quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

trocando as bolas




Este ano eu descobri uma outra faceta do natal que até então eu não conhecia. É o lado das trocas de presentes. Como os meus filhos cresceram e ganharam muitas roupas ao invés de muitos brinquedos, algumas delas precisaram ser trocadas.
E lá fui eu enfrentar aquele pântano pós-natal.
Acho que a evolução do homem se fez do "macaco nas árvores" até o "humano no shopping". Pelo menos foi assim que eu me senti naquele ambiente selvagem ao notar que tem muito mais gente no shopping depois do natal do que antes. E que as pessoas demoram muito mais lá dentro, pois as lojas não tem mais o que você precisa trocar, no número ou na cor que você deseja porque acabou tudo.
- A senhora segura ai essa calça senão ela some e babau... - me advertiu uma vendedora de uma loja esportiva, no meio da balburdia.
Céus.
Em todas as lojas, tive que escolhar rapidamente outra coisa completamente diferente da coisa que eu fui trocar para "ganhar" no lugar daquela. É a coisa mais esquisita do mundo. Você ganha uma blusa azul, ela fica pequena, você vai trocar e sai da loja com uma... sandália de couro com missangas. Teu filho ganha um short, você vai trocar e sai da loja com uma camiseta para a outra filha e duas fivelas de cabelo. Ganha uma saia e sai da loja com uma camisa social para o seu marido, que provavelmente ele nem precisava.
Tá vendo? Isso que dá essa mania de dar presente.
Sério, não sei avaliar o que significa isso. Acabamos levando para casa coisas que nem precisamos. É como se as "lembrancinhas" evoluissem, se multiplicassem, como se nós tivessemos que escolher as "lembrancinhas" que os outros te deram.
Foi exaustivo, mas a minha filha adorou: foi como ganhar mais presentes, ela me disse, cheia de sacolas.
- A gente pode falar que trocou, mãe?
Ichi. Qual é a ética da "troca"? Podemos contar para o presenteador que trocamos por uma coisa completamente diferente?
Alguém sabe?

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