Tenho uma amiga muito reticente. Bem, se não existisse e-mail e ela nunca tivesse me escrito, eu não notaria as suas infinitas reticências. Mas ela não consegue escrever sem colocar um monte de pontinhos. Como se falasse... suspirasse... aiai...
Me intrigam as pontuações. Os pontos finais, as vírgulas, os parênteses, as aspas. As chaves, travessões. As exclamações, interrogações.
Obviamente tenho algumas teorias, então vamos lá.
As reticências são interessantes. É a pontuação do futuro incerto. Acho que minha amiga, quando usa reticências, não tem certeza do que diz. Ela chuta uma bola sem saber onde vai dar. É a pontuação do pensamento, das possibilidades, dos sonhos. Por isso nos torna tão vulneráveis, essas malditas reticências apaixonadas...
Já os pontos não. São certezas. É tudo que a gente já viveu e já incorporou. Os pontos finais, então, nem se fala. Tem gente que nunca consegue colocá-los. É o adeus, o tchau, é o não me enche, não perturba, é o dane-se. Pouca gente coloca bem um ponto final. É preciso ser muito valente, muito macho, para lascar um ponto “daqueles”. Hehehe.
Mas é importante saber onde pôr. Eu detesto pessoas que assinam e colocam ponto final, por exemplo.
Atenciosamente, Fábio. Ponto.
Beijo, Michel. Ponto.
Saudações, Andréa. Ponto.
É como se a pessoa se encerrasse dentro do nome, não te dando chance de outra conversa. Um ponto depois do nome é uma porta fechada, é uma chave trancando uma conversa futura. É um ponto final no relacionamento. É um murro na boca do interlocutor.
Nome, ponto.
Horrível.
Com exclamações e interrogações temos que tomar cuidado. Elas mudam completamente tudo que foi escrito. São diabólicas. Muitas vezes não estamos assim “tão” felizes, nem “tão” na dúvida, entende? Tenho até medo delas. Sempre penso bem antes o que sinto para colocar.
Já as vírgulas eu adoro. São pequenas pausas, suspirinhos, risadinhas, respiros da conversa. Delícia as vírgulas. São como goles de bebida que a gente toma quando tá falando com os amigos. A garganta arranha, a gente molha e retoma. Impossível viver sem vírgulas.
Mas meus preferidos são as aspas. Primeiro por causa do formato. Parecem mãos na cabeça da letra, parecem cafuné, não acha? Olha que legal, um cafuné antes de falar e outro depois. É uma ato de amor usar aspas. Eu sinto que tem alguém te agradando quando me mandam umas.
Coisa completamente diferente dos parênteses, que são pontuações profissionais, meio sem paciência. Quando não dá para explicar tudo, quando temos que ser rápido, pimba, parênteses. Resolve na hora, mas dá uma sensação de pressa. Os parênteses são de uma objetividade ímpar no mundo profissional.
Seríssimos.
Os travessões são esquisitões. Parecem uns obstáculos. Você tropeça, cai e levanta. E as chaves, alguém usa chaves? Coitadas... ficam anos e anos encostadas num canto, sem portas. Para falar a verdade, nem sei bem quando usar. Um dia preciso consultar minha irmã Ângela, que é professora de português. Uma professora ótima, se alguém precisar.
Mudando um pouco de assunto, lembrei de uma coisa que não entendo no meu computador. Ele tem uma mania de colocar um “T” maiúsculo quando eu escrevo a palavra Ter. Olhaí! Não fui eu, foi ele, juro que foi ele. Meu computador não escreve Ter com tesinho, só com tesão.
Tesão? Opa.
Deixa. É bom alguém Ter tesão pela gente, não é? Mesmo que seja um computador, com esse corpo esquisito, com esse pescocinho fininho e esse único olhão me observando... aiai...
As reticências são interessantes. É a pontuação do futuro incerto. Acho que minha amiga, quando usa reticências, não tem certeza do que diz. Ela chuta uma bola sem saber onde vai dar. É a pontuação do pensamento, das possibilidades, dos sonhos. Por isso nos torna tão vulneráveis, essas malditas reticências apaixonadas...
Já os pontos não. São certezas. É tudo que a gente já viveu e já incorporou. Os pontos finais, então, nem se fala. Tem gente que nunca consegue colocá-los. É o adeus, o tchau, é o não me enche, não perturba, é o dane-se. Pouca gente coloca bem um ponto final. É preciso ser muito valente, muito macho, para lascar um ponto “daqueles”. Hehehe.
Mas é importante saber onde pôr. Eu detesto pessoas que assinam e colocam ponto final, por exemplo.
Atenciosamente, Fábio. Ponto.
Beijo, Michel. Ponto.
Saudações, Andréa. Ponto.
É como se a pessoa se encerrasse dentro do nome, não te dando chance de outra conversa. Um ponto depois do nome é uma porta fechada, é uma chave trancando uma conversa futura. É um ponto final no relacionamento. É um murro na boca do interlocutor.
Nome, ponto.
Horrível.
Com exclamações e interrogações temos que tomar cuidado. Elas mudam completamente tudo que foi escrito. São diabólicas. Muitas vezes não estamos assim “tão” felizes, nem “tão” na dúvida, entende? Tenho até medo delas. Sempre penso bem antes o que sinto para colocar.
Já as vírgulas eu adoro. São pequenas pausas, suspirinhos, risadinhas, respiros da conversa. Delícia as vírgulas. São como goles de bebida que a gente toma quando tá falando com os amigos. A garganta arranha, a gente molha e retoma. Impossível viver sem vírgulas.
Mas meus preferidos são as aspas. Primeiro por causa do formato. Parecem mãos na cabeça da letra, parecem cafuné, não acha? Olha que legal, um cafuné antes de falar e outro depois. É uma ato de amor usar aspas. Eu sinto que tem alguém te agradando quando me mandam umas.
Coisa completamente diferente dos parênteses, que são pontuações profissionais, meio sem paciência. Quando não dá para explicar tudo, quando temos que ser rápido, pimba, parênteses. Resolve na hora, mas dá uma sensação de pressa. Os parênteses são de uma objetividade ímpar no mundo profissional.
Seríssimos.
Os travessões são esquisitões. Parecem uns obstáculos. Você tropeça, cai e levanta. E as chaves, alguém usa chaves? Coitadas... ficam anos e anos encostadas num canto, sem portas. Para falar a verdade, nem sei bem quando usar. Um dia preciso consultar minha irmã Ângela, que é professora de português. Uma professora ótima, se alguém precisar.
Mudando um pouco de assunto, lembrei de uma coisa que não entendo no meu computador. Ele tem uma mania de colocar um “T” maiúsculo quando eu escrevo a palavra Ter. Olhaí! Não fui eu, foi ele, juro que foi ele. Meu computador não escreve Ter com tesinho, só com tesão.
Tesão? Opa.
Deixa. É bom alguém Ter tesão pela gente, não é? Mesmo que seja um computador, com esse corpo esquisito, com esse pescocinho fininho e esse único olhão me observando... aiai...
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