terça-feira, 18 de janeiro de 2011

sonhando com comida



Entendi o que engorda e emagrece a gente. Por exemplo, essa coisa de comer todos os dias na casa da minha mãe acabou mudando meus hábitos e agora eu tenho mais fome do que tinha antes. Acho que a gente tem uma necessidade diária de alimento, mas a gente pode se condicionar a ter mais ou menos necessidade. Eu tinha uma necessidade de alimento de, digamos, nota 5. Agora, depois que minha mãe faz diversas comidas deliciosas para mim todos os dias à uma hora da tarde, meu corpo gostou e agora quer mais alimento à uma hora da tarde e minha necessidade de alimento nessa hora passou, digamos, para 7. Meu receio é a coisa aumentar e o índice chegar a 12, o que seria um desastre. Ou a 20. Meu Deus. Vou perder todos os jins. Além disso, tem o apetite. Eu nunca tive muito apetite, sempre fui a rainha da recusa. Se eu estava com fome, tinha um pouco de apetite, mas se estava sem fome, não tinha. Mas na semana passada eu estava na Marginal indo pra uma reunião e do nada começei a me lembrar de um jantar que eu comi num restaurante. Nossa, como era boa aquela comida. Aquilo me deu água na boca. Logo em seguida, lembrei de um restaurante que faz um camarão que é uma delícia. E depois lembrei de como gosto de paella e como faz tempo que não como. O carro andando e meu cérebro passou a desfilar uma sucessão de pratos imaginários cheios de sabor. Diante daquele menu mental criado na Marginal, passei a selecionar os preferidos. De repente, me assustei. Perai. Que eu tava fazendo? Pensando em... comida? Eu? Isso nunca foi habitual. Descobri então qual o limite do engordar e não engordar. Pensar em comida quando você não está com fome é um dos indícios. Comentei isso com o Zé, que lembrou de um amigo dele que está fazendo um regime onde come de três em três horas. "Esse regime é um absurdo, Zé", retruquei. "Imagina ter que lembrar de comida de três em três horas". O Zé explicou que o cara come comidas que não engordam de três em três horas. "Esse seu amigo vai virar uma bola quando ele desisitir do regime, porque ele se condicionou a pensar em comida de três em três horas, e dai vai comer coisas que engordam de três em três horas, Zé. Vai ser um desastre, avisa ele logo. A gente tem que pensar no depois". E é exatamente nesse depois que tou pensando. Porque quando a Maria souber de tudo que a minha mãe fez nesse mês pra gente, ela vai querer imitar. Imitar não. Ela vai querer fazer melhor e ganhar da minha mãe. Cozinheira é assim. Eu tou perdida. Acho melhor começar a pagar um spa a prestação.

Nenhum comentário: