quarta-feira, 22 de julho de 2015

bolsa de estudo

Fui com a minha irmã no shopping. Ela ia viajar, precisava comprar biquíni, shorts, sei lá o que, e uma... bolsa. Resolvemos tudo, naquele entra e sai de loja e provador que é uma provação, e, já mega cansadas, chegamos na loja de bolsas. Ela olhou aqui, ali. 
- Hum, gosto daquela – apontou uma, depois outra – aquela também é super bonita.
- Ângela, não é assim que se escolhe “bolsa” – lá fui eu me meter a dar opinião – bolsa é uma coisa que fica grudada na gente o dia todo. Bolsa só é menos que tatuagem, que dorme com a gente. 
- E daí?
- Daí que bolsa tem que ser confortável, porque é quase ‘parte’ do corpo. Tem que, primeiro, se amoldar às nossas curvas. Se aconchegar na gente. Depois, você tem que pensar que bolsa a gente abre e fecha o dia todo. Tira celular, guarda celular, tira pente, carteira, cartão, coloca de volta. Então bolsa precisa ser fácil de usar. 
- Puxa. Tem razão, Lú.
Fui empolgando. Nem eu nunca tinha pensado nisso e já estava ali me achando pós graduada em bolsismo.
- Depois a gente precisa ver se cabe tudo, e se vai ficar tudo minimamente organizado. Olha essa bolsa ai – apontei pra uma que ela tinha na mão – nesse ziperzinho ai da frente acho que nem cabe seu celular. 
- Vou experimentar – ela concluiu, tentando enfiar o celular no vão, inutilmente – nossa, péssima, não cabe mesmo...
- E mais duas coisas: bolsa não pode ser fácil de roubar, como aconteceu comigo quando levaram meu iPhone (snif), e nem muito pesada, que senão você sempre andará ligeiramente torta.
A minha irmã sacou os recados. E emendou.
- E tem que ter alça grande para poder, se quiser, levar a tiracolo – ela concluiu – para ter duas mãos livres.
Daí foi uma loucura. Entramos no clima total. Ela e eu pegamos literalmente todas as bolsas da loja pra experimentar. Colocávamos celular, carteira, óculos, pente. Fingíamos que estávamos na rua, no carro, no metrô, no caixa do super. Depois passamos a nos assaltar, para ver se era fácil. Hahaha.
Ângela achou “a” bolsa. A perfeita. E melhor, de couro, e vermelha, como ela queria. 
- Ângela, estou pirando aqui. Odeio shopping e meus olhos tão esbugalhados.
- Eu também, vamos fugir?
Saímos correndo, livres daquele pesadelo. Entramos no carro, quando ela remexe na bolsa (a velha).
- Lú. Cadê minha chave?
- Chave?
- Chave do carro. Puta, cadê?
Nada da chave. Ela naquele esforço na bolsa, a sacolaiada caindo.
- Perdi! Vamos na loja de biquíni! Deve ter caído na farmácia!
Desespero. Fomos em tudo quanto é lugar. Nada. Só faltava a fatídica loja de bolsas.
- Ângela. Será que você não enfiou em alguma bolsa daquela loja?
- Não é possível- ela disse – será que eu fiz uma maluquice dessas?
Bem, entramos na loja de bolsas, remexendo em todas, abrindo, verificando cada compartimento, diante das vendedoras pasmas. E, hahaha, a chave do carro dela estava sim numa bolsa. Pior, na vitrine.

Nenhum comentário: