- lúcia.
- Fala, Zé.
- Recebi teu email ontem.
- Hã. E daí?
- Aquela crônica.
- Gostou?
- Gostei, mas...
- Mas?
- Escuta, eu não entendo. Você escreve e manda assim, para as pessoas, sem mais nem menos?
- É. Não pode?
- Não, quer dizer, poder pode, mas será que as pessoas querem... receber?
- Como assim, Zé?
- Ah, sei lá. Será que você não enche os outros com esse seu falatório?
- Eu? Como que é?
- Não, olha, não leva a mal, mas email assim comprido eu...
- Zé. Você o quê?
- ... ah. Me dá preguiça, lú. Eu não leio...
- O quê? Já basta você não ler minhas novelas, nem minhas peças de teatro e nem meus romances, agora você me diz que nem lê as minhas croniquinhas, Zé? Mas são mínimas!
- Mínimas? Tá maluca? São enormes. Imensas. Eu, por exemplo, que uso óculos e...
- Zé. Não acre-di-to em você. Juro.
- Não, mas...
- “Não mas” nada, Zé. Em vez de você me incentivar...
- Mas eu incentivo você, sempre!
- ... em vez de me incentivar tá querendo que dizer que pode existir a “possibilidade” de eu ser... de eu ser...
- Não, lú... não!
- ... de eu ser “a chata da crônica”? Tipo “iii lá veio a crônica chata da chata da crônica”? é isso que você quer dizer?
- Não é que é chata, entende... ah, não sei, e ainda você me coloca no meio, fica falando de mim...
- Mas eu achei que você ia adorar ser meu personagem! Você tá ficando famoso, Zé!
- Aí. Outra coisa que eu não sei não... ou estou famoso ou bobo... me dá vergonha, lú.
- Zé, será que você não está exagerando? Você tá insinuando que eu sou a chata da crônica e você o bobo da crônica?
- Não lú, mas... mas... já perguntou se eles querem?
- “Eles”?
- Os... seus “amigos”?
- Zé, você está me traumatizando! São meus amigos! Claro que...
- Tá, esquece. Eu que sou um bobo, acho que estou atrapalhando, sempre, é coisa de mineiro, você sabe como que é o povo de lá.
- Você acha mesmo que as pessoas podem não... que eu posso... que... eu deveria não... mandar minhas croniquinhas para os amigos?
- Não, lú! Manda, mas...
- Mas...?!?
- Pergunta, né!
- Quê? Como assim? Perguntar se as pessoas querem me receber? Como se eu fosse um SPAM qualquer?
- Não lú, eu não disse isso!
- Eu não sou um SPAM! E não sei, acho que choraria uma semana se um dos meus amigos me dissesse que eu sou comprida, spamzada, espanada, ah, sei lá como que se chama uma pessoa que é parecida com SPAM!
- Lú, esquece, eu que sou um bobo.
- Tsc, vou tentar, mas agora eu...
- Que cara, lú. Agora o quê?
- Traumatizei, Zé. Traumatizei mesmo.
- Fala, Zé.
- Recebi teu email ontem.
- Hã. E daí?
- Aquela crônica.
- Gostou?
- Gostei, mas...
- Mas?
- Escuta, eu não entendo. Você escreve e manda assim, para as pessoas, sem mais nem menos?
- É. Não pode?
- Não, quer dizer, poder pode, mas será que as pessoas querem... receber?
- Como assim, Zé?
- Ah, sei lá. Será que você não enche os outros com esse seu falatório?
- Eu? Como que é?
- Não, olha, não leva a mal, mas email assim comprido eu...
- Zé. Você o quê?
- ... ah. Me dá preguiça, lú. Eu não leio...
- O quê? Já basta você não ler minhas novelas, nem minhas peças de teatro e nem meus romances, agora você me diz que nem lê as minhas croniquinhas, Zé? Mas são mínimas!
- Mínimas? Tá maluca? São enormes. Imensas. Eu, por exemplo, que uso óculos e...
- Zé. Não acre-di-to em você. Juro.
- Não, mas...
- “Não mas” nada, Zé. Em vez de você me incentivar...
- Mas eu incentivo você, sempre!
- ... em vez de me incentivar tá querendo que dizer que pode existir a “possibilidade” de eu ser... de eu ser...
- Não, lú... não!
- ... de eu ser “a chata da crônica”? Tipo “iii lá veio a crônica chata da chata da crônica”? é isso que você quer dizer?
- Não é que é chata, entende... ah, não sei, e ainda você me coloca no meio, fica falando de mim...
- Mas eu achei que você ia adorar ser meu personagem! Você tá ficando famoso, Zé!
- Aí. Outra coisa que eu não sei não... ou estou famoso ou bobo... me dá vergonha, lú.
- Zé, será que você não está exagerando? Você tá insinuando que eu sou a chata da crônica e você o bobo da crônica?
- Não lú, mas... mas... já perguntou se eles querem?
- “Eles”?
- Os... seus “amigos”?
- Zé, você está me traumatizando! São meus amigos! Claro que...
- Tá, esquece. Eu que sou um bobo, acho que estou atrapalhando, sempre, é coisa de mineiro, você sabe como que é o povo de lá.
- Você acha mesmo que as pessoas podem não... que eu posso... que... eu deveria não... mandar minhas croniquinhas para os amigos?
- Não, lú! Manda, mas...
- Mas...?!?
- Pergunta, né!
- Quê? Como assim? Perguntar se as pessoas querem me receber? Como se eu fosse um SPAM qualquer?
- Não lú, eu não disse isso!
- Eu não sou um SPAM! E não sei, acho que choraria uma semana se um dos meus amigos me dissesse que eu sou comprida, spamzada, espanada, ah, sei lá como que se chama uma pessoa que é parecida com SPAM!
- Lú, esquece, eu que sou um bobo.
- Tsc, vou tentar, mas agora eu...
- Que cara, lú. Agora o quê?
- Traumatizei, Zé. Traumatizei mesmo.
Um comentário:
Dimais, lucinha.
Mostrei prá Glau e nos vimos segundo a segundo nas mesmas situações. O DNA dos casais parece similar!
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