sábado, 13 de dezembro de 2014

a pobre abelhinha chapada


Nossa, entrou uma abelha aqui agora pouco. Sim, agora, a noite (nunca vi abelhas noturnas) e olha que não estou fazendo um churrasco e nem tomando coca cola.
Ela entrou, zuniu muito alto (até desliguei o Itunes para ver se achava a chata pelo zunido), e se escondeu atrás de uns livros. Daí procurei o SBP gigante que tenho aqui para me proteger dos pernilongos. Droga, cadê a porcaria do SBP? Nada. Alguém deve ter utilizado a minha arma secreta (um SBP gigante é como uma metralhadora, pior, um fuzil em casa) pra alguma guerra com a tribo dos “pernilongos”.
Como não podia perdê-la de vista, desencanei de ir no andar de cima achar meu... revolvinho, digamos. Olhei ao redor e achei o Off, aquele repelente que uso como hidratante todo dia. Que seja, pensei. Olhei a maldita abelha atrás do laptop. Escondida. Sempre me pergunto aqui em casa se os meus laptops são protegidos contra sprays repelentes de mosquito, pois vivo espalhando trezentas mil mini gotas sobre eles nas minhas fúrias contra os pernilongos diários. Talvez seja esse o motivo deles todos ficarem lentos e quebrarem tanto.
Mas daí deu a louca na abelha. Acho que o Off é pouco pra ela, tipo apenas um alucinógeno, e ela pirou total e começou a me atacar. Bzzzzzzz, e vinha pra cima da minha cara. Eu me escondia. Bzzzzzzz. Vinha por trás, no meu pescoço. E eu, mesmo sozinha aqui em casa, comecei a gritar e pedir por ajuda, socorro, help, ai meu Deus do céu,Aaaaaaaa, sai. Fugi do escritório, fechei a porta. Ela ficou presa, pensei, talvez saia pelo pequeno vão da janela que entrou, se for inteligente. Mas desde quando um inseto chapado é inteligente? Resolvi tomar uma água, apenas para dar tempo dela me esquecer. Gente chapada distrai, pensei, como serão os insetos?
Voltei, abri um pequeno vão da porta. Um silêncio enorme. Piorou meu medo. Será que ela está se escondendo para me pegar no flagra? Vai aparecer e me picar pelas costas. Nas pernas. Eu tou de shorts. Céus, juro, nunca mais tento assassinar abelhinhas chapando-as. Juro, pensei, encolhendo as pernas.Off never.
Mas não. Ela estava na minha mesa, bem na minha frente, no maior astral, acho que curtindo o barato do Off. Olha. Foi facinho. Mais duas offadas, ela caiu com a cabeça pro lado. Peguei um papel higiênico no lavabo, catei a bichinha assassina e truuuuuuuuuuum. Matei afogada na privada. Agora tou aqui feliz, me sentindo uma fêmea demoníaca que matou um ser que incomoda, dá medo e pica.
Sabe, contar essa coisa normal, que acontece com qualquer um, me faz me sentir super maldosa. A gente aprende sobre a vida das abelhas, e sabe que elas não precisam matar a gente para viver, então porque matá-las?
Nossa, matei a abelha sem dó. E fiz um post.

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