quarta-feira, 20 de julho de 2005

brrr...



- Oi! Chegou de férias, lúcia? – me perguntou uma amiga ao telefone.
- Cheguei.
- Pra onde vocês foram?
- Para o Rio Grande do Sul. Alugamos um carro, passeamos pela serra gaúcha, ficamos em quatro cidades por lá.
- Hum... que friozinho, né?
- Muuuito frio – respondi – Vixe, como estava frio naquele lugar.
- Ai, que delícia! – ela disse, animadona – Vocês congelaram? Que maravilha!
Tá vendo? Eu pago o que eu falo. Falei outro dia que achava completamente errado esse hábito que a gente tem de viajar para o lugar mais frio do mundo no inverno e para o lugar mais quente do mundo no verão, elaborei a maior teoria sobre férias e bem estar, disse que devíamos fazer como a família real que ia para as montanhas no verão e para a praia no inverno, e pimba.
Brrr.
Acabei indo com minha família no inverno para o lugar gélido do Brasil. Fomos para o sul, praticamente para dentro de um freezer (falando em freezer, antes que alguém me pergunte, a minha leitoa ainda descansa deitadinha lá dentro), onde geou, onde congelamos com nossa falta de roupas, onde tivemos que comprar luvas, cachecóis e gorros, onde tremíamos o dia todo e onde comemos até não poder mais.
Aliás, a culpa de engordar no inverno é toda do excesso de roupa. A gente nem percebe onde está o corpo. Alguém deveria bolar uma roupa de inverno com um visor de plástico na barriga, para a gente ter noção do que acontece por ali. Não é possível emagrecer olhando a barriga somente uma vez por dia na hora do banho. Para acreditarmos que a comida engorda, precisamos ver o resultado do excesso de fondue no corpo logo após a ingestão.
Não acham?
Tá tudo errado. Para que ir para um lugar gelado no inverno e congelar? Para que ir para um lugar quente escaldante no verão e praticamente derreter? Qual o prazer que podemos ter nisso? Isso não faz bem a saúde, e vivemos num mundo onde a saúde e o bem estar são o motivo da nossa existência. Acho até que a nossa era é a era do conforto e do descanso. Vivemos e trabalhamos para isso: para estar confortáveis e descansados.
Falaverdade.
Mas a verdade é que estava ótimo, e isso que eu não entendo. Nos divertimos muito, as cidades estavam lotadas e animadas, com feiras nas ruas, com restaurantes cheios e muitos programas para fazer, com passeios em parques, mirantes, teleféricos e trens. Não sei se no verão seria tão divertido. Fiquei imaginando aquelas cidades fantasmas e quentes. Acho que não teria graça nenhuma. Minha teoria não tem muito sentido, queremos viajar também para ver gente, para participar de festas e para entrar na dança.
E assim eu assumo meu erro e minha antipatia de falar que não devemos viajar para o frio no inverno e mostro aqui a foto que eu, o Zé e nossos filhos tiramos, animados e saltitantes, do termômetro do centro de Canela, às 8 da noite, quando ele finalmente marcou 0º.
Viva!
Taí. Vai entender...



E para completar a volta do frankamente, outra ilustração divertida do !

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