Ando impressionada com as mães de hoje. Noto que a cada dia sabemos fazer menos coisas sozinhas. Precisamos de babás, de livros, de pediatras, de regras, de cursos. É como senão tivéssemos mais intuição materna, nem aptidão para sermos mães.
O mundo evolui e as mães desevoluem.
Quando nós nascemos, éramos bebês idênticos aos bebês que nascem hoje, não é? Um bebê não é igual a um carro, que muda de modelo todo ano, que sai de linha, que tem inovações tecnológicas no motor de arranque, essas coisas. Os bebês nunca mudaram o design, o motor, o tipo do capô. Sei que existem inovações na medicina que conseguem gerar bebês a partir de laboratório, mas os bebês que nascem hoje são iguaizinhos aos de antigamente. Sei também que a medicina de hoje promove melhorias consideráveis no nosso rendimento, mas o motor de um bebê zero é exatamente o mesmo de antes. E se antigamente as mães cuidavam dos seus filhos sozinhas, por que nós precisamos de tanto manual de instrução?
Eu acho que entendo. Um bebê é simples demais, e não é possível alguma coisa ser tão simples e não precisar de mais nada além de... você. Não nasce junto com ele um papel e um CD explicando como utilizar, como acontece com o computador, com o carro, com o celular. Achamos que nossos instintos não valem, e precisamos seguir um monte de regras: não interessa se seu peito está se esborrachando de leite, está escrito que você tem que dar de mamar de três em três horas. Não interessa se você morre de vontade de ficar acordada com ele até tarde da noite, não pode. E colo, então? Nem pensar.
E geralmente nas coisas mais simples você parece uma barata tonta inútil. A pediatra dos meus filhos me contou uma história engraçada, que pode exemplificar como somos bobonas. Me identifiquei totalmente com essa mãe. Eu era exatamente assim.
O mundo evolui e as mães desevoluem.
Quando nós nascemos, éramos bebês idênticos aos bebês que nascem hoje, não é? Um bebê não é igual a um carro, que muda de modelo todo ano, que sai de linha, que tem inovações tecnológicas no motor de arranque, essas coisas. Os bebês nunca mudaram o design, o motor, o tipo do capô. Sei que existem inovações na medicina que conseguem gerar bebês a partir de laboratório, mas os bebês que nascem hoje são iguaizinhos aos de antigamente. Sei também que a medicina de hoje promove melhorias consideráveis no nosso rendimento, mas o motor de um bebê zero é exatamente o mesmo de antes. E se antigamente as mães cuidavam dos seus filhos sozinhas, por que nós precisamos de tanto manual de instrução?
Eu acho que entendo. Um bebê é simples demais, e não é possível alguma coisa ser tão simples e não precisar de mais nada além de... você. Não nasce junto com ele um papel e um CD explicando como utilizar, como acontece com o computador, com o carro, com o celular. Achamos que nossos instintos não valem, e precisamos seguir um monte de regras: não interessa se seu peito está se esborrachando de leite, está escrito que você tem que dar de mamar de três em três horas. Não interessa se você morre de vontade de ficar acordada com ele até tarde da noite, não pode. E colo, então? Nem pensar.
E geralmente nas coisas mais simples você parece uma barata tonta inútil. A pediatra dos meus filhos me contou uma história engraçada, que pode exemplificar como somos bobonas. Me identifiquei totalmente com essa mãe. Eu era exatamente assim.
Buuuuuuuuurra...
Ela conta que a mãe ligou no meio da noite. O bebezinho estava com febre e moça chorava, em pânico.
- Calma, fulana – ela disse, tranqüila - Olha, faça o seguinte: dê um banho e depois cinco gotas de um remédio anti térmico. Entendeu?
A mãe, desesperada, achou aquilo muito complicado.
- Ai, doutora. Calma! Como que é? Cinco gotas?
- É. Cinco.
- Cinco, cinco, cinco... não posso esquecer. Mas como é que eu dou ?
- Ué, sei lá, com um conta gotas, com uma colherinha, com uma mamadeira...
- Como? Fala mais devagar, vou me confundir. Pode ser com uma colherinha? Ai que alívio. De que tamanho essa colherinha?
- Hã? De um tamanho que caiba na boca dele, óbvio.
- Espera, calma. Assim, uma... colher de chá?
- É!
- Mas... da gaveta?
- Que gaveta?
- Eu digo, assim, das minhas colheres de chá? Das que eu... uso? Que estão aqui na gaveta da cozinha?
- É, claro!
- Esperaí. Calma, por favor doutora, vai devagar. E... tem que ferver? Esterilizar?
- O quê?
- A colher?
- Olha, fulana, pega uma colher limpinha. Só isso. Se estiver muito suja, ferva. E dá o remédio que ele vai melhorar.
- Espera, não desliga, doutora. E... por onde que eu dou?
- Como, “por onde”?
- É... para dar pela boca?
- Sim! Pela boca, claro!
- E se não entrar? E se ele cuspir?
- Você pega e dá de novo. Senão, se ele vomitar, tem que colocar um supositório de...
- Não! AhmeuDeus, nem pensar! Espera. Quantas gotas eram mesmo?
- Cinco.
- Do que mesmo?
- Do remédio!
- E... como mesmo que dava? Explica, só mais uma vez, doutora. Mas devagar. PeloamordeDeus.
Vixe. Acho que não merecemos mais ser mães.
Ela conta que a mãe ligou no meio da noite. O bebezinho estava com febre e moça chorava, em pânico.
- Calma, fulana – ela disse, tranqüila - Olha, faça o seguinte: dê um banho e depois cinco gotas de um remédio anti térmico. Entendeu?
A mãe, desesperada, achou aquilo muito complicado.
- Ai, doutora. Calma! Como que é? Cinco gotas?
- É. Cinco.
- Cinco, cinco, cinco... não posso esquecer. Mas como é que eu dou ?
- Ué, sei lá, com um conta gotas, com uma colherinha, com uma mamadeira...
- Como? Fala mais devagar, vou me confundir. Pode ser com uma colherinha? Ai que alívio. De que tamanho essa colherinha?
- Hã? De um tamanho que caiba na boca dele, óbvio.
- Espera, calma. Assim, uma... colher de chá?
- É!
- Mas... da gaveta?
- Que gaveta?
- Eu digo, assim, das minhas colheres de chá? Das que eu... uso? Que estão aqui na gaveta da cozinha?
- É, claro!
- Esperaí. Calma, por favor doutora, vai devagar. E... tem que ferver? Esterilizar?
- O quê?
- A colher?
- Olha, fulana, pega uma colher limpinha. Só isso. Se estiver muito suja, ferva. E dá o remédio que ele vai melhorar.
- Espera, não desliga, doutora. E... por onde que eu dou?
- Como, “por onde”?
- É... para dar pela boca?
- Sim! Pela boca, claro!
- E se não entrar? E se ele cuspir?
- Você pega e dá de novo. Senão, se ele vomitar, tem que colocar um supositório de...
- Não! AhmeuDeus, nem pensar! Espera. Quantas gotas eram mesmo?
- Cinco.
- Do que mesmo?
- Do remédio!
- E... como mesmo que dava? Explica, só mais uma vez, doutora. Mas devagar. PeloamordeDeus.
Vixe. Acho que não merecemos mais ser mães.
E, caramba, vendo isso eu entendo: eu era igualzinha à ela!
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