clint eastwood - imagem do arquivo pessoal da franka
Olhaqui.
Nunca entendi porque temos que dirigir o carro do lado esquerdo. Somos animais simétricos, com dois olhos, duas pernas, dois braços, duas orelhas. Tudo que fazemos tem a ver com essa simetria: andar, correr, nadar, sentar. É um equilíbrio natural: o lado de cá equilibra o lado de lá.
É muito bom isso. A nossa harmonia corporal me encanta.
Nos transportes antigos, seja montado nos dinossauros, nos cavalos, camelos ou elefantes, o homem sempre se locomoveu em simetria, num equilíbrio perfeito. Depois nas carruagens, carroças e diligências, o condutor permanece no meio, atrás do cavalo ou no meio dos dois cavalos. Nas bicicletas e motos, idem: simetria total no ato de se conduzir.
Mas e nos carros, nosso principal meio de transporte desse mundo contemporâneo? Porque temos que sentar do lado esquerdo e não no meio, com dois bancos de passageiros, um de cada lado? Quem foi que inventou essa esquisitice?
Fico cismadérrima. Acho que o inventor do carro devia ser um cara muito inseguro. Alguém que não acreditava no invento, provavelmente um medroso, um cagão (desculpa pela palavra feia), que precisava de um amiguinho ali do ladinho pra dar apoio moral. Um fulano sem confiança nenhuma, ora. Que diabos é esse homem que, ao invés de se sentar no melhor lugar, fica do “ladinho”?
Hummm. Do ladinho, hein...?
Ah, vá. Tem alguma coisa esquisita aí. E depois, sentadinho. Ora bolas, até essa época, homem que é homem montava, de pernas abertas. Montar sempre foi um sinônimo de masculinidade total. Lembra dos files de cowboy? Mesmo desmontados os homens arqueavam as pernas, para não esquecer que eram machos.
Mas o homem do carro não. Começou a dirigir sentadinho e de lado, hesitante, inseguro, provavelmente indeciso, fraco. Devia reclamar o tempo todo.
- Ai-ai. E agora? E se o carro morrer? E se eu não conseguir parar, o que eu faço? Ai... – e olhando para o lado – ... não sai daí, por favor. Ai. Não sai daí.
Tá na cara que o inventor do carro era um homem medroso. No primeiro probleminha largava o carro nas mãos do outro. Gente, fala a verdade. Homem que é homem senta no meio, na anca do cavalo, na sela do camelo, no banco da moto, ora.
Será que ninguém vai inventar um carro onde se dirige no meio, e montado?
Já faz tempo que eu encano com isso. Nunca gostei de carregar aquele vazio do meu lado, me parece das coisas mais estúpidas do tempo moderno. A gente faz tanto estudo ergonométrico para tudo, e no lugar onde a gente passa quase um terço do nosso dia a gente fica de ladinho, no cantinho, perpetuando a insegurança, a indecisão. Talvez seja por isso que tem tanta gente com baixa auto estima no mundo. Talvez seja essa a causa do aumento da depressão no homem moderno. Alguém deveria fazer uma pesquisa: tenho certeza que motoqueiro tem menos depressão que motorista de carro.
Tou doida? Isso não deveria mudar?
É muito bom isso. A nossa harmonia corporal me encanta.
Nos transportes antigos, seja montado nos dinossauros, nos cavalos, camelos ou elefantes, o homem sempre se locomoveu em simetria, num equilíbrio perfeito. Depois nas carruagens, carroças e diligências, o condutor permanece no meio, atrás do cavalo ou no meio dos dois cavalos. Nas bicicletas e motos, idem: simetria total no ato de se conduzir.
Mas e nos carros, nosso principal meio de transporte desse mundo contemporâneo? Porque temos que sentar do lado esquerdo e não no meio, com dois bancos de passageiros, um de cada lado? Quem foi que inventou essa esquisitice?
Fico cismadérrima. Acho que o inventor do carro devia ser um cara muito inseguro. Alguém que não acreditava no invento, provavelmente um medroso, um cagão (desculpa pela palavra feia), que precisava de um amiguinho ali do ladinho pra dar apoio moral. Um fulano sem confiança nenhuma, ora. Que diabos é esse homem que, ao invés de se sentar no melhor lugar, fica do “ladinho”?
Hummm. Do ladinho, hein...?
Ah, vá. Tem alguma coisa esquisita aí. E depois, sentadinho. Ora bolas, até essa época, homem que é homem montava, de pernas abertas. Montar sempre foi um sinônimo de masculinidade total. Lembra dos files de cowboy? Mesmo desmontados os homens arqueavam as pernas, para não esquecer que eram machos.
Mas o homem do carro não. Começou a dirigir sentadinho e de lado, hesitante, inseguro, provavelmente indeciso, fraco. Devia reclamar o tempo todo.
- Ai-ai. E agora? E se o carro morrer? E se eu não conseguir parar, o que eu faço? Ai... – e olhando para o lado – ... não sai daí, por favor. Ai. Não sai daí.
Tá na cara que o inventor do carro era um homem medroso. No primeiro probleminha largava o carro nas mãos do outro. Gente, fala a verdade. Homem que é homem senta no meio, na anca do cavalo, na sela do camelo, no banco da moto, ora.
Será que ninguém vai inventar um carro onde se dirige no meio, e montado?
Já faz tempo que eu encano com isso. Nunca gostei de carregar aquele vazio do meu lado, me parece das coisas mais estúpidas do tempo moderno. A gente faz tanto estudo ergonométrico para tudo, e no lugar onde a gente passa quase um terço do nosso dia a gente fica de ladinho, no cantinho, perpetuando a insegurança, a indecisão. Talvez seja por isso que tem tanta gente com baixa auto estima no mundo. Talvez seja essa a causa do aumento da depressão no homem moderno. Alguém deveria fazer uma pesquisa: tenho certeza que motoqueiro tem menos depressão que motorista de carro.
Tou doida? Isso não deveria mudar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário