Foi ontem na hora do jantar.
- Ah, é mesmo. Você tem blog, mãe... – falou o Chico, rindo de mim – Gente, lembra, a mamãe é uma tal de “Franka”, ahahaha!
- Mãe, eu nem lembrava mais disso – falou a Nani.
Resumindo, os meus filhos não dão a mínima para o “frankamente...”. Nem aparecem por aqui.
Não é uma coisa que eu ligue. Quer saber? Ainda bem que eles tem mais o que fazer do que vir para o “blog da mamãe”. Dá licença, por mais que eu possa ter algum talento bloguístico, eles são meninos e jovens e estão interessados lá nas coisas deles.
A conversa surgiu porque lembrei que em agosto este blog fará dois anos. Não é estranho? Dois anos é muito tempo para uma coisa esquisita como um blog.
Esquisita?
Sim, esquisitérrima, na minha opinião. Quando estou aqui dentro me sinto absolutamente a vontade, mas quando tenho que “explicar” essa coisa para, por exemplo, uma tia do interior, me sinto uma ET explicando como é viver em... Plutão. “Sabe, tia, é um lugar virtual onde você vem, escreve umas coisas todos os dias e onde vem um monte de gente que também tem lugares virtuais ou não e comenta as coisas que você escreveu. Entendeu?”. Obvio que ela não entende patavina, nem como é, nem pra que serve. Por isso eu ainda acho blog esquisito – porque um monte de gente do mundo sequer sabe o que é.
Mas é possível identificar um monte de características desse lugar – óbviamente sem concluir nada.
Primeiro que você tem que escrever todos os dias, quase sempre na mesma hora. A rotina de um blog, além de te disciplinar, dá público. Acho que isso faz bem para os dois lados. Por exemplo, hoje tem um monte de ataques do PCC aqui em São Paulo, mas num passeio pelos blogs você vê que as pessoas postaram e estão pensando em outras coisas. Dá um certo ânimo pensar as pessoas não pensam só no que dizem os jornais.
Depois noto que para ter um blog você tem que ter um produto. O que eu vendo aqui são crônicas, algumas histórias e opiniões. Tem gente que vende fotos, outros que vendem relatos de viagem, outros bobajada, outros poesia. Um blog é como uma loja, tem que ter produtos legais para vender.
Depois tem o tempo. Os visitadores nunca ficam muito dentro do blogs porque a hora da leitura é sempre no meio do trabalho – saibam, vem muito mais gente em horário comercial do que nos fins de semana. Então você, que escreve, tem que saber escrever pouco. Se escrever muito o chefe do visitador desconfia e o visitador foge sem comentar.
Já comentar é outro negócio. Pouca gente tem coragem, é engraçado. Mas imagina se todo mundo que vê um filme no cinema manda email para o diretor, ou se todo mundo que come num restaurante vai até o dono e fala o que achou da comida. Não acho isso tão importante. As pessoas não precisam falar nada se não quiserem.
Mas tudo para dizer que a cada dia mais acredito nessa mídia. Passo um tempão aqui, aprendo, converso, adoro, fiz um monte de amigos. Dentro em breve, tenho certeza, ninguém mais vai ler jornal escrito. Eu, que sempre fui a maior defensora, vou acabar des-assinando os dois jornais que recebo aqui em casa, pois leio tudo que preciso no UOL.
As coisas mudam muito e muito rápido. Perdão pelos gerúndios, mas ou você fica do lado de quem está indo ou do lado de quem está ficando.
Eu prefiro tar indo, gente.
Frankamente...
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