Desde que nasci que sou sócia de um clube aqui em São Paulo. E desde que sou pequena que, para entrar na piscina desse clube, temos que fazer um exame médico.
Esse exame consiste em aparecer de maiô na frente de um médico do próprio clube. Na sala de exames, ele nos pede para mostrar as mãos, a parte de trás do pescoço e os pés. Quando mostramos os pés, o médico pede para abrirmos dedo por dedo, para ele checar a parte de dentro entre cada dedo para ele ver se não temos frieiras.
Nunca achei que esse tal exame era muito confiável. E o resto do corpo? E se a pessoa tem micose na barriga? No olho? No bumbum? Além disso, nunca vi ninguém reprovado no tal exame, apesar do Zé morrer de medo disso acontecer com ele um dia.
- Ufa, alívio! Vocês não sabem. Passei hoje no exame médico do clube hoje – ele disse na semana passada, durante uma festa.
O Zé explicou. Ia começar um treino de natação e precisava renovar a carteirinha.
– Agora estou ok. Mas sempre acho que não vou passar, morro de medo de ser reprovado, mesmo sabendo que não tenho nada errado.
- Ah. Você fez exame médico ontem? – perguntou um amigo nosso, que estava ao lado dele e que é sócio do mesmo clube – Pois eu fiz hoje.
- E passou?
- Hã? Claro que passei – respondeu esse amigo, rindo – ... mas Zé, me diz uma coisa.
- Fala.
- Lá no exame, na parte dos pés, como é que você faz?
- Ora. Eu coloco o pé no banquinho e abro os dedos um por um.
- Abre como?
- Com a mão, ora. Vou abrindo um por um e mostrando um por um para o médico.
- Ufa – ele disse – Que alívio.
- Alívio porquê?
- Bom, eu nunca tinha reparado nisso, mas hoje todas as pessoas antes de mim não precisavam da mão para abrir os dedos.
- Hã ? – estranhou o Zé e mais todos os outros que estavam na sala, próximos da gente – Como assim?
- Sei lá! – disse esse amigo – Eram pessoas que abriam os dedos sem mãos, entende? Ao menor sinal do médico, quando ele dizia “abra dos dedos”, eles colocavam os pés no banquinho e... tchum. Abriam. Um de cada, como se fosse uma dança, como se tivessem vida própria. Era horrível.
- Os dedos abriam sozinhos? - surpreendeu-se o Zé.
- Sim, sozinhos.
- Nossa. Devem ser dedos treinados para isso.
- Ou algum tipo de deformidade, não acha? - sugeriu o amigo.
- Eram diversas pessoas diferentes?
- Não – falou o amigo - Pensando bem, deviam ser da mesma família. Vai ver que é uma coisa genética.
Esse exame consiste em aparecer de maiô na frente de um médico do próprio clube. Na sala de exames, ele nos pede para mostrar as mãos, a parte de trás do pescoço e os pés. Quando mostramos os pés, o médico pede para abrirmos dedo por dedo, para ele checar a parte de dentro entre cada dedo para ele ver se não temos frieiras.
Nunca achei que esse tal exame era muito confiável. E o resto do corpo? E se a pessoa tem micose na barriga? No olho? No bumbum? Além disso, nunca vi ninguém reprovado no tal exame, apesar do Zé morrer de medo disso acontecer com ele um dia.
- Ufa, alívio! Vocês não sabem. Passei hoje no exame médico do clube hoje – ele disse na semana passada, durante uma festa.
O Zé explicou. Ia começar um treino de natação e precisava renovar a carteirinha.
– Agora estou ok. Mas sempre acho que não vou passar, morro de medo de ser reprovado, mesmo sabendo que não tenho nada errado.
- Ah. Você fez exame médico ontem? – perguntou um amigo nosso, que estava ao lado dele e que é sócio do mesmo clube – Pois eu fiz hoje.
- E passou?
- Hã? Claro que passei – respondeu esse amigo, rindo – ... mas Zé, me diz uma coisa.
- Fala.
- Lá no exame, na parte dos pés, como é que você faz?
- Ora. Eu coloco o pé no banquinho e abro os dedos um por um.
- Abre como?
- Com a mão, ora. Vou abrindo um por um e mostrando um por um para o médico.
- Ufa – ele disse – Que alívio.
- Alívio porquê?
- Bom, eu nunca tinha reparado nisso, mas hoje todas as pessoas antes de mim não precisavam da mão para abrir os dedos.
- Hã ? – estranhou o Zé e mais todos os outros que estavam na sala, próximos da gente – Como assim?
- Sei lá! – disse esse amigo – Eram pessoas que abriam os dedos sem mãos, entende? Ao menor sinal do médico, quando ele dizia “abra dos dedos”, eles colocavam os pés no banquinho e... tchum. Abriam. Um de cada, como se fosse uma dança, como se tivessem vida própria. Era horrível.
- Os dedos abriam sozinhos? - surpreendeu-se o Zé.
- Sim, sozinhos.
- Nossa. Devem ser dedos treinados para isso.
- Ou algum tipo de deformidade, não acha? - sugeriu o amigo.
- Eram diversas pessoas diferentes?
- Não – falou o amigo - Pensando bem, deviam ser da mesma família. Vai ver que é uma coisa genética.
- E, de um certo modo, mais higiênico.
- Concordo - ponderou o amigo - Mas que é estranho é, não acha?
- Muito.
E o Zé arriscou perguntar.
- E... eles passaram no exame?
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