A pirâmide invertida do Louvre, enviada pela minha amiga Monica (com essa foto ela contou o final do livro e estragou tudo, mas paciência...)
Acabei de ler o famoso Código da Vinci, depois que o livro passou pelo Chico e pela minha mãe. Se eu gostei? Ah, claro, é um livro fácil e delicioso de ler, cheio de mistérios e aventuras. Não é a tôa que fez tanto sucesso. Um roteiro tradicional, empolgante e emocionante.
Mas o que me intrigou foi justamente isso: o sucesso do tal "Código da Vinci". Porque as pessoas gostaram tanto do livro?
O livro conta uma história de mistério, exatamente como as histórias do Inspetor Poirot da Agatha Cristhie da minha infância. É a "modernização" do mesmo padrão de roteiro de mistério: o Dan Brown é a Agatha Cristhie dos nossos tempos.
Vejam as semelhanças: os códigos deixados pelo assassino, o uso de inteligência e perspicácia para desvendar o mistério, a descoberta feita pelo cérebro do protagonista, as trapalhadas da polícia, o desvendar do fim onde jamais imaginaríamos.
Mas, ao invés de assassinato, temos a morte dos ensinamentos da Igreja. Temos a pesquisa, a ciência, a arte colocadas em cheque. Não temos somente um corpo (embora haja corpo assassinado no livro), temos o mistério do escândalo do questionamento do que não podia ser questionado. A arte, a religião e a cultura, tão enfronhadas na mídia, tiveram que ter seu escândalo. É...
Foi isso que fez sucesso.
O escândalo.
O escândalo é o assassinato dos nossos dias. Ele que conta a história, ele que nos faz boquiabertos, ele que é o mistério e ele que vende livros para mais de dez milhões de pessoas.
Acho que isso deve ter sido mais uma invenção do Leonardo da Vinci: ele inventou também a auto-propaganda.
Provavelmente o Louvre nunca teve tanto visitante como depois desse livro...
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