hummm... uma mulher poderá ser uma boa escritora?
ATENÇÃO: INTERROMPEREI AQUI A SENSACIONAL SESSÃO
"NAVEGUE NOS OS SETE MARES DE FRANKA" PARA
COLOCAR AQUI UMA PERGUNTA INTRIGANTE. VOLTAREI EM BREVE COM MAIS CONSIDERAÇÕES INCRÍVEIS SOBRE A (JÁ FAMOSA) LINHA DO MAR.
No meio dos milhares de emails que recebi nas minhas curtas férias, um deles era da Gisela Rao, com quem trabalhei há mais de 15 anos. Era uma enquete, simples e rápida como ela sempre foi:
- Que assunto você realmente gostaria que fosse abordado num romance para mulheres?
Caramba. O que seria isso? Um "romance para mulheres"?
Depois de pensar um pouco, respondi falar a verdade para a Gisela. Achei detestável a idéia de um "romance feminino", a coisa me pareceu ser muuuito chata. "Nada", tive vontade de responder pra ela. Mas porquê essa implicância? Comecei a me lembrar de tudo que já li, escrito por mulheres, e resolvi postar aqui a resposta. Sem muitas conclusões, sabe? Só considerações. Para mim um romance, antes de ser para "mulher" ou "homem", precisa ter uma boa história.
Aceito opiniões a respeito. Esse assunto me interessa.
"Gisela, agora é sério.
Esse negócio de escrever para mulher é uma fria e a gente precisa cair fora. Entende? Mulher é sempre muito complicada e encrenqueira. Eu, por exemplo. Vou te contar umas coisas, mas não vou dar nome aos bois - ops! - dar nome às vacas, claro.
1) Caso 1: Vou ser sinceríssima contigo. Se eu começo a ler um livro de uma fulana e vejo na contracapa que ela é bonitona demais, eu já odeio o livro antes de ler. Tudo eu implico na leitura. Quer saber porque? Por causa da foto. Livro de mulher gostosa é insuportável.
2) Caso 2: Um outro livro. Autora feminina. Na orelhinha, uma foto duma senhorinha com cara de "loser". Torço o nariz, mas vou em frente. Se ela é "loser" mas engraçada, vá lá. Mas nunca é. As "losers" tentam ser engraçadas, mas sempre são mais "loser" ainda nessas tentativas. Loseríssimas. Já as "losers" românticas são o fim e as "losers" que falam de sexo são umas mentirosas de marca maior.
3) Caso 3: Livro de autora feminina meio machona, que além de ser moderna é homosexual e tranqueirona. Esses eu leio, mas não me identifico e nem empresto para a minha mãe. Leio mais porque sou fuxiquenta, mas nunca digo que "amei" o livro. Livro que é para impressionar eu não levo muito a sério.
4) Caso 4: Insuportável livro de mulher apaixonada. Ô coisa chata. Dica, Gi: se você se apaixonar perdidamente um dia, amarre as suas mãos por pelo menos três meses (dizem que é o tempo para acabar a paixão).
5) Caso 5: pior que o caso acima é livro de mãe falando de filha. Deusmelivre. Quem tem um monte de filho (como eu) fica irritada na primeira linha, e, além de detestar a mãe-escritora passa a detestar a filha-personagem. Mães sempre "se acham".
6) Caso 6: Livro de mocinha moderna que trepa sem parar com todos por ai: ah, vá. Mentira pura. Não existe isso, a autora deve ser uma psicopata.
7) Caso 7: Uma coisa que dá muito certo é você ser uma autora cubana ou espanhola. Isso funciona bem, uma autora cubana tem muito mais credibilidade com o público feminino do que as brasileiras. Vai entender. Já li um monte de livro de cubanas e espanholas sem implicância alguma. Olhaqui... Um dia mudarei meu nome para lucía rojas. Ou lucía tacones. Daí eu me lanço. Mas serei lucía. Com esse acentinho chiquésimo no "í".
8) Caso 8: Livro de filha de gente famosa. Também não dá certo ser filha de famoso, a gente implica sem parar. Bem, mas... se bem que se eu fosse filha do Paulo Autran eu não ia achar má idéia. Pensa: eu não tenho pai e ele não tem filhos! Ô Paulo, que tal?
9) Caso 9 : e os livros das mulheres célebres e talentosas, hein? Ah. Eu gosto de muitas delas. Mas são especialíssimas. E poucas.
Vê? Esse assunto envolve hormônios demais. E como somos seres estáveis só por meio mês, melhor pensar bem antes de começar o teu romance.
Gostei dessa respostona, Gi. Vou colocar no meu blog. Hehehe.
beijo."
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