terça-feira, 11 de julho de 2006

o carro caolho


Foi no sábado a noite. Fui na Blockbuster tirar um filme com minha filha, estacionamos o carro na frente do vidro da locadora e...
- Aaa! Olha, Nani!
- Aaa! O carro tá vesgo, mãe!
Pois é. Um dos faróis da frente queimou e o meu carro está caolho. Gente, vou confessar uma coisa: não tem coisa que mais me envergonha do que carro caolho. Odeio carro caolho, tenho horror de carro caolho. Toda vez que vejo um carro caolho na rua morro de dó. "Coitado, caolho, eu penso". Andar em um carro caolho é o mesmo que andar com uma calça rasgada no bumbum, é o mesmo que ter um adesivo grudado nas costas, é o mesmo que andar com bigodes pintados na cara e não saber.
Humilhante carro caolho.
A questão é que a gente nunca sabe quando o nosso carro está caolho, pois nunca o encaramos de frente com farol ligado - ora, se estamos fora do nosso carro ele está com os faróis desligados. E como não há espelhos para carros nas garagens e nem apito interno que avise, podemos conviver na santa ignorância com um carro caolhão por meses e meses, sem ter a mínima idéia que estamos dando aquele vexame.
A única coisa que me alivia é que eu estou caolha na frente, não na traseira. É melhor ser vesga na frente do que atrás, pois lembro de uma observação que o João, meu filho menor, fez uma vez. Segundo ele, a parte mais importante de um carro é a parte de trás, a bunda, pois é a parte que mais vemos no trânsito. A da frente a gente quase nunca vê, a não ser que esteja a pé ou rapidamente pelo retrovisor.
De qualquer modo preciso arrumar aquilo urgente.
Que vexame.
E isso lá é assunto, dona Franka? Gente, mil perdões por esse post sem noção, mas uma proprietária de um carro caolho não deve ser levada muito a sério...

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