Tem uns livros que eu começo a ler, adoro, mas não consigo de jeito nenhum acabar. Já com outros, chega uma hora que eu não tenho paciência para esperar o fim e pulo direto para as últimas dez páginas. Esses, mesmo sabendo que eu cometi uma pequena fraude com a história, considero da categoria “lidos” e eles voltam para a estante, de pé, super vencedores. Porém existem alguns que eu travo no começo ou no meio, e não há animação que me faça continuar. Não que nãos sejam bons, mas não é sempre que aquela leitura combina com a vida que você está vivendo. Então eu apenas paro de ler, esperando o momento certo.
Como eles são da categoria “não lidos”, de acordo com minha lógica, não podem voltar para a estante de jeito nenhum. E assim ficam deitados ao meu lado, nas mesinhas de cabeceira. Tem uns livros que dormem comigo há meses. Já acostumei com eles ao meu lado, adoro abrir os olhos a noite e vê-los lá, parados, dormindo como eu. Servem de apoio para copos, brincos, celular. As vezes formam enormes pilhas.
Quando não consigo mais enxergar o relógio, hahaha, acho que é hora de tomar uma atitude. Tento continuar a ler de onde parei, mas geralmente não me lembro mais de nenhum personagem, nem qual é a história. Daí fico na maior dúvida. Coloco em pé ou não? Será que devo misturar os livros totalmente lidos dos que li pela metade? Se eu colocar esses meio lidos em pé, não estarei fingindo para mim mesma que já li? Não, resolvi. E para resolver esse impasse, fiz uma estante de deitados. É uma péssima posição, pois se você tira um de baixo, os outros caem, o que torna os livros não lidos bem mais difíceis de serem relidos, mas tudo bem. Digamos que estão apenas adormecidos, junto com seus personagens e sua trama.
Nossa, que assunto.
Um comentário:
Franka, o Milton Nascimento tem aquela música legal, que sempre toca na minha cabeça quando leio as suas crônicas. "Certas canções que ouço, cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu que fiz?" A resposta é óbvia. Você fez primeiro e de uma maneira superbacana. Acho que está na hora de juntar todas essas crônicas espalhadas nos seus inúmeros blogs e publicar o seu livro de crônicas legais. Grande abraço,
p.s: eu não sou um robô, pô.
Postar um comentário