- Alô!
- Oi lúcia, filha! Tá ouvindo?
- Mãe? É você?
- Lúcia, filha! Alô! – ela gritou.
Minha mãe sempre berra em interurbano, mesmo quando a ligação está boa. Acho que é coisa do tempo do telefone de manivela. Por exemplo, as vezes ela me atende normal, falando baixinho. Quando eu digo que estou, por exemplo, em outro estado, ela se assusta e passa a gritar feito doida.
- Sou eu, a mamãe! Alô!
- Oi mãe! Onde você está? Porque não me ligou antes?
- No navio, ué! É que eu só liguei o celular agora, aqui na cabine.
- Está se divertindo, mãe?
- Muito, estou adorando, mas é muito estranho. Pensa, mais de três mil pessoas flutuando numa barcaça... uma caixa fechada, imensa...
- Tem gente demais por aí?
- Nossa, precisa ver a piscina. Não fiquei cinco minutos, tive aflição.
- E o que tem mais para fazer, mãe?
- Olha, passeios, almoços, jantares, cinema. E, claro, baile o dia todo. Nunca vi coisa igual.
- Como? Baile?
- É, esse é um cruzeiro chamado “dançando a bordo”, filha.
- E... – eu começei a rir, minha mãe sempre inventa moda – E você tem... dançado nesses bailes, mãe?
- Hahaha, só com as pessoas da nossa turma. Sabe, as senhoras aqui trazem os próprios dançarinos, é a coisa mais chique fazer isso. Hahaha. Da próxima vez eu vou trazer também. Agora que eu já sei como funciona a coisa...
- Hã? Como é?
- Aqui as senhoras trazem os seus dançarinos particulares, filha. Para dançarem sem parar!
- Tipo... personal dancer, mãe?
- Tipo... isso mesmo. É tão engraçado.
- Ave, mãe.
- Mas são poucas as que trazem um, particular. A maioria “racha” o dançarino. Como não podem trazer um exclusivo, só para elas, pois é caro; elas se juntam em duas ou três e dividem. Bem, como ninguém agüenta dançar sem parar com a nossa idade, é uma boa.
- É... uma boa, mãe? - fiquei pasma com a tranquilidade dela.
- Oi lúcia, filha! Tá ouvindo?
- Mãe? É você?
- Lúcia, filha! Alô! – ela gritou.
Minha mãe sempre berra em interurbano, mesmo quando a ligação está boa. Acho que é coisa do tempo do telefone de manivela. Por exemplo, as vezes ela me atende normal, falando baixinho. Quando eu digo que estou, por exemplo, em outro estado, ela se assusta e passa a gritar feito doida.
- Sou eu, a mamãe! Alô!
- Oi mãe! Onde você está? Porque não me ligou antes?
- No navio, ué! É que eu só liguei o celular agora, aqui na cabine.
- Está se divertindo, mãe?
- Muito, estou adorando, mas é muito estranho. Pensa, mais de três mil pessoas flutuando numa barcaça... uma caixa fechada, imensa...
- Tem gente demais por aí?
- Nossa, precisa ver a piscina. Não fiquei cinco minutos, tive aflição.
- E o que tem mais para fazer, mãe?
- Olha, passeios, almoços, jantares, cinema. E, claro, baile o dia todo. Nunca vi coisa igual.
- Como? Baile?
- É, esse é um cruzeiro chamado “dançando a bordo”, filha.
- E... – eu começei a rir, minha mãe sempre inventa moda – E você tem... dançado nesses bailes, mãe?
- Hahaha, só com as pessoas da nossa turma. Sabe, as senhoras aqui trazem os próprios dançarinos, é a coisa mais chique fazer isso. Hahaha. Da próxima vez eu vou trazer também. Agora que eu já sei como funciona a coisa...
- Hã? Como é?
- Aqui as senhoras trazem os seus dançarinos particulares, filha. Para dançarem sem parar!
- Tipo... personal dancer, mãe?
- Tipo... isso mesmo. É tão engraçado.
- Ave, mãe.
- Mas são poucas as que trazem um, particular. A maioria “racha” o dançarino. Como não podem trazer um exclusivo, só para elas, pois é caro; elas se juntam em duas ou três e dividem. Bem, como ninguém agüenta dançar sem parar com a nossa idade, é uma boa.
- É... uma boa, mãe? - fiquei pasma com a tranquilidade dela.
- Uma boa mesmo. Ué. Se a pessoa gosta de dançar, filha... que é que tem?
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