no meio do fogo
Ontem, no café da manhã, encontramos essa foto no Estadão.
- Olha pra isso... – me mostrou o Zé, embasbacado.
- É o desfile do Rio – reparei, sem olhar direito.
- Mas olha isso... Que diabos é isso, caramba?
- Um carro alegórico, Zé. Um dos carros alegóricos de alguma escola.
- Mas olha! – ele estava impressionado – Eu nunca me dei conta do tamanho, da luxuosidade e da imponência. Tem fogo saindo por cima, elefantes no chão, cornucópias gigantes. É uma coisa fantástica, de outro mundo, percebe?
- E daí? Todo ano é assim, Zé. Um monte desses.
- Mas hoje que eu reparei numa coisa. Olha de novo.
- Reparou no que?
- Ora, pensa. Um carro alegórico desse tamanho, com essa beleza e com esse luxo, deveria ter aqui no meio... – e ele apontou para a figura do destaque do carro – ... a pessoa mais importante do Brasil, obviamente, lú! O Lula, por exemplo. Era o Presidente do Brasil que deveria estar no meio dessa coisa, no meio do fogo, dos elefantes e das plumas.
- Hã?
- ... e não um desconhecido qualquer. Veja...
E ele me mostrou a foto mais uma vez, apontando para a pessoinha lá no meio.
- Quem é essa pessoa aqui? Vê? Tem alguém aqui, mas nem tem o nome da pessoa no jornal! Quem é esse homem? Quem?
- Zé, mas é para ser assim mesmo! É carnaval!
- É para ser assim como? - e ele começou com suas explicações sociológicas de copa-cozinha - Um povo deveria usar o carnaval para enaltecer os ídolos, os líderes, os mais adorados, ora bolas. Esses homens e mulheres que deveria ser os "destaques" do carnaval. Mas veja que estranho, existe o carro, existe a homenagem, mas não é para ninguém. É a fantasia pela fantasia e mais nada. Volta e meia aparece um ou outro ator de TV, mas cadê o Lula? O Serra? O Gil?
- E você descobriu isso hoje, agora? - eu suspirei. Esse é o Zé.
- Olha pra isso... – me mostrou o Zé, embasbacado.
- É o desfile do Rio – reparei, sem olhar direito.
- Mas olha isso... Que diabos é isso, caramba?
- Um carro alegórico, Zé. Um dos carros alegóricos de alguma escola.
- Mas olha! – ele estava impressionado – Eu nunca me dei conta do tamanho, da luxuosidade e da imponência. Tem fogo saindo por cima, elefantes no chão, cornucópias gigantes. É uma coisa fantástica, de outro mundo, percebe?
- E daí? Todo ano é assim, Zé. Um monte desses.
- Mas hoje que eu reparei numa coisa. Olha de novo.
- Reparou no que?
- Ora, pensa. Um carro alegórico desse tamanho, com essa beleza e com esse luxo, deveria ter aqui no meio... – e ele apontou para a figura do destaque do carro – ... a pessoa mais importante do Brasil, obviamente, lú! O Lula, por exemplo. Era o Presidente do Brasil que deveria estar no meio dessa coisa, no meio do fogo, dos elefantes e das plumas.
- Hã?
- ... e não um desconhecido qualquer. Veja...
E ele me mostrou a foto mais uma vez, apontando para a pessoinha lá no meio.
- Quem é essa pessoa aqui? Vê? Tem alguém aqui, mas nem tem o nome da pessoa no jornal! Quem é esse homem? Quem?
- Zé, mas é para ser assim mesmo! É carnaval!
- É para ser assim como? - e ele começou com suas explicações sociológicas de copa-cozinha - Um povo deveria usar o carnaval para enaltecer os ídolos, os líderes, os mais adorados, ora bolas. Esses homens e mulheres que deveria ser os "destaques" do carnaval. Mas veja que estranho, existe o carro, existe a homenagem, mas não é para ninguém. É a fantasia pela fantasia e mais nada. Volta e meia aparece um ou outro ator de TV, mas cadê o Lula? O Serra? O Gil?
- E você descobriu isso hoje, agora? - eu suspirei. Esse é o Zé.
- Descobri – e ele respondeu, dobrando o jornal e me olhando - Ei. Já ferveu o café?
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