segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

danilo móvel



Foi no meio do aniversário do João que o carrinho apareceu aqui. Um carrinho de supermercado grande. Chegou fazendo o maior barulho, aquele barulho característico, e desci do quarto e revolvi checar o tamanho do problema. Me vi de frente a um... carrinho.
- Que é isso, gente?
O João se adiantou.
- Meu presente, ganhei dos meus amigos. É um "Danilo móvel" - ele explicou, referindo-se ao nome da banda que ele e os amigos têm, que se chama "Danilo", onde o maior hit é a música "Danilo".
Muito legal a banda, as músicas deles, mas... e então aquilo lá no meio da sala, um legítimo carrinho de supermercado grande, era o "Danilo móvel".
- Pra a gente levar os instrumentos, mãe. Ou pra passear. Legal, né?
- Filho, ô gente - eu falava olhando ao redor - vocês não podem pegar isso, vão devolver isso pro super.
- Mãe, é um presente - argumentou o João.
- Mas filho, é do super... mas gente, um carrinho, onde é que...
- Mãe, vai ficar no meu quarto, e o presente ainda não tá pronto - ele foi me falando e me tirando dali.
Bom, a festa era dele, não ia atrapalhar. Fiz meu papel de mãe, afinal tinha que falar que os carrinhos de super não podem ser levados do super, mas que mais podia fazer? Estragar a festa, criar um caso no meio da noite? Resolvi que pensaria na coisa no dia seguinte. E quando acordei, fui até a sala e vi que o carrinho de super tinha sido violentamente customizado durante a festa, quase não se reconhecia. Franjas, enfeites, escudo, revestimento. Ficou irreconhecível. Trash total.
Bom, desde então tenho um carrinho de super em casa. É ótimo para descarregar as compras do carro, e ando pensando seriamente em usar o "Danilo móvel" para fazer compras. Sairei com ele, o super é a duas quadras daqui, compro tudo, não uso sacola plástica, volto com ele. Porque não? Um dia devolvo, é emprestado. O super devia era dar um carrinho para cada freguês.

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