segunda-feira, 12 de março de 2007

vida de inseto

ivam e franka, em nossa noite de insetos
- Eu não entendo porque é que nós temos que matar esses bichinhos, juro que não entendo...!
Foi exatamente essa frase que disse o Ivam Cabral, meu amigo, na semana passada num bar, se referindo aos insetos em geral, que matamos a torto e a direito. Eu adoro o Ivam porque ele é completamente tagarela, assim como eu, e tem uma quantidade imensa de teorias, também exatamente como eu. Aliás, como ninguém descobriu, é ele, o Ivam, que olha de frente para a câmera na foto ai abaixo, na praça Roosevelt, em frente aos Teatro Sátyros. Pô, gente. E onde eu estou? Ora, estou tirando a foto do Ivam, dãr. Porém o estranho daquela foto - quando postei aquilo não existia - é que durante o final de semana surgiu um estranho vulto atrás dos homens famosos que conversam animadamente. Reparem. É uma mulher de roupa branca e sapato alto. Tenho certeza que ela também não estava lá quando tirei a foto. Obviamente que ela é uma assombração, e estou completamente apavorada. O frankamente está mal assombrado, caramba. Ô saco.
- Porque repara como é a vida e como são os humanos, ô Franka – o Ivam explicou – eu noto que, no mundo, basta um humano ver um insetinho que surge do nada um impulso absurdo de matar o coitadinho. É uma loucura imaginar que temos acometimentos assassinos a cada vez que vemos um inseto. Então em penso: por que, por que temos que matar esses bichinhos? Morro de dó, de pena, não entendo...!
Comecei a rir. O Ivam é muito engraçado falando e ainda por cima chamando insetos nojentos e asquerosos como baratas, traças, taturanas, lesmas e pernilongos de “bichinhos”. Depois de diversos "ai-que-fofo" (não dá para falar outra palavra depois de diminutivos desse tipo), começamos todos a discutir e conclui que eu sou uma assassina assumida. E pior, isso deve ter vindo comigo e ser tão da minha natureza que eu nunca-jamais me fiz essa pergunta , como o Ivam se fez. Então sou uma mulher horrível. Eu mato bichinhos e nem percebo que mato, tampouco noto como sou má. Uma genocida de insetos, uma matadora instintiva, uma homicida perversa, atenção, tomem cuidado comigo. Sou uma verdadeira Tibbles em ação (vejam o segundo post abaixo).
Mas fazer o quê. Como diz minha mãe, é batata, e o Ivam tem toda a razão. Basta eu ver uma formiga que eu esmago, basta sentir um pernilongo voando ao meu lado que eu tenho prazer de matar com as mãos e olhar o sangue e os destroços, basta perceber qualquer estranho inseto no quintal, seja uma abelhinha, seja uma vespinha, seja uma taturaninha que eu, cheia e prazer e salivando, esmigalho, queimo, bato até a morte.
Não tenho dúvidas - e foi isso que opinei junto ao Ivam nesse dia - que os serem humanos tem uma maldade ancestral e natural com os bichinhos. Mas acho que isso faz parte do ciclo natural de vida e existência dos insetos. Acho que nascemos sim com asco e ódio de alguns insetos, e que, assim como um tipo de peixe precisa comer o outro para sobreviver e manter o equilíbrio ali no habitat dele, o equilíbrio do meu quintal, por exemplo, depende de mim e da minha matança.
Concluindo isso, fiquei preocupadíssma com o Ivam. O quintal dele deve ser totalmente desequilibrado, com aquele monte de bichinhos vivos tomando conta de tudo, reinando, um habitat totalmente desestabilizado e caótico. Ora. Se ele não mata daqui a pouco o Ivam perderá o controle e sei lá o que vai acontecer. Céus. Não quero nem pensar. Talvez devêssemos fazer um mutirão para salvar o Ivam.
Vou começar a matar o dobro de bichinhos. Por ele.

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