Existem uns termos que muitas mulheres falam (principalmente eu) que eu acho odiosos. Fiz uma lista, vou explicar porque implico e eliminar do meu vocabulário.
Tentar, ao menos.
Vamos lá.
Ah, agora que caiu a ficha! – ô gente, “caiu a ficha” é odioso de ouvir. Se você já começa se comparando a uma máquina emperrada de refrigerante, melhor nem continuar, não acha?
O boy foi fazer banco – alguém me explica uma coisa: o boy foi construir um banco? Foi montar um banco de madeira? Essa mesma frase também é repetida quando as pessoas vão para a Europa. Lá, sabe-se lá o porquê, os brasileiros costumam fazer Paris, Roma e Amsterdã. Depois fazem as ilhas. Gregas.
Vamos agendar a reunião – porque as pessoas não dizem que vão marcar uma reunião? Não é todo mundo que usa agenda, e se a pessoa, como eu, usa um caderno para anotar as coisas? Eu caderno a reunião?
Me deixe despachar o boy – isso é pura implicância minha, detesto essa frase, fico com pena, parece que a pessoa vai lançar o pobre do boy para o espaço, coitado.
Ai, eu não acredito! – termo muitíssimo falado por mulheres que ouvem segredos e geralmente vem junto um monte de gestos faciais e corporais de desespero e animação. É uma mentira deslavada que me incomoda muito, pois na maioria das vezes acreditamos em tudo, ficamos animadíssimas com a fofoca e vamos espalhar para meio mundo.
Num brinca! - variação do "não acredito" quando a história contada é mais triste. Essa frase sempre é falada baixinho, com uma voz cavernosa, olhos fechados, cara preocupada. Repara. Horrível.
Quem gostaria de falar com ele? – em muitos telefonemas que a gente dá a gente não gostaria nada de ter que falar com a tal pessoa. Na maioria das vezes que ouço esse termo, tenho vontade de explicar: olha, gostar, gostar mesmo eu não gostaria. Gostaria de estar de férias, de ir ao cinema, essas coisas. Mas chama ele para mim.
Olha, o que a gente se divertiu... - olha, é dos termos mais broxantes que existe. Se você já se divertiu numa outra situação, não adianta contar a história rindo e gargalhando que não vai ter a menor graça para o teu interlocutor. Desiste.
Nossa, tô bôba! – Ô droga, eu vivo falando isso. E me detesto. Ah é? Está boba, lúcia? Se a pessoa está boba e ainda declara, como podemos continuar a conversa?
O cara é dez! – quer dizer que esse tal cara é muito bom. Só que na minha opinião a pessoa que fala é um. Ou, no máximo dois, depois desta frase. Implicância pura.
É show, esse filme. Você precisa assistir – escuta, show é show, e filme é filme. Não gosto desse termo porque, se você inverter, dá errado. Imagina alguém falando “é filme, esse show”. Ou que “é livro, esse teatro”. Porque só “show” que é show?
Foi uma loucura, a casa caiu – olha, gente, uma casa cair é coisa muito séria, a maior judiação, ainda mais se você for arquiteta, como eu.
Ameeei! – Faz o seguinte: dá um presente para uma mulher qualquer, uma coisa, ninica de nada, e vê se ela não fala isso. Com as vogais repetidas, claro.
Que uva! – tem muita moça que ainda usa esse termo. O que eu não consigo entender o que tem a ver a fruta (nesse caso, a uva), com a coisa a que ela se refere (pode ser teu sapato, tua blusa, um brinco, teu cabelo, ou até um moço). Será que ela quer dizer que uva é bonitinha? Gostosinha? Que tem caroço? Que é doce? Porque não criamos, assim, variantes como “que manga! Que figo! Que mixirica!” ?
Vou na seqüência – na seqüência de quê? Seqüência é o ato de seguir. Não gosto de ouvir isso, dá a sensação de estar sendo perseguida.
Ah, não precisava! – outra exclamação odiosa que a gente fala quando ganhamos um presente. Dá vontade de arrancar o presente da mão da pessoa e levar embora, falando: ah, desculpa, pensei que você precisava. Perdões pela indelicadeza.
Finalizando, queria falar mais uma coisa: nós, mulheres, o usamos sem parar o tempo verbal do “futuro do pretérito”.
Eu adoraria, eu gostaria, eu queria.
O futuro do pretérito, se a gente pensar bem, é das coisas mais esquisitas deste mundo. Um futuro do nosso passado? Alguma coisa que a gente quis muito e que ainda não deu certo?
Deixa. É só preciso aceitar que ele está muito mais dentro de nós do que imaginamos. O tempo verbal das mulheres. O tempo verbal do sonho. Do desejo.
E isso não é bom?
Ah, agora que caiu a ficha! – ô gente, “caiu a ficha” é odioso de ouvir. Se você já começa se comparando a uma máquina emperrada de refrigerante, melhor nem continuar, não acha?
O boy foi fazer banco – alguém me explica uma coisa: o boy foi construir um banco? Foi montar um banco de madeira? Essa mesma frase também é repetida quando as pessoas vão para a Europa. Lá, sabe-se lá o porquê, os brasileiros costumam fazer Paris, Roma e Amsterdã. Depois fazem as ilhas. Gregas.
Vamos agendar a reunião – porque as pessoas não dizem que vão marcar uma reunião? Não é todo mundo que usa agenda, e se a pessoa, como eu, usa um caderno para anotar as coisas? Eu caderno a reunião?
Me deixe despachar o boy – isso é pura implicância minha, detesto essa frase, fico com pena, parece que a pessoa vai lançar o pobre do boy para o espaço, coitado.
Ai, eu não acredito! – termo muitíssimo falado por mulheres que ouvem segredos e geralmente vem junto um monte de gestos faciais e corporais de desespero e animação. É uma mentira deslavada que me incomoda muito, pois na maioria das vezes acreditamos em tudo, ficamos animadíssimas com a fofoca e vamos espalhar para meio mundo.
Num brinca! - variação do "não acredito" quando a história contada é mais triste. Essa frase sempre é falada baixinho, com uma voz cavernosa, olhos fechados, cara preocupada. Repara. Horrível.
Quem gostaria de falar com ele? – em muitos telefonemas que a gente dá a gente não gostaria nada de ter que falar com a tal pessoa. Na maioria das vezes que ouço esse termo, tenho vontade de explicar: olha, gostar, gostar mesmo eu não gostaria. Gostaria de estar de férias, de ir ao cinema, essas coisas. Mas chama ele para mim.
Olha, o que a gente se divertiu... - olha, é dos termos mais broxantes que existe. Se você já se divertiu numa outra situação, não adianta contar a história rindo e gargalhando que não vai ter a menor graça para o teu interlocutor. Desiste.
Nossa, tô bôba! – Ô droga, eu vivo falando isso. E me detesto. Ah é? Está boba, lúcia? Se a pessoa está boba e ainda declara, como podemos continuar a conversa?
O cara é dez! – quer dizer que esse tal cara é muito bom. Só que na minha opinião a pessoa que fala é um. Ou, no máximo dois, depois desta frase. Implicância pura.
É show, esse filme. Você precisa assistir – escuta, show é show, e filme é filme. Não gosto desse termo porque, se você inverter, dá errado. Imagina alguém falando “é filme, esse show”. Ou que “é livro, esse teatro”. Porque só “show” que é show?
Foi uma loucura, a casa caiu – olha, gente, uma casa cair é coisa muito séria, a maior judiação, ainda mais se você for arquiteta, como eu.
Ameeei! – Faz o seguinte: dá um presente para uma mulher qualquer, uma coisa, ninica de nada, e vê se ela não fala isso. Com as vogais repetidas, claro.
Que uva! – tem muita moça que ainda usa esse termo. O que eu não consigo entender o que tem a ver a fruta (nesse caso, a uva), com a coisa a que ela se refere (pode ser teu sapato, tua blusa, um brinco, teu cabelo, ou até um moço). Será que ela quer dizer que uva é bonitinha? Gostosinha? Que tem caroço? Que é doce? Porque não criamos, assim, variantes como “que manga! Que figo! Que mixirica!” ?
Vou na seqüência – na seqüência de quê? Seqüência é o ato de seguir. Não gosto de ouvir isso, dá a sensação de estar sendo perseguida.
Ah, não precisava! – outra exclamação odiosa que a gente fala quando ganhamos um presente. Dá vontade de arrancar o presente da mão da pessoa e levar embora, falando: ah, desculpa, pensei que você precisava. Perdões pela indelicadeza.
Finalizando, queria falar mais uma coisa: nós, mulheres, o usamos sem parar o tempo verbal do “futuro do pretérito”.
Eu adoraria, eu gostaria, eu queria.
O futuro do pretérito, se a gente pensar bem, é das coisas mais esquisitas deste mundo. Um futuro do nosso passado? Alguma coisa que a gente quis muito e que ainda não deu certo?
Deixa. É só preciso aceitar que ele está muito mais dentro de nós do que imaginamos. O tempo verbal das mulheres. O tempo verbal do sonho. Do desejo.
E isso não é bom?
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