusa.
- Mas não era bom para você?
- Ex- ce- len- te. Mas troca é troca. Ou sofremos juntas, ou não funciona. Cada vez que eu buzinava naquele apartamento, pensava: ah, eu aqui e essa desgraçada lá dormindo. Olha, eu tinha vontade de subir e afogá-la com o travesseiro.
Mas o pior de tudo é esquecer o filho dos outros. Esse é o pior pesadelos das mães de rodízio atrapalhadas, como eu.
Ichi. Conto ou não conto?
Conto e confesso: esqueci uma vez uma menina no clube. Voltei desesperada, em pânico, depois de meia hora.
A menina estava sentadinha em um banco. Me olhou, cruel.
- Tia. A senhora me esqueceu.
- Não, Joana, minha querida, a titia só foi buscar um negócio no carro.
- A senhora me esqueceu, eu sei.
- Não, meu bem. Não mesmo.
- Esqueceu sim. Eu sei.
- Não, Joaninha...
- Tá. Então me dá então uma pipoca e um algodão doce.
Comprei uma pipoca imensa e um a montanha de algodão doce pra ela na hora.
Eu sei, foi puro suborno. Mas é um trauma muito grande. Quem é mãe entende.
E perdoa.
Um dia descobriu que a tal mãe não levava a filha (única) de manhã cedo porque gostava de dormir.
- Quê? Você fica dormindo e eu carregando a sua filha de madrugada?
Teve ódio mortal da outra. Encerrou o rodízio naquele instante. Ela me contou, fiquei confusa.
- Mas não era bom para você?
- Ex- ce- len- te. Mas troca é troca. Ou sofremos juntas, ou não funciona. Cada vez que eu buzinava naquele apartamento, pensava: ah, eu aqui e essa desgraçada lá dormindo. Olha, eu tinha vontade de subir e afogá-la com o travesseiro.
Mas o pior de tudo é esquecer o filho dos outros. Esse é o pior pesadelos das mães de rodízio atrapalhadas, como eu.
Ichi. Conto ou não conto?
Conto e confesso: esqueci uma vez uma menina no clube. Voltei desesperada, em pânico, depois de meia hora.
A menina estava sentadinha em um banco. Me olhou, cruel.
- Tia. A senhora me esqueceu.
- Não, Joana, minha querida, a titia só foi buscar um negócio no carro.
- A senhora me esqueceu, eu sei.
- Não, meu bem. Não mesmo.
- Esqueceu sim. Eu sei.
- Não, Joaninha...
- Tá. Então me dá então uma pipoca e um algodão doce.
Comprei uma pipoca imensa e um a montanha de algodão doce pra ela na hora.
Eu sei, foi puro suborno. Mas é um trauma muito grande. Quem é mãe entende.
E perdoa.
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