Liguei pra minha mãe no fim da tarde de ontem, conversamos um pouco. Logo em seguida ela me liga de novo.
- Lúcia, filha.
- Oi mãe, que foi?
- Você pode me ligar de novo?
- Ligar? Mas a gente não está falando no telefone?
- É, mas eu perdi o sem-fio. Falei com você agora pouco, desliguei e não sei onde coloquei.
- Você está falando do celular?
- Não, do outro sem-fio.
- Você tem dois sem-fio?
- Tenho. Me dá uma raiva quando eu perco um deles...
- Não tem aquele botãozinho que apita no lugar onde ele... dorme?
- Deve ter, sei lá. Liga pra mim que é mais fácil.
- Então desliga esse sem-fio ai porque você vai se confundir.
- Eu não sei desligar.
- Coloca embaixo da almofada do sofá então.
- Pra que?
- Pra você não ouvir o triiim desse ai, mãe.
- Ah, boa idéia. Tchau.
Foram 4 ligações até ela percorrer a casa toda e encontrar o aparelho sei lá onde. Atendeu duas vezes o que estava embaixo do sofá, reclamando que o som dele era muito alto.
- Eu tou ficando muito maluca, filha? É a idade.
É nada. Aqui em casa é a mesmíssima coisa. Tem dias que a gente não atende o telefone porque ele desaparece feito um fantasma. Geralmente está dentro da almofadas do sofá, por isso dei essa idéia para ela. Eu penso que ainda bem que telefone toca. Porque controle remoto não toca, e quantas vezes eu não deixei de trocar de canal porque o controle desaparece e até hoje não descobri onde é o botão de ligar da tv na tv. Juro, já apalpei aquele aparelho inteiro feito doida. E não é só um controle que todo mundo tem na sala, são sempre dois, e, se a gente considerar o dvd, três. No meu quarto morro de medo de perder o controle do ar condicionado, porque já olhei e olhei, e o ar não tem botão mesmo. Óbvio que controle remoto tem que ter apito, gente. Não pode uma pessoa fazer um controle remoto sem apito. Ou um fio. Aliás, qual o problema do velho e bom botão de liga/ desliga? Ai que saudade.
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