Adoro ler peças de teatro.
A primeira peça que eu li me surpreendeu. Era do Nelson Rodrigues, óbviamente: “Toda nudez será castigada”. Eu devia ter uns dezesseis anos. Levei um susto com a falta de descrições, fiquei maravilhada ao ver como as falas tinham que se virar sozinhas e fiquei intrigada com as palavras entre parênteses, ou seja, as sensações de quem fala.
Assustado.
Cambaleante.
Obstinado.
Sério.
Sorridente.
Claro, peças são escritas para serem usadas pelos atores e não para serem lidas como romances. São um objeto, e não um fim. É muito importante entendermos, sempre, para que serve a coisa que lemos: só assim é possível criticar e opinar. E peças de teatro são apenas um meio para transformar uma história "pensada" numa cena "real".
Pensando bem, acho que é exatamente por isso que elas me interessam tanto até hoje.
Vou explicar. Eu me formei arquiteta. Aprendi a fazer projetos e trabalho com isso. E gente, pensa. Peças de teatro são, para a literatura, o que os desenhos são para as obras. Projetos. É a forma usada para mostrar como construir uma peça. É o projeto da peça. E projeto, bem, projeto é minha praia, ora.
Vou explicar. Eu me formei arquiteta. Aprendi a fazer projetos e trabalho com isso. E gente, pensa. Peças de teatro são, para a literatura, o que os desenhos são para as obras. Projetos. É a forma usada para mostrar como construir uma peça. É o projeto da peça. E projeto, bem, projeto é minha praia, ora.
Então resta apenas misturar tudo: lúcia + franka + arquitetura + projeto + literatura = dramaturgia.
Foi também nesse dia que li essa peça que comecei a escrever para teatro. Sim, desde os dezesseis anos que eu adoro escrever peças. Não, elas nunca foram encenadas. Sim, muita gente já leu e adorou, até o Paulo Autran, acreditem. Não, apesar disso eu não fui descoberta. Sim, ficamos amigos, eu e o Paulo. Sim, não, sim, não, sim. A vida é assim mesmo, as coisas tem a hora certa de acontecer. É apenas uma questão de tempo, de oportunidade, de acaso, de fazer as coisas com paixão.
Mas voltemos aos textos de teatro. A questão é que, desde aquele fatídico dia, penso que deveríamos fazer a mesma coisa com as pessoas que convivemos no nosso dia a dia. Eu falo das sensações entre parênteses. Acho que deveríamos falar as nossas sensações antes de falar ou escrever qualquer coisa. Isso iria nos poupar tempo, desgaste e conflitos.
Imagina o seguinte: antes de começar a reunião com um cliente, eu o encontro e digo:
- Animadíssima - “Bom dia, Roberto. Tudo bem?”
Ele me responderia:
- Bem irritado, de mau humor - “Bom dia.”
- Conjectura - “Bem, podemos começar a reunião? Eu trouxe todos os relatórios.”
- Sem graça - “Ah, tá? Quer um café?”
- Cautelosa - “Olha, você vai ficar feliz quando ver os números. São bons.”
- Suspira e relaxa um pouco - “Que bom, vamos ver”
Talvez os relacionamentos assim fossem mais simples e a gente não levaria tanto susto com os maridos, filhos, mães, clientes, amigos e sócios quando alguma coisa os incomoda, quando acordam de mau humor, quando dão pontapés e sopetões de repente. Bastava uma única palavra antes de cada frase. Isso poderia valer tanto para conversas como para textos escritos, e-mails, relatórios, cartas. Apenas uma palavrinha com o humor e estado de espírito da pessoa.
Sinceramente? Acho que deveríamos adotar os “entre parênteses”. Bem, pelo menos entre os parentes da gente.
Ahahah.
Sorrindo.
Foi também nesse dia que li essa peça que comecei a escrever para teatro. Sim, desde os dezesseis anos que eu adoro escrever peças. Não, elas nunca foram encenadas. Sim, muita gente já leu e adorou, até o Paulo Autran, acreditem. Não, apesar disso eu não fui descoberta. Sim, ficamos amigos, eu e o Paulo. Sim, não, sim, não, sim. A vida é assim mesmo, as coisas tem a hora certa de acontecer. É apenas uma questão de tempo, de oportunidade, de acaso, de fazer as coisas com paixão.
Mas voltemos aos textos de teatro. A questão é que, desde aquele fatídico dia, penso que deveríamos fazer a mesma coisa com as pessoas que convivemos no nosso dia a dia. Eu falo das sensações entre parênteses. Acho que deveríamos falar as nossas sensações antes de falar ou escrever qualquer coisa. Isso iria nos poupar tempo, desgaste e conflitos.
Imagina o seguinte: antes de começar a reunião com um cliente, eu o encontro e digo:
- Animadíssima - “Bom dia, Roberto. Tudo bem?”
Ele me responderia:
- Bem irritado, de mau humor - “Bom dia.”
- Conjectura - “Bem, podemos começar a reunião? Eu trouxe todos os relatórios.”
- Sem graça - “Ah, tá? Quer um café?”
- Cautelosa - “Olha, você vai ficar feliz quando ver os números. São bons.”
- Suspira e relaxa um pouco - “Que bom, vamos ver”
Talvez os relacionamentos assim fossem mais simples e a gente não levaria tanto susto com os maridos, filhos, mães, clientes, amigos e sócios quando alguma coisa os incomoda, quando acordam de mau humor, quando dão pontapés e sopetões de repente. Bastava uma única palavra antes de cada frase. Isso poderia valer tanto para conversas como para textos escritos, e-mails, relatórios, cartas. Apenas uma palavrinha com o humor e estado de espírito da pessoa.
Sinceramente? Acho que deveríamos adotar os “entre parênteses”. Bem, pelo menos entre os parentes da gente.
Ahahah.
Sorrindo.
Foi irresistível não falar essa frase.
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