sexta-feira, 4 de agosto de 2006

a dona marilene e o computador



Ontem liguei para uma empresa para cobrar um orçamento de um serviço. O serralheiro não estava.
- Escuta, quem está falando?
- Aqui é a Marilene, a mãe dele – disse uma voz forte, estridente - Ele não está, quem gostaria?
- Oi, dona Marilene – eu disse para a mulher – Aqui é a Lúcia. É sobre um orçamento.
- Olha meu bem, eu sou mãe dele e também secretária aqui - ela disse, querendo ser simpática - Pode falar comigo. O que eu posso fazer para te ajudar?
Vamos lá, pensei.
- É o seguinte. Eu mandei um email para o Walter com umas medidas, será que a senhora poderia dar uma olhada se esse e-mail chegou? Ele não me respondeu ainda, não me mandou o custo.
Percebi que a voz da mulher hesitou.
- Ai ai ai. E-mail? Medidas? Quando foi?
- Antes de ontem.
A dona Marilene pediu um minuto, mas demorou uns dez. Acho que ficou muito, mas muito confusa com meu pedido.
- Olha - ela declarou - Vou ter que olhar no computador.
Óbvio, pensei. Onde ela queria ver se chegou um ... e-mail?
- Espere que eu vou ter que me virar – ela anunciou, explicando que ela estava olhando para frente e o computador ficava atrás dela.
Achei engraçado.
- Sabe o que é? Você não imagina a loucura que está hoje esse negócio de computador. Estou sobrecarregada de e-mail aqui. Comecei a ficar tão nervosa que até dei as costas para ele.
- Ele?
- O computador do Walter.
Ela explicou. Tem umas mães que são muito engraçadas com essa coisa de tecnologia.
- Foi assim. Abri o computador de manhã e vi que tinha chegado um monte de e-mails. Já me deu aflição. Quando começei a responder plim, chegaram mais três. Fiquei irritada. Nem tinha acabado de escrever o primeiro e entram três, assim sem mais nem menos? Ora. Fui responder o segundo, e plim, chegaram mais dois! Assim não dá, você não acha? Começou a me dar desespero, eu resolvi virar de costas.
Ela deu um longo suspiro.
- O Walter que me perdoe, mas eu não gosto dessa coisa de computador. Prefiro telefone, que a gente fala com uma pessoa de cada vez, sabe? Mas vamos lá. Que dia que foi mesmo que você mandou esse e-mail, meu bem?
Cada uma...
E hoje tem crônica na paradoXO: A solidão do closet

Um comentário:

Anônimo disse...

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