terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

TACOS & MARGUERITAS


dúvidas atrás do vidro de pimenta

Edu (Itamambuca) veio aqui em casa ontem. O Zé resolveu fazer tacos e chamamos alguns amigos. Para combinar, ele se animou e até confeccionou uns drinks: margueritas.
Tacos & margueritas by Zé na segunda feira gorda.
Não consegui tomar a tal de marguerita. Muito forte esse negócio de tequila. Bastou um gole e eu já estava zonza. O Zé disse que não, que não era forte nada, mas depois de umas duas todo mundo estava se divertindo “demais” pro meu gosto. Olha. Quando você é a única que não bebe numa turma que bebe, existe um momento que você nota que as pessoas estão rindo meio sem razão. É como se eles estivessem num mundo paralelo, você fora. É nessa hora que você se desenturma.
Já fazia algum tempo que eu não encontrava o Edu pessoalmente. Falar no blog a gente se fala quase todo dia, mas ao vivo não.
- Não sei não, lúcia – ele me disse, confuso – esse negócio de blog...
- Como assim, Edu? Que tem os blogs?
- Ora. Para quê a gente faz isso? Sei lá se eu vou continuar. Não vejo nenhum sentido.
Crise? Existe isso? Crise de blog? Sim, existe, e o Edu estava bem no meio de uma. Olha a quantidade de coisa que a gente ainda não entende nesse mundo virtual. Uma crise blogger. Essa é boa.
Ele insistia, desanimado.
- Para quê? Me fala, para quê, lúcia? Uma bobagem, não serve para nada. A gente nem conhece as pessoas, fala com desconhecidos. Tsc. Para quê?
Não sou psicóloga virtual, e confusa para dar conselhos. Mas eu me senti na obrigação de defender a coisa.
- Serve pra gente ter assunto, ora - declarei, firme - Um blog serve para a gente ter um assunto por dia, e nada mais que isso, oras.
- Como é?
- Entende, Edu? Um assunto por dia – e eu fui me empolgando muito na minha explicação – acho que blog é exatamente para isso. Para você colocar uma questão por dia para o mundo. Se o “mundo” não ler o teu blog é problema dele, não seu. A sua parte você faz. E... ora, se você não é capaz de ter ao menos um assunto novo por dia, seja ele uma história, um pensamento, uma foto ou uma frase, ah, então Edu, você é um... nada. Um ser medíocre. Quer saber? – Eu me levantei da cadeira e declarei, inflada - E eu me recuso a ser uma “nada”. E francamente, tenho um monte de assuntos todo dia, bons ou ruins! – conclui, achando maravilhosa minha defesa.
Bem, se o Edu vai sair da crise ou não, não sei. Mas eu me convenci completamente, isso que foi maluco.
Um assunto por dia? Ichi. Tou perdida.

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