Nossa gente, de uns tempos pra cá, a gente tem escovas de dente muito sofisticadas, já repararam? Fico maravilhada com esses avanços de tecnologia. Hoje de manhã fiquei horas analisando a minha nova escova de dente quando tirei da embalagem. Ela tem uma quantidade incrível de cerdinhas de alturas e tamanhos diferentes, com diferenças nas espessura dos tufos. A parte central tem umas borrachinhas e uns redondos, e em volta tem umas cerdas grossas e moles para a gengiva. Dimais. Na parte de trás, uns grampinhos emborrachados para masseagear a língua, e o cabo, ah, gente, o cabo da escova é demais. Ao mesmo tempo que é super anatômico, tem antiderrapantes nos locais perfeitos para a sua mão não escorregar. Incrível. Puxa vida, gente. Essse negócio de tecnologia é um perigo. Porque repara: tecnologia não tem volta. É igual ficar rico demais, ou se apaixonar muito. Depois que você se acostuma a certas regalias, não consegue mais ficar sem. A tecnologia nos faz ser exigentes e ambiciosos ao extremo, eu acho. Serei obrigada a usar escovas como essa, ou mil vezes melhores que essa para o resto da vida. Socorro. Isso não é tipo uma prisão? Aos poucos você, que não era consumista, que resolvia as coisas de modo simples, está preso na carceragem do design. Acho que eu seria totalmente incapaz, hoje, depois de ter consumido essa escova raitéc mega blaster super total, de usar novamente aquelas escovas de dente TEK da minha infância. Eram péssimas. Elas tinham um cabão horrível, umas cerdas duras e quadradas e, imaginem, uma cor só! Depois de um tempo de uso, pareciam uns bombrils velhos, ficavam bem nojentas. A escova TEK envelhecia sem dignidade alguma, o pior é que a gente nem percebia a ameaça dos germes nos dentes, não havia sequer aviso de "me troque" na escova, as cerdas não mudavam de cor. Já as escovas modernas, com esses designs espaciais, envelhecem também, claro, mas mesmo velhas ficam inteironas. Cabelinho branco e corpão firme. Hahaha. Só não gosto e não uso o tal massageador de língua que vem nas costas da escova. Me dá uma aflição danada esfregar aquela coisa espinhuda na língua, fica coçando muito depois. Aliás, nunca perguntei pra ninguém: gente, alguém usa aquilo?
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