sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

as aftas ardem

.
.
.
Fui viajar dois dias a trabalho. Na Bahia, numa pequena cidade. Um calor infernal, todas as pessoas de férias, eu e minha turma trabalhando. Saimos para almoçar na cidade, torcendo para achar algum lugar onde conseguissemos comer rapidamente para podermos retornar e continuar o que precisávamos acabar. Um dos engenheiros que mora lá sugeriu que fossemos a um quiosque na praia. Segundo ele, rápido não conseguiríamos comer em lugar nenhum, mas ali ele achava que seria mais fácil. Fomos. Explicamos para a dona do quiosque, uma senhora que o engenheiro chamava de "Maínha" que não estávamos de férias, e perguntamos se ela podia nos servir rapidamente. Acho que por causa disso ela resolveu nos alimentar muito bem, afinal tínhamos que trabalhar, diferente de todos ali ao redor, aqueles folgados de férias. Assim, ela nos trouxe uma infinidade de comidas maravilhosas, um verdadeiro banquete: lagosta, risoto de polvo, bobó de camarão, e, para completar, uma cocada de forno maravilhosa, meio quente, uma delícia. No final, quando ela surgiu, e todos nós, satisfeitos e encantados, a cumprimentamos efusivamente: "estava delicioso Maínha, que incível, a senhora está de parabéns, que comida boa, nossa, blá, blá, blá". Foi quando, surpreendentemente, ela não deu a mínima para os nossos elogios, e, fazendo uma cara horrível, nos disse.
- Ah, vocês não imaginam. Estou com uma afta horrorósa na boca.
Gente, que engraçado. Vai entender os seres humanos. E, diante das nossas caras de queixo caído, ela se aproximou muito, abriu a boca, virou o lábio para fora mostrando uma afta enorme, nojenta e simplesmente horrososa, e disse, na maior.
- Olhaqui. Tão vendo? Olha! É enorme!
Hahaha. Tivemos todos que olhar e, fazer o quê.
Elogiamos a afta também.

Nenhum comentário: