terça-feira, 2 de dezembro de 2014

eu, tsunami humano

Ainda na hidroginástica, a cada dia fico melhor, mas não tá fácil não, ainda mais depois que revolvi ser a melhor da classe. Hahaha. Se você é mesmo da terceira idade eles te dão o maior crédito, mas como ainda não sou, ora bolas, a professora meio que pega no meu pé e acho que pensa: “ahá sua folgada, nem vem que você consegue!”.

Pois agora tenho essa nova e diferente turma, que queira ou não, acabo conhecendo um a um. Sério, a metade não faz nada da hidro, só fica conversando sem parar na água, ou melhor, gritando, pois a professora usa microfone e fica um barulhão no ginásio.

Dai notei o seguinte. Depois de diversos dias agindo como uma perua desembestada e desesperada engolindo água e tentando fazer os exercícios na velocidade da nossa líder (fora da água) descobri que não é nada disso. Não adianta nada se chacoalhar como uma mulher possuída e fazer mais onda que tsunami que o exercício não sai certo. É que como a vida toda a gente faz ginástica no ar, não percebe que na água a lógica é outra. Não adianta lutar com ela, é preciso em-ten-der seu corpo e a água, perceber densidade e a gravidade da água. É quase coisa de astronauta que anda na lua, mas ao contrário. E se você fica estabanada, é quase como fazer ginástica no... lodo. Ou na areia movediça. Acho que é por isso que tem até salva vidas naquela piscina tão rasa. E hoje notei que o corpo da gente, se você ficar calminha e se concentrar, vai pra frente, pra trás, pros lados, sem o pé no chão e sem onda, se você mexer os ombros e o tronco. Ô dança esquisita, eu sou meio disléxica, fiz uma parte da aula de olhos fechados, trombando nos outros, e sério, deu certo.

Por isso a aula de hoje foi foda e estou em mil pedaços. Uma hora quase perguntei para a professora qual era a intenção dela: ela tava treinando a gente para um jogo de pólo aquático? Pra competir no ballet aquático nas olimpíadas de 2016? Como é possível flutar no lugar tanto tempo? Nem golfinho do Seaquarium de Miami consegue tanto.

- Isso é a versão aquática do abdominal – ela simplesmente explicou.


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E ela é fogo, quando ela fala: “agora mão no pé, outra mão no outro pé, flutuando, um dois, um dois, um dois!”, ela olha de lá de cima todas as nossas perninhas, querendo achar um coitado que dá aquela mini-pisadinha no chão, para imediatamente apontar e dizer: “ahá! Peguei no flagra! Sem pé no chão, você ai, e vamos gente, mais três minutos”. Que não são três, são sempre quase cinco minutos intermináveis. Percebo diversas pessoas disfarçando e indo atrás dos outros pra descansar um pouco. E por causa disso resolvi que não pinto nunca mais as unhas do pé de vermelho, beterraba, verde ou de qualquer cor esquisita. Aquilo te denuncia total. Ela vê de longe mais ainda.


Bom, e com um mês de aula, me convidaram para ir na semana que vem no almoço de natal da hidro. Já topei e não perco por nada. Deve dar uma ótima crônica.

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