domingo, 2 de março de 2008

fitines securiti



Fiquei com idéias terroristas depois da publicação da crônica na revista Morar da Folha. Isso que dá escrever, isso que dá ter blog e ficar lendo comentários. Dá uma vontade absurda de fazer molecagens, mas tenho plena consciência que isso pode ser extremamente perigoso. Bem, publiquei a crônica da guarita do vizinho, tudo normal, muita gente comentou, até que alguém sugeriu: "franka, será que o vizinho recebe a Folha? Será que leu? Será que sabe que é com ele?". Logo em seguida, alguém comenta: "franka, passe a revista para eles pelo passa-pizza". Juro que fiquei tentada - mas não venham com essa que não vou cometer semelhante absurdo - e desde então estou de olho neles, com medo de ser descoberta. A cada vez que entro ou saio de casa dou uma espiadinha na janelinha, para ver se está tudo bem. Até o momento acho que ninguém descobriu que eu sou eu, portanto estou a salvo. Resolvi hoje dividir o meu medo com todo mundo. Resolvi inclusive provar a vocês que é verdade, que frankamente Franka não mente. Tirei uma foto da guarita com o guardinha lá dentro, que publico aqui. Confesso que, para a guarita não ser reconhecida, coloquei no editor de imagens e cliquei vinte e sete vezes no item "embaçar muito", por isso a imagem ficou assim. Além disso, tarjei o guarda. Porém ontem a tarde aconteceu algo estranho. Numa das tais espiadinhas, percebi que o guarda da tarde subia e descia. É, isso mesmo. O cara subia, e logo em seguida descia. Estava, inclusive, para o meu espanto, de braços abertos, feito o Cristo Redentor. E subia e descia. Nossa. Fiquei em pânico. Seria um sinal, um código pra mim? O que era aquilo? Foi quando entendi. O segurança, que fica sentado lá o dia todo, imóvel, estava fazendo... ginástica. Agachamento. Um, dois, um, dois, um dois. Agacha, levanta, apoiado na parede. Vocês podem acreditar nisso? Fitines securiti. Exercícios guaritais. Será que ele tem um manual? Óbvio que abdominais não devem ser permitidos. Um dois. Além disso, o P., meu amigo arquiteto, se lembrou que ninguém, nas obras, chama guarita de guarita. É gurita.

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