domingo, 15 de maio de 2005

os dois "tins"


franka, sílvia b. e o brinde

Na semana passada, minha amiga Silvia B. fez um encontro no atelier dela para mostrar os desenhos e pinturas para os amigos. Como estava tudo ótimo naquela noite, propus que eu e ela fizéssemos diversos brindes para selar, sei lá, a nossa amizade, a felicidade, os desenhos dela, qualquer coisa boa. E com nossos copos cheios, desenhamos um monte de tipos de brindes.
No brinde de costas parecemos uma escultura humana de um vaso, não acham? Essa é uma maravilha de brinde, mas que só pode ser feito com as pessoas ainda sóbrias. Para arrematar, a Silvia B. ainda fez essa montagem com as fotos, que adorei. Uma ode aos brindes. Um brinde ao brinde.
Tim, tim, tim, tim, tim, Sílvia!

Brindes me lembram minha irmã Ângela. Outro dia ela me contou que, quando éramos crianças, ela adorava a idéia de brindar, mas que sempre ficava frustradérrima com aquilo.
- Frustrada? – estranhei.
- Muito frustrada, lúcia – ela explicou - Eu achava que ninguém brindava direito comigo. Como na hora do brinde as pessoas falam “tim-tim”, eu achava que a gente deveria fazer “tim" e "tim” no copo da outra pessoa, entende? Achava que o certo era bater duas vezes no copo do outro. "Tim", uma vez e depois "tim", de novo. Bom. Eu batia a primeira vez, e quando ia bater a segunda, a pessoa não estava mais ali. Ninguém nunca me explicou que o "tim-tim" era apenas um "tim". Por isso essa coisa de brinde, para mim, sempre foi frustrante. Eu sempre acho que tem um "tim" a menos.
Póde? E sempre que eu brindo com a minha irmã, eu faço dois tins. Ao menos comigo ela não vai se frustrar.
Hoje em dia o ritual de brindes dos meus conhecidos está cada vez mais confuso. Tudo começou quando o PVP, um amigo meu, inventou que para brindar de verdade era preciso olhar nos olhos da pessoa. Isso virou mania, chegamos às vezes a brindar umas cinco, seis, vezes porque alguém não olhou direto. Depois alguém inventou que não bastava olhar nos olhos – na hora agá, na horinha do “tim”, tínhamos que sorrir e manter os dois pés no chão. E agora alguém inventou também que temos que brindar todos com a mesma mão, direita ou esquerda, para não quebrar uma corrente da sorte. Gastamos assim um tempão nas idas e vindas dos copos.
E toda vez eu penso na minha irmã – é tanta complicação para brindar, imagine se além disso tivéssemos que fazer dois tins?

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