Estava no escritório do meu cliente. Aquele, dos relatórios.
Enquanto ele não aparecia, eu esperava na sala de reunião. Adoro essas horas de espera. São horas permitidas, não dão sentimento de culpa, não é vagabundagem. De um certo modo, estou trabalhando. E nesses lugares não tem nada para dispersar: nem computador, nem revistas, nem pessoas. Na vida que eu levo, são oásis maravilhosos para reflexão.
Estava toda feliz quando entra a secretária, nervosa.
- Lúcia. Olha. Ele vai demorar mais.
- Tudo bem, sem problemas.
- Quer mais um café? Uma água?
Como se eu não pudesse ficar naquela nulidade sem fazer nada.
- Não, obrigada.
Enquanto ele não aparecia, eu esperava na sala de reunião. Adoro essas horas de espera. São horas permitidas, não dão sentimento de culpa, não é vagabundagem. De um certo modo, estou trabalhando. E nesses lugares não tem nada para dispersar: nem computador, nem revistas, nem pessoas. Na vida que eu levo, são oásis maravilhosos para reflexão.
Estava toda feliz quando entra a secretária, nervosa.
- Lúcia. Olha. Ele vai demorar mais.
- Tudo bem, sem problemas.
- Quer mais um café? Uma água?
Como se eu não pudesse ficar naquela nulidade sem fazer nada.
- Não, obrigada.
Ela desabafou.
- Eu vou tomar, estou exausta. Quer vir comigo? Venha, venha - ela me puxou e me levou para a copa.
- Você está abatida, Ana. O que foi?
- Estou doente, dores de cabeça, dores no corpo. Fui até ao médico, não me sinto bem. Ele me examinou e não achou nada. Falou que deve ser porque estou trabalhando demais.
- Ah. Eu sei como é.
- Me mandou tomar calmante. Detesto, falei que não tomava nem morta, calmantes me deixam idiota. Meio dãããrrrr.
- Eu também não gosto – falei.
Ela se animou.
- Ai o médico falou que a melhor coisa que eu deveria fazer era ser bem idiota e dãããrrrr! Vê se pode!
- Como é?
- Segundo esse médico, o meu problema é felicidade. Ele recomendou que eu fizesse coisas bem bobas. Na verdade, ele me sugeriu que eu deveria aprender a ser boba, pois gente boba não tem essas coisas.
- Boba?
- É, boba, meio dãããrrrr. Gente boba lê gibi, vê programa de humor desses bem babacas, ri de piada suja, manda corrente pela Internet, assiste desenho animado, programa de auditório...
Eu não estava acreditando. O médico receitou felicidade para ela, e ensinou um modo fácil dela ser feliz.
- Como é? O teu médico falou que gente boba faz isso?
- Foi o que ele me disse. Ele me disse que se eu for bem boba nas horas vagas, eu vou me divertir, eu rio e... melhoro!
- Ele te mandou... ser boba e rir?
- Isso mesmo! O remédio é exatamente esse. A bobeira e a risada, não é genial? Bom. Vamos ver se eu consigo, né?
- Eu vou tomar, estou exausta. Quer vir comigo? Venha, venha - ela me puxou e me levou para a copa.
- Você está abatida, Ana. O que foi?
- Estou doente, dores de cabeça, dores no corpo. Fui até ao médico, não me sinto bem. Ele me examinou e não achou nada. Falou que deve ser porque estou trabalhando demais.
- Ah. Eu sei como é.
- Me mandou tomar calmante. Detesto, falei que não tomava nem morta, calmantes me deixam idiota. Meio dãããrrrr.
- Eu também não gosto – falei.
Ela se animou.
- Ai o médico falou que a melhor coisa que eu deveria fazer era ser bem idiota e dãããrrrr! Vê se pode!
- Como é?
- Segundo esse médico, o meu problema é felicidade. Ele recomendou que eu fizesse coisas bem bobas. Na verdade, ele me sugeriu que eu deveria aprender a ser boba, pois gente boba não tem essas coisas.
- Boba?
- É, boba, meio dãããrrrr. Gente boba lê gibi, vê programa de humor desses bem babacas, ri de piada suja, manda corrente pela Internet, assiste desenho animado, programa de auditório...
Eu não estava acreditando. O médico receitou felicidade para ela, e ensinou um modo fácil dela ser feliz.
- Como é? O teu médico falou que gente boba faz isso?
- Foi o que ele me disse. Ele me disse que se eu for bem boba nas horas vagas, eu vou me divertir, eu rio e... melhoro!
- Ele te mandou... ser boba e rir?
- Isso mesmo! O remédio é exatamente esse. A bobeira e a risada, não é genial? Bom. Vamos ver se eu consigo, né?
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