quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

volta, maria, volta



A Maria saiu de férias por um mês e resolvi não chamar nenhuma substituta. Ora, com uma familiona dessa, cheia de gente, achei que a gente podia distribuir as funções pra todo mundo ajudar, como uma verdadeira família americana. Almoço a gente resolveria na casa da minha mãe, a casa a gente arrumava, pronto. Ora, um mezinho de nada. No começo todo mundo concordou, animadom mas na hora agá a coisa foi mudando. O João disfarçou e falou que quem ia lavar os pratos era um amigo dele, o Júlio, que, segundo ele, adora lavar prato. "Mas como assim, filho?". Ele explicou. "Quando for minha vez de lavar, vou chamar o Júlio, mãe". E também inventaram um outro amigo que ia cozinhar a noite, mas é claro que o Júlio e o amigo-que-cozinha nunca apareceram. Bom. Depois de dois dias a casa começou a ficar um verdadeiro caos. A casa sem Maria passou a sofrer um tipo de avalanche de roupas e louças. Resolvi lavar as roupas, achando que aquela parte era "bico", mas o processo "enfiar na máquina - pendurar - recolher - passar - guardar no armário" é dos mais complicados do trabalho doméstico. Mil vezes a louça, o Júlio que é esperto. Começou a ficar tudo tão bagunçado que passei a nem dar bola para o pó nos móveis e para a montanha de folhas na calçada e quintal. Isso é de menos, pensei. Importante é manter banheiros sem cheiro mal, recolher o cocô da cachorra, não deixar nada apodrecer na geladeira. E é incrível, nada, mas nada mesmo, volta para o lugar. Descobri que se eu deixasse um sabonete no chão da sala, o sabonete iria ficar dias e dias no chão da sala, até eu mesma pegar o sabonete e devolver pra pia. Gente do céu. Isso foi no começo de janeiro e a coisa só piora. Estamos no dia 13 e o Chico ainda não arrumou o quarto dele e nem desarrumou a mala da viagem. A Nana foi esperta, viajou com os amigos e trancou o quarto. Já no quarto do João eu entrei outro dia e vi um monte de roupas "deitadas" no chão. "Filho, se tá sujo coloca no cesto". "Não mãe, tá tudo limpo, coloquei no chão assim esticado pra não amassar", ele disse. "Ah, você ainda vai colocar no armário?", suspirei. Ele me olhou estranhando. "Acha que precisa, mãe? Tá tudo super esticadinho e limpo, vou usar esses dias...". Me rendi e chamei uma passadeira, porque vi que não ia rolar de eu passar a mega montanha de roupas. Pelo sim pelo não, é proibida a entrada de muitas visitas. E estou contando os dias. Socorro, Maria.

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