segunda-feira, 2 de julho de 2007

entendi tudo


Depois de um final de semana escasquetada com o filme resenhado abaixo, depois e assistir mais dois outros filmes nada a ver com esse e fazer um almoço para a família do Zé, entendi tudo.
Adoro quando isso acontece na minha cabeça.
Na verdade, o filme esquisito da japonesa incendiária que escreve no corpo dos homens pelados é apenas um filme que narra a relação de uma menina com o seu pai. Apenas isso, nada mais. É incrível como as histórias são sempre as mesmas e como são simples na essência. O resumo real do filme não é toda aquela zona quilométrica que eu escrevi no post abaixo. O fato do filme ter tanto homem pelado pouco importa. A escrita em corpos é apenas um meio para chegar num fim, e o resumo é simples e pequeno: era uma vez uma menina apaixonada pelo pai que o viu fracassar diante dela. Mudou toda a sua vida para resolver aquele problema e se vingar do homem que fez mal à ele. O homem que fez mal a ele é o editor, que ela, de um modo esdrúxulo, mata no fim.
O bem, o mal, a vingança do bem contra o mal. O pai, a filha, a paixão maluca que temos por eles. Só isso, apenas isso. Todas nós, meninas, mulheres, mães, temos ou tivemos os nossos pais, que amamos à nossa maneira. Eu, que perdi o meu pai cedo, aos 12 anos de idade, também tive que criar uma história muito esquisita para resolver aquele vazio na minha cabeça. Não usei homens pelados e não matei ninguém, mas desde pequena preciso escrever em busca de respostas. Cada história pessoal é marcada por símbolos, todos muito particulares de cada relação, que usamos como instrumentos para solucionar nossos enigmas. A japonesa escrevia livros nos corpos dos homens, eu escrevo crônicas em um blog. Pouco importa a superfície. Eu e ela estamos fazendo a mesma coisa.

Nenhum comentário: