(obs. 2: vou falar de regime de novo, me lembrei dessa história, é engraçada)
Era um dia de férias. Eu e a minha irmã estávamos na praia com as crianças. Os meninos ainda eram todos pequenos, daquele tamanho que a mãe precisa “colocar para dormir”. Tem uma hora na vida que a gente não precisa mais fazer isso e é uma maravilha, mas nessa época ainda tínhamos que colocar as crianças na cama.
Conseguimos que todos fechassem os olhos e viemos, as duas, pé ante pé para a sala para aproveitar aquele momento maravilhoso de paz. Criança pequena o dia todo por conta da gente dá uma trabalheira.
- Ufa. Que silêncio bom... – falou a Ângela, se espreguiçando – Ei, vou ver se o nosso vinho gelou. Merecemos, não acha?
- Claro. Mas você não quer tomar uma cerveja mesmo? – perguntei.
Eu adoro cerveja.
- Nunca! – ela deu um berro – Já disse, eu estou de regime to-tal! Você não viu meu estado catastrófico na praia hoje? Achei que meu biquíni novo tivesse encolhido, mas não, fui eu que aumentei. Cerveja nunca, Lúcia. Cerveja a gente toma e zuuupt, vai direto para a barriga.
Essa é a minha irmã. Ela adora falar de comida, tem teorias sobre todas as coisas que colocamos boca adentro e adora um regime, claro. Desde que somos meninas que ela faz regime sem parar. Mas como é muito bem humorada, vive inventando planos e teorias completamente malucas sobre a questão.
- Ângela, um lata de cerveja e um copo de vinho devem ter a mesma quantidade de calorias.
- Não, não. Cerveja engorda muito mais, tenho certeza. Tem aquele gás, que incha, infla. Já viu barriga de cerveja? Barriga de vinho é bem menor, garanto.
Ela abriu o vinho, geladinho. Começamos a tomar e a papear. Uma hora ela declarou que estava morrendo de fome.
- Criança pequena janta cedo demais! – ela declarou – vamos comer alguma coisinha?
- Não tem amendoim lá dentro? – perguntei.
- Amendoim? Nem pensar, amendoim engorda, tá doida? Amendoim só se a gente tiver certeza que vai chover por três dias e que não precisaremos colocar biquíni durante um longo período.
- Tá, tá. Tem uva na geladeira, Ângela, pega lá.
- Não tem mais. Dei para os meninos, acabou – e ela se levantou – Bom, vou dar uma olhada na cozinha.
Ela voltou sorrindo, como se tivesse tido uma grande idéia. Minha irmã é assim, engraçada. Numa mão ela tinha uma maçã, e na outra um bom-bom sonho de valsa. Ela estava de braços abertos e balançava os dois, alternadamente. Como se ela fosse uma balança.
- Que é isso?
- Tou vendo o que pesa mais... – ela me explicou, seríssima – O que pesa mais, óbvio, engorda mais. Veja o alface, as verduras, que são levinhos. Não engordam. Não sabia disso?
Eu franzi os olhos, pasma.
- Ah, é a maçã! A maçã é muito mais pesada que o bom-bom.
E ela colocou a maçã na mesa, sorrindo.
- Como sonho de valsa é mais leve, engorda menos. Melhor comer o sonho de valsa – e, diante da minha cara boquiaberta, ela perguntou – Quer um?
Conseguimos que todos fechassem os olhos e viemos, as duas, pé ante pé para a sala para aproveitar aquele momento maravilhoso de paz. Criança pequena o dia todo por conta da gente dá uma trabalheira.
- Ufa. Que silêncio bom... – falou a Ângela, se espreguiçando – Ei, vou ver se o nosso vinho gelou. Merecemos, não acha?
- Claro. Mas você não quer tomar uma cerveja mesmo? – perguntei.
Eu adoro cerveja.
- Nunca! – ela deu um berro – Já disse, eu estou de regime to-tal! Você não viu meu estado catastrófico na praia hoje? Achei que meu biquíni novo tivesse encolhido, mas não, fui eu que aumentei. Cerveja nunca, Lúcia. Cerveja a gente toma e zuuupt, vai direto para a barriga.
Essa é a minha irmã. Ela adora falar de comida, tem teorias sobre todas as coisas que colocamos boca adentro e adora um regime, claro. Desde que somos meninas que ela faz regime sem parar. Mas como é muito bem humorada, vive inventando planos e teorias completamente malucas sobre a questão.
- Ângela, um lata de cerveja e um copo de vinho devem ter a mesma quantidade de calorias.
- Não, não. Cerveja engorda muito mais, tenho certeza. Tem aquele gás, que incha, infla. Já viu barriga de cerveja? Barriga de vinho é bem menor, garanto.
Ela abriu o vinho, geladinho. Começamos a tomar e a papear. Uma hora ela declarou que estava morrendo de fome.
- Criança pequena janta cedo demais! – ela declarou – vamos comer alguma coisinha?
- Não tem amendoim lá dentro? – perguntei.
- Amendoim? Nem pensar, amendoim engorda, tá doida? Amendoim só se a gente tiver certeza que vai chover por três dias e que não precisaremos colocar biquíni durante um longo período.
- Tá, tá. Tem uva na geladeira, Ângela, pega lá.
- Não tem mais. Dei para os meninos, acabou – e ela se levantou – Bom, vou dar uma olhada na cozinha.
Ela voltou sorrindo, como se tivesse tido uma grande idéia. Minha irmã é assim, engraçada. Numa mão ela tinha uma maçã, e na outra um bom-bom sonho de valsa. Ela estava de braços abertos e balançava os dois, alternadamente. Como se ela fosse uma balança.
- Que é isso?
- Tou vendo o que pesa mais... – ela me explicou, seríssima – O que pesa mais, óbvio, engorda mais. Veja o alface, as verduras, que são levinhos. Não engordam. Não sabia disso?
Eu franzi os olhos, pasma.
- Ah, é a maçã! A maçã é muito mais pesada que o bom-bom.
E ela colocou a maçã na mesa, sorrindo.
- Como sonho de valsa é mais leve, engorda menos. Melhor comer o sonho de valsa – e, diante da minha cara boquiaberta, ela perguntou – Quer um?
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