quarta-feira, 29 de novembro de 2006

seca e afogada

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A chuva nos pegou no meio da rua e tivemos que sair correndo até achar uma marquise, eu, o Zé e os meninos. Estávamos saindo do clube, o carro estava muito longe e aquela aguaceira parecia não ter fim tão cedo. Os meus filhos, todos da geração vídeo-game, viram aquilo como um jogo e calcularam que teríamos cinco ‘fases’ até chegar ao carro. Um prédio, uma marquise, uma entrada de escolinha, uma banca de jornais e um ponto de taxi. “E provavelmente nenhum ‘bônus’ para ganhar um 'turbo'”, emendou o João, rindo.
Quando estávamos no segundo pitistopi, olhei para a calçada e tive um choque. Diante de mim estava uma enorme árvore, com um tronco super bonito, mas completamente afogada pela calçada. Gente, olha a foto. Pode uma coisa dessas? A pessoa que fez essa calçada – uma calçada bem cara, convenhamos, de granito, com um desenho complicado e até com estrelas – colocou o piso até o talo, até o limite certinho do tronco. E mais – os recortes na pedra – que não é nada fácil de fazer – foram feitos um a um, especialmente para o local. Uma colocação realmente primorosa, mas gente... como essa árvore respira? E céus, como ela toma... água? Nunca me preocupei com a sobrevivência de uma árvore, pra falar a verdade. Mas ver esse sufocamento tão explícito num dia de toró realmente me deixou aflita. Tadinha.
Que acham? Vou até lá à noite e... picaréto? Será que assim eu ganho um bônus turbo?

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