quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

happy new year and york!


E feliz 2010 pra todos!

super verdade




Tá, é meio caipira mesmo, mas nunca tinha ido num lugar tão frio na vida. Olha como é verdade no conversor do meu celular. Nunca imaginei que a cidade de Scranton fosse tão fria, que decepção. Na verdade, esse negócio de eu não falar inglês direito que me faz assistir só o weather channel e os canais de desenho tem me deixado em outra dimensão. Só penso em previsão do tempo. Pra quem quiser saber, hoje nevou duas vezes.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

franka e michael scott



Era uma das opções no meio do caminho e eu não quis perder a chance. Afinal, pra que serve a vida se não forem essas bobagens? Adoro o seriado do "the office" e a cidade de Scranton estava bem no meio do caminho de hoje. E sei lá como e porque, mas todo mundo se animou e estamos todos na cidade do Michael Scott. Escolhemos um hotel pela internet, quando chegamos era um hotel histórico, chamado Radisson Lackawanna, que funciona num antiga estação de trem. Coisa mais maluca, o hall do hotel é o da estação e tem bancos de trem velhos por todos andares.


A cidade é a mesma do seriado.Dãããr pra mim. Jantamos no Farley's, que é aqui ao lado, no donwtown, e que, segundo meus filhos que olharam na internet, foi uma das locações do The Office. Deve ter sido, um dos pratos se chama Michael Scott. Engraçadíssimo estar aqui. Na hora de escolher um restaurante, escolhi um de sopas no site do seriado, e os meninos explicaram que era o local do sopão dos mendigos. O único problema são os menos 7 graus lá de fora. Nunca fiquei num lugar tão gelado na vida. Não consegui sequer tirar fotos a noite, minha mão congelou. Acho que eu devia era dar minha peça pra o Michael.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

falling franka


(hahaha, reparem na quantidade de gente que está na varandinha da casa, é um dos grupos de visita guiada que a gente é o-bri-ga-d0 a fazer, um saco)



Eu não sei o que é uma nevasca. Aliás, não entendo patavina de neve. E hoje acordei, olhei pela janela e tudo estava branco. Caiam floquinhos do céu. Já vi neve, mas não entendo de... quantidade. Os floquinhos caiam de lado, de cima e de baixo, e nosso carro alugado... sumiu. Como aquilo era estranho, anunciei a todos:
- Gente, atenção, estamos no meio de uma nevasca e é melhor não sairmos do hotel.
O Zé riu de mim. Segundo ele, aquilo era uma neve levinha, um tipo garoa. Hã? Menos 4 graus e ele chama de garoa? Moro num pais tropical abençoado por Deus que tou fazendo aqui? Explicando: estamos numa cidadezinha no meio da Pensilvânia chamada Uniontown e aqui, agora, oito da noite, está nevando muito, mas ainda todos dizem que não é nevasca. Caraca, o que será então? Escolhemos essa cidade pra dormir porque o Zé e eu queríamos conhecer a casa da cascata, a Fallingwater, do Frank Loyd Wright. A casa fica num local afastado dessa cidade, num lugar chamado Bear Run, e as opções de estadia ali ao lado são poucas, por isso resolvemos ficar aqui. Não sei porque fomos inventar esse treco de casa da cascata. Aqui nesse país fica todo mundo ligado no weather channel, nesse canal só tem tragédia e eu fico apavorada. Achei que íamos ser soterrados pela nevasca e até aparecer na TV: "família de turistas brasileiros resgatada depois de três dias no meio da nevasca na Pensilvânia". Implorei pra gente não ir, mas o Zé e os meninos nem me deram bola. Pra chegar na famosa casa foi uma aventura numa pequena estradinha no meio do nada, eu reclamando sem parar. Mas de repente a casa estava lá, com café, lojinha de souvenirs, como se nada tivesse acontecido. Não vou mais assistir esse Weather Channel à noite. O problema é que esse e o canal de desenhos são os únicos canais que eu entendo. Bem, e a casa da cascata é um deslumbre, emocionei, afinal estudei muito essa casa, e acreditem: mesmo a menos de 5 graus, a água da cascata não está nada congelada.

domingo, 27 de dezembro de 2009

nenhum crânio pro Obama, azar dele


E quase consegui! Um das metas da minha viagem era conhecer a Casa Branca. E ufa, consegui!Nossa, que inacreditável. E aqui vemos Casa Branca numa foto da Franka, juro, meio de longe, muito num dia de tempo horrível, debaixo de chuva, mas as coisas fáceis não são tão legais como as absurdas e difíceis. Minha intenção era achar a caixa de correio da Casa Branca para colocar a minha peça "o crânio" para o Obama ler, com um bilhetinho "hello Obama, I'm Franka, a brasilian blogueira*, this is my play and I want your opinion". Mas gente, acredita que a casa Branca não tem caixa de correio? Frustrei total. Dai tive a idéia de jogar a peça por cima do muro, mas os meus filhos avisaram que era melhor não fazer isso, pois os seguranças provavelmente me prenderiam achando que era uma bomba, o que estragaria toda a viagem. Tudo bem, deixa estar jacaré. Deixa eu ficar famosa que ele vai implorar pra ler meu crânio.
* Como se escreve "blogueira" em inglês?

franka's white christmas 3


E já que quem tá na chuva se molha e na neve se congela, e como todos as pessoas em NY vão na noite de natal pra o tal de Rockfeller Center, a nossa família, turista e cafona como nunca, resolveu ir pra aquele lugar lotado pra tirar umas setecentas fotos da gente mesmo em frente a uma árvore gigante (com estrela de cristais de verdade, dizem) e ver um monte de gente patinando e caindo. Como todo mundo falava "óóó" quando via a árvorona, a gente também se empolgou por um tempo. Uma hora encheu. Na tentativa de sair dali, encontramos um prédio que acendia e... cantava sozinho. Os meninos não resistiram e começaram a dançar, e os turistas, ao invés de filmar o prédio cantarolando, passaram a filmar... os meus filhos. Eles reclamaram um pouco porque não tinham espaço para fazer uma dança comtemporânea mais caprichada, mas valeu. E eu levei a maior bronca porque coloquei o dedo na frente da câmera na hora da filmagem. Não tou acostumada a usar luva, fazer o quê.

sábado, 26 de dezembro de 2009

franka's white christmas 2



- Vamos, mãe, vamos lá, você não vai acreditar. Parece um pesadelo, o lugar mais neurótico do mundo.
Verdade. Times Square é o lugar mais histérico do mundo. Não dá pra ficar muito tempo lá. É como se o Kassab resolvesse que é proibido colocar propaganda em São Paulo inteira, mas num pedacinho, por exemplo, na rua Augusta entre a Paulista e a Santos, é totalmente liberado. Dai as pessoas piram completamente e entopem cada milímetro do lugar com milhões de propagandas que piscam acendem mudam de cor, andam, correm, falam, sei lá, e, de tanta propaganda, ninguém vê nada que tem no lugar. Hahaha. Um inferno em terra, resumindo. Além disso, tem uma coisa muito esquisita nessa coisa do consumo desenfreado. Nada é nada que é mesmo, tudo vira uma marca que vira camiseta, brinquedo, guarda chuva, baralho, sei lá. Por exemplo, M&M. M&M é um confeito, certo? Umas balinhas coloridas de chocolate ou amendoim, cento? Uma bobagem qualquer de comer que não faz bem pra saúde inclusive, certo? Que nada. Virou uma mega master blaster loja que vende roupa, moletom, camiseta, guarda chuva, almofada, mil brinquedos, copinhos, tudo com aqueles bonequinhos gordinhos estilo Tico e Teco sorrindo, a loja mais lotada de Times Square. E no caixa, num cantinho bem escondidinho, a loja vende uns pequeninos... confeitos M&M. É. O mundo do consumo é realmente muito esquisito.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

franka´s white christmas 1



Bem, depois de um monte de confusões (deixo sempre tudo pra última hora), aqui estou eu e minha família no nosso famoso white christmas, no meio da maior neve (que idéia!) e parecendo uns bolo-fofos de tantos casacos. A viagem foi meio um suplício, só que agora não sei como vou fazer para voltar. “Meio” um suplício não, foi um suplício total e supremo, como dizem os meninos. Só de pensar no inferno que vai ser a volta, tenho arrepios. Bem. Tem sempre uma solução que me deixa aliviada, que é a idéia de não fazer a viagem de volta e ficar aqui para sempre. Não consegui dormir, não pude fumar por mil horas, estava com uma roupa apertada, o remédio pra dormir não adiantou nada e o banco do avião não descia porque agora as companhias aéreas inventaram de colocar umas mini-televisõeszinhas na cadeira da frente (a minha obviamente não funcionava) e se o banco da pessoa da frente descer muito, a pessoa de trás não a TV. O que é mais importante hoje? Ver TV computadorizadazinha ou dormir? É absurdo, mas a TVzinha touchcreen é mais importante. Que burrice que às vezes que é a humanidade. E gente, eu enjôo em avião. Chega, não vou mais falar nisso. Fiquei sem rir por quase 24 horas. O esquisito é que ninguém da família achou nada ruim. Nadica. Só eu. E juro, não estou na TPM.
Tinha esquecido como é engraçado viajar com o Zé e com os filhos. Tinha esquecido também como sou ruim pra falar inglês. As maiores piadas da viagem até o momento acontecem logo depois que eu falo uma frase em inglês pra alguém.
- Como que é mãe?
- Eu disse pra ele que é “too fast”.
- Hã? É o que, mãe?
- Too fast. Ou seja, muito longe. Não é isso? Errei de novo?
Um olhou pra o outro.
-Ixi. A mamãe tá muito "fast" de falar inglês direito...

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

franka minie?



Todo mundo gosta, mas eu não. Agora estão na moda esses carrinhos pequenos e gordinhos, meio retrôs, com cara de carro antigo. Pra mim é tudo carro de Mickey. Lembra do carro do Mickey, do carro do Donald, do carro da Margarida, da Clarabela? Tudo igual ao Mini Cooper, ao Cinquecento, ao Smart e ao Crysler Cruiser. Outro dia o Zé inventou que eu tinha que ter um desses, fiquei implorando para ele não inventar moda. Imagina eu dentro de um trequinho desse que vergonha que vai me dar. Franka Minie? Nananinanão.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

ensaio sobre a sopeira



Usamos um pote de sorvete vazio, desses de 2 l, para encher o recipiente de água da Sopa, que fica no quintal. A Sopa é minha nova cachorra-destruidora-bebê. E é muito atrapalhada, a Sopa.
Um dia desses esse pote, que fica em cima do tanque, caiu no chão. E claro, a Sopa resolveu pegar o pote para mastigar e destruir. Não deu tempo de tirar da frente dela, ela sempre avança nas coisas que ficam no chão e sai correndo com a coisa na boca pra bem longe. Só que ela mordeu na borda menor do pote, e a cabeça dela entrou literalmente dentro do pote. Ela não entendeu nada. De repente o mundo todo ficou totalmente branco, e ela começou a correr sem rumo, batendo sua cabeça de pote nas paredes e tropeçando sem parar. Olhava de cá pra lá com aquela cabeça de pote de sorvete, desesperada. Cadê todo mundo? Cadê o quintal? Cadê meus donos? Tadinha. Acho que ela nunca esperava por aquilo. Imagine você morder uma coisa pra brincar e de repente tudo ao seu redor sumir e ficar branco feito neve. Subitamente cega. Como no filme do Meirelles do livro do Saramago. Engraçado.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

franka aperta livro



Estávamos nós, uns blogueiros perdidos em Pinheiros na segunda feira passada, quando a Anna veio mostrar a revista Brasileiros desse mês com duas novidades: uma matéria do Márcio e uma resenha do Jayme. Todo mundo queria ler, e ela abriu as páginas e apertou bem apertado no meio da revista pra ela abrir bem.
- Ai, que feio! - a Anna disse subitamente, desapertando a revista e arrumando - esqueci não pode fazer isso que estraga a revista.
- Que, Anna?
- Não pode apertar a revista assim no meio que estraga. Lembrei agora. Tenho mania de fazer isso.
E dali em diante começou a maior conversa sobre... apertar revista. A Anna mostrou a lombadinha da Brasileiros, explicando que era ali que estragava. O Pecus falou que livro então era muito pior. Que livro você tem que ler sem abrir quase nada, que ele aprendeu. Eu fiquei ouvindo aquilo super calada. E resolvi confessar que eu aperto revista, abro as páginas de livro passando a unha e pior, dobro para trás a parte já lida. Detesto pocketbook, aqueles livros pequenos e grossinhos que depois da página 50 é impossível virar as páginas lidas pra trás pra ele virar um monobloco. Mais que isso, também dobro orelhas das partes mais legais dos livros e revistas (embora não me lembre nunca do que era legal na tal página depois). Nunca pensei que fosse proibido. Que estragasse. Aliás, quando acabo de ler um livro, eu olho orgulhosa pra o frangalho que ele fica. Na Frankolândia apertamos livros, na Gasparlândia, claro que não. É dona Franka, de novo o mundo se divide em duas partes.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

pisc pisc pisc pisc pisc



De novo esse lance de natal. Achei que quando proibiram os outdoors em São Paulo, iam proibir também as luzinhas de natal. Mas não. Parece que elas são permitidas. Tem gente que fala que é bonito ver a cidade toda enfeitada, eu acho péssimo. Mais de 90% das luzinhas da cidade são toscas, super mal colocadas e estragam os imóveis. Outro dia disse isso para o Zé, e ele discordou.
- Olha aquelas que legais.
- Zé, mas olha aquelas, aquelas e aquelas, que horríveis!
- Péssimas, tem razão. Vamos contar quantas são feias e quantas legais.
As legais perderam feio. Outro dia quase bati o carro na praça Panamericana, pois assustei que colocaram umas luzes strobo azuis nas árvores. Ficou um pesadelo aquilo. As pessoas quando vão colocar luzinha usam uns critérios super estranhos. Tem o lance de enrolar o tronco das árvores e transformá-las em monstros, que já encheu. Tem aqueles que fazem o contorno da casa. Tem outros que tentam fazer guirlandas. E aqueles que fazem chuvinha caindo nas varandas e janelas. Nenhum dá certo, repara. Não gosto, acho feio, a cidade a noite parece toda rabiscada. Falando em rabiscados, outro dia alguem falava sobre a Fernanda Young na Playboy, e meu cunhado Caio comentou que achava horrível a Fernanda Young.
- Horrível ela na Playboy?
- Não, horrível ela. Uma mulher toda rabiscada, éca, toda cheia de desenhinhos aqui e ali, parece uma carteira escolar.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

é, franka, pensou que era sopa?



- E ai, como tá sua cachorra, a Sopa? - perguntou minha irmã.
- Não pára quieta, Ângela. Fica pulando e mordendo sem parar, as pessoas não aguentam ficar muito com ela, e acho que ela não entende o recado.
- Difícil ser cão, hermana. Tá assistindo o César Millan, o encantador de cães, na TV?
- Assisti todos que consegui. Uso todos os truques dele, mas ela não me obedece. Acho que não sou a líder da casa. Minhas calças e sapatos já estão em frangalhos, e eu estou toda cheia de mordidas nos braços, mãos, pernas.
- Ela tem medo de alguma coisa? Barulho, bola, aspirador de pó?
- Hum. Ela tem medo de caixa.
- Caixa? Como assim?
- Ela tem medo de caixa de papelão, dessas grandes. Quanto maior, mais medo ela tem. É a única coisa que ela foge. De caixa.
- Ótimo, já é alguma coisa, Lú. Encha sua casa de caixas, ué. Caixas por todos ambientes. Caixas na sala, na cozinha, no hall. Caixas aonde você não quer que ela pule e morda você e as pessoas.
- E a gente, as pessoas que visitam, ficam todas no meio das caixas? Não vai ficar meio entulhada a minha casa?
- É temporário, pensa, Lú. Depois ela aprende. Ou então... hummm, tive uma idéia! O melhor seria encontrar caixas de geladeira, aquelas enormes, aquelas que cabe uma pessoa dentro. Nossa, difícil encontrar caixa de geladeira... as pessoas não compram muitas geladeiras... já sei, coloque um anúncio "aceito caixa de geladeira"e dai...
- Peraí. Pra que caixa de geladeira, Ângela?
- Para as pessoas vestirem, Lúcia!
- Vestirem? Entrarem dentro?
- É. Resolvido o problema da Sopa. E coloque um aviso na sua porta "se a Sopa te encher, entre na caixa de geladeira".

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

correndo de pernas curtas



Esse amigo arrumou um emprego num empresa grande e tinha um chefe que gostava muito de esportes. Logo no início, o chefe quis saber se ele fazia alguma coisa.
- Eu corro no clube, ele disse.
- Ótimo, disse o chefe, temos um time de corredores aqui na empresa, vamos em maratonas e corridas. Vou apresentar você ao time.
Chefe é chefe, ele pensou, melhor não contrariar. Ele não é um super corredor, mas topou entrar no time da empresa, e logo em seguida foi avisado que teria que correr a São Silveste. Achou chato, não era exatamente aquilo que ele queria fazer no reveillon, mas o emprego era tão bom e o chefe tão animado que concordou. Que remédio. Ganhou o kit da corrida da empresa, com camiseta com propaganda e tudo. O "time" combinou de largar junto, como uma equipe.
Lá foi ele no meio do bando, todo uniformizado. Correu, correu, correu e uma hora não aguentou mais. Não que não estivesse treinado, apenas não estava muito a fim de correr tanto. Uma certa hora houve uma dispersão e ele olhou pra cá, para lá e não viu ninguém da empresa, nem o chefe. Escapuliu pra uma ruazinha e pegou o primeiro táxi que encontrou e pediu para ir para os Jardins.
- Meu senhor, não dá pra passar a Paulista por causa da corrida.
- Então me deixa do lado de cá que vou o resto a pé, ele pediu.
Desceu na Brigadeiro e foi andando pela calçada, ao lado da corrida. Foi quando ouviu vozes chamando.
- Rapaz! Ô rapaz!
Era uma turma enorme de corredores da terceira idade, que começaram a animá-lo. Uns senhorzinhos super simpáticos.
- Rapaz, que qué isso? Você, tão moço e já desistiu? Vamos, corra com a gente! Temos o dobro da sua idade e estamos firmes! Falta muito pouco! Venha!
Ora, ele pensou, já descansei mesmo, acho que vou entrar na corrida de novo. Olhou pra cá, pra lá, não viu ninguém da empresa e pulou a corda de volta pra corrida. Entrou na Paulista com sua nova turma e pimba, passou a reta de chegada. Foi super aplaudido pelos senhorzinhos.
Tudo normal, ganhou medalha e foi pra casa. Porém quando encontrou o chefe e os colegas no trabalho no início do ano, não teve coragem de contar que... pegou um táxi. Ia pegar mal, o patrão ia ficar uma fera, e ele achou melhor não falar nada. Pensou que aquilo não teria consequência nenhuma. Bom. Tudo correu bem até que saiu a classificação, e ele (óbviamente por causa do táxi), tirou a melhor classificação da empresa. Fez um tempo maravilhoso, incrível, nossa, que preparo físico! Todos vieram elogiá-lo, e ele cada vez mais sem graça. Parabéns, parabéns!
Isso ele me contou esse ano, quando trocou de emprego, e o boato da sua sensacional classificação chegou na empresa nova. Agora foi convidado para correr novamente a São Silvestre, mas pela empresa que está. Ficou desesperado com o sucesso. Correr de novo? E agora?
- E agora, Lúcia, o que eu faço? Você pode me buscar no meio do caminho e me deixar na Brigadeiro de novo?

que legal

Ele me chamou, o Chico. Depois de três anos de faculdade, o Chico meu filho me chamou para visitar o lugar e me apresentar a faculdade dele. Sempre respeitei esse tempo que as pessoas (digamos, os filhos) precisam ter pra não ter vergonha da gente. Uma mãe na faculdade do filho, do lado dele toda-toda, falando "ai que lindo ai que legal filhão" deve ser mesmo um uó. Mas acho que ou eu ou ele passamos dessa fase. Fui convidada oficialmente para visitar a Faculdade de Direito São Francisco do Francisco, com direito a tour com ele, apresentação aos amigos e almoço no japonês depois. Coloquei uma roupa bem jovem e tentei ser super moderna. Não falei um "ai que lindo ai que legal filhão", juro. Sei lá ó se deu certo. Só não podia tirar foto, esse o pedido do menino. Não tirei, juro, olhai. Uau, mas que emoção que foi. Tou felizinha. As arcadas e o Chico. Enfim entendi tudo.